PROVÉRBIOS |
Nome: Provérbios é um livro da sabedoria prática. Ensina que a religião está ligada aos problemas comuns da vida. Revelam a sabedoria dos antigos mestres israelitas sobre o que a pessoa deve fazer em certas situações. Entre outras coisas ensinam a paciência, a humildade, o respeito pelos pobres e a lealdade para com os amigos. Essa sabedoria tem sido identificada como sendo a própria palavra de Deus. São frases curtas, porém fecundas, fáceis de decorar e trasmitir a outras pessoas. Hoje os provérbios contemporâneos são conhecidos como "Ditos Populares".
Esboço:
Elogio da sabedoria - caps. 1-4
Conselhos diversos - caps. 5-7
A sabedoria e a falta de juízo - caps. 8-9
Primeira coleção de provérbios - caps. 10-22.16
Trinta provérbios dos sábios - caps. 22.16-24.34
Segunda coleção de provérbios - mcaps. 25-29
Provérbios variados - caps. 30-31.9
A esposa ideal - cap 31.10-31
Capítulos: 31
Palavra chave: Sabedoria
Versículo chave: 1.7
Autor: Salomão e outros.
Data: 1000 a.C.
Mensagens:
É muito difícil extrair qualquer lição em especial no livro
de Provérbios. O livro é fundamentalmente didático e como
resultado o conteúdo constitue a sua mensagem. Entre as lições
de destaque, no entanto, podemos encontrar:
1) Deus é todo sábio. Provavelmente, este é o maior ensino do livro.
2) A maior sabedoria do homem está em temer a Deus. O próprio fato de Sua sabedoria indica isto.
3) A juventude não deve se isolar das pessoas e da vida de ocupações, mas também não deve se esquecer de Deus.
4) O valor das pessoas jovens que recebem o conselho dos seus pais.
5) O grande perigo das más companhias.
Escolha o capítulo que deseja estudar:
Provérbios
1
1. Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel:
2. Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem as
palavras de inteligência;
3. para se instruir em sábio procedimento, em retidão, justiça e
eqüidade;
4. para se dar aos simples prudência, e aos jovens conhecimento e bom
siso.
5. Ouça também, o sábio e cresça em ciência, e o entendido adquira
habilidade,
6. para entender provérbios e parábolas, as palavras dos sábios, e
seus enigmas.
7. O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; mas os insensatos
desprezam a sabedoria e a instrução.
8. Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensino de
tua mãe.
9. Porque eles serão uma grinalda de graça para a tua cabeça, e
colares para o teu pescoço.
10. Filho meu, se os pecadores te quiserem seduzir, não consintas.
11. Se disserem: Vem conosco; embosquemo-nos para derramar sangue;
espreitemos sem razão o inocente;
12. traguemo-los vivos, como o Seol, e inteiros como os que descem à
cova;
13. acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos as nossas casas de
despojos;
14. lançarás a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa;
15. filho meu, não andes no caminho com eles; guarda da sua vereda o teu
pé,
16. porque os seus pés correm para o mal, e eles se apressam a derramar
sangue.
17. Pois debalde se estende a rede à vista de qualquer ave.
18. Mas estes se põem em emboscadas contra o seu próprio sangue, e as
suas próprias vidas espreitam.
19. Tais são as veredas de todo aquele que se entrega à cobiça; ela
tira a vida dos que a possuem.
20. A suprema sabedoria altissonantemente clama nas ruas; nas praças
levanta a sua voz.
21. Do alto dos muros clama; às entradas das portas e na cidade profere
as suas palavras:
22. Até quando, ó estúpidos, amareis a estupidez? e até quando se
deleitarão no escárnio os escarnecedores, e odiarão os insensatos o
conhecimento?
23. Convertei-vos pela minha repreensão; eis que derramarei sobre vós o
meu; espírito e vos farei saber as minhas palavras.
24. Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a minha mão, e
não houve quem desse atenção;
25. antes desprezastes todo o meu conselho, e não fizestes caso da minha
repreensão;
26. também eu me rirei no dia da vossa calamidade; zombarei, quando
sobrevier o vosso terror,
27. quando o terror vos sobrevier como tempestade, e a vossa calamidade
passar como redemoinho, e quando vos sobrevierem aperto e angústia.
28. Então a mim clamarão, mas eu não responderei; diligentemente me
buscarão, mas não me acharão.
29. Porquanto aborreceram o conhecimento, e não preferiram o temor do
Senhor;
30. não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão;
31. portanto comerão do fruto do seu caminho e se fartarão dos seus
próprios conselhos.
32. Porque o desvio dos néscios os matará, e a prosperidade dos loucos
os destruirá.
33. Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, e estará
tranqüilo, sem receio do mal.
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Provérbios 2
1. Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e entesourares contigo os
meus mandamentos,
2. para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu
coração ao entendimento;
3. sim, se clamares por discernimento, e por entendimento alçares a tua
voz;
4. se o buscares como a prata e o procurares como a tesouros escondidos;
5. então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de
Deus.
6. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca procedem o conhecimento e
o entendimento;
7. ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; e escudo para os que
caminham em integridade,
8. guardando-lhes as veredas da justiça, e preservando o caminho dos
seus santos.
9. Então entenderás a retidão, a justiça, a eqüidade, e todas as
boas veredas.
10. Pois a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será
aprazível à tua alma;
11. o bom siso te protegerá, e o discernimento e guardará;
12. para te livrar do mau caminho, e do homem que diz coisas perversas;
13. dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos
das trevas;
14. que se alegram de fazer o mal, e se deleitam nas perversidades dos
maus;
15. dos que são tortuosos nas suas veredas; e iníquos nas suas
carreiras;
16. e para te livrar da mulher estranha, da estrangeira que lisonjeia com
suas palavras;
17. a qual abandona o companheiro da sua mocidade e se esquece do
concerto do seu Deus;
18. pois a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas para as
sombras.
19. Nenhum dos que se dirigirem a ela, tornara a sair, nem retomará as
veredas da vida.
20. Assim andarás pelo caminho dos bons, e guardarás as veredas dos
justos.
21. Porque os retos habitarão a terra, e os íntegros permanecerão
nela.
22. Mas os ímpios serão exterminados da terra, e dela os aleivosos
serão desarraigados.
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Provérbios 3
1. Filho meu, não te esqueças da minha instrução, e o teu coração
guarde os meus mandamentos;
2. porque eles te darão longura de dias, e anos de vida e paz.
3. Não se afastem de ti a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu
pescoço, escreve-as na tábua do teu coração;
4. assim acharás favor e bom entendimento à vista de Deus e dos homens.
5. Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu
próprio entendimento.
6. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas
veredas.
7. Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te
do mal.
8. Isso será saúde para a tua carne; e refrigério para os teus ossos.
9. Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua
renda;
10. assim se encherão de fartura os teus celeiros, e trasbordarão de
mosto os teus lagares.
11. Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enojes da sua
repreensão;
12. porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao
filho a quem quer bem.
13. Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire
entendimento;
14. pois melhor é o lucro que ela dá do que o lucro da prata, e a sua
renda do que o ouro.
15. Mais preciosa é do que as jóias, e nada do que possas desejar é
comparável a ela.
16. Longura de dias há na sua mão direita; na sua esquerda riquezas e
honra.
17. Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas
são paz.
18. É árvore da vida para os que dela lançam mão, e bem-aventurado é
todo aquele que a retém.
19. O Senhor pela sabedoria fundou a terra; pelo entendimento estabeleceu
o céu.
20. Pelo seu conhecimento se fendem os abismos, e as nuvens destilam o
orvalho.
21. Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos: guarda a
verdadeira sabedoria e o bom siso;
22. assim serão elas vida para a tua alma, e adorno para o teu pescoço.
23. Então andarás seguro pelo teu caminho, e não tropeçará o teu
pé.
24. Quando te deitares, não temerás; sim, tu te deitarás e o teu sono
será suave.
25. Não temas o pavor repentino, nem a assolação dos ímpios quando
vier.
26. Porque o Senhor será a tua confiança, e guardará os teus pés de
serem presos.
27. Não negues o bem a quem de direito, estando no teu poder fazê-lo.
28. Não digas ao teu próximo: Vai, e volta, amanhã to darei; tendo-o
tu contigo.
29. Não maquines o mal contra o teu próximo, que habita contigo
confiadamente.
30. Não contendas com um homem, sem motivo, não te havendo ele feito o
mal.
31. Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum de seus
caminhos.
32. Porque o perverso é abominação para o Senhor, mas com os retos
está o seu segredo.
33. A maldição do Senhor habita na casa do ímpio, mas ele abençoa a
habitação dos justos.
34. Ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes.
35. Os sábios herdarão honra, mas a exaltação dos loucos se converte
em ignomínia.
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Provérbios 4
1. Ouvi, filhos, a instrução do pai, e estai atentos para conhecerdes o
entendimento.
2. Pois eu vos dou boa doutrina; não abandoneis o meu ensino.
3. Quando eu era filho aos pés de meu, pai, tenro e único em estima
diante de minha mãe,
4. ele me ensinava, e me dizia: Retenha o teu coração as minhas
palavras; guarda os meus mandamentos, e vive.
5. Adquire a sabedoria, adquire o entendimento; não te esqueças nem te
desvies das palavras da minha boca.
6. Não a abandones, e ela te guardará; ama-a, e ela te preservará.
7. A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com
tudo o que possuis adquire o entendimento.
8. Estima-a, e ela te exaltará; se a abraçares, ela te honrará.
9. Ela dará à tua cabeça uma grinalda de graça; e uma coroa de
glória te entregará.
10. Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, para que se
multipliquem os anos da tua vida.
11. Eu te ensinei o caminho da sabedoria; guiei-te pelas veredas da
retidão.
12. Quando andares, não se embaraçarão os teus passos; e se correres,
não tropeçarás.
13. Apega-te à instrução e não a largues; guarda-a, porque ela é a
tua vida.
14. Não entres na vereda dos ímpios, nem andes pelo caminho dos maus.
15. Evita-o, não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo.
16. Pois não dormem, se não fizerem o mal, e foge deles o sono se não
fizerem tropeçar alguém.
17. Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência.
18. Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando
mais e mais até ser dia perfeito.
19. O caminho dos ímpios é como a escuridão: não sabem eles em que
tropeçam.
20. Filho meu, atenta para as minhas palavras; inclina o teu ouvido às
minhas instruções.
21. Não se apartem elas de diante dos teus olhos; guarda-as dentro do
teu coração.
22. Porque são vida para os que as encontram, e saúde para todo o seu
corpo.
23. Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem
as fontes da vida.
24. Desvia de ti a malignidade da boca, e alonga de ti a perversidade dos
lábios.
25. Dirijam-se os teus olhos para a frente, e olhem as tuas pálpebras
diretamente diante de ti.
26. Pondera a vereda de teus pés, e serão seguros todos os teus
caminhos.
27. Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu
pé do mal.
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Provérbios 5
1. Filho meu, atende à minha sabedoria; inclinam teu ouvido à minha
prudência;
2. para que observes a discrição, e os teus lábios guardem o
conhecimento.
3. Porque os lábios da mulher licenciosa destilam mel, e a sua boca e
mais macia do que o azeite;
4. mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois
gumes.
5. Os seus pés descem à morte; os seus passos seguem no caminho do Seol.
6. Ela não pondera a vereda da vida; incertos são os seus caminhos, e
ela o ignora.
7. Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos, e não vos desvieis das palavras
da minha boca.
8. Afasta para longe dela o teu caminho, e não te aproximes da porta da
sua casa;
9. para que não dês a outros a tua honra, nem os teus anos a cruéis;
10. para que não se fartem os estranhos dos teus bens, e não entrem os
teus trabalhos na casa do estrangeiro,
11. e gemas no teu fim, quando se consumirem a tua carne e o teu corpo,
12. e digas: Como detestei a disciplina! e desprezou o meu coração a
repreensão!
13. e não escutei a voz dos que me ensinavam, nem aos que me instruíam
inclinei o meu ouvido!
14. Quase cheguei à ruína completa, no meio da congregação e da
assembléia.
15. Bebe a água da tua própria cisterna, e das correntes do teu poço.
16. Derramar-se-iam as tuas fontes para fora, e pelas ruas os ribeiros de
águas?
17. Sejam para ti só, e não para os estranhos juntamente contigo.
18. Seja bendito o teu manancial; e regozija-te na mulher da tua
mocidade.
19. Como corça amorosa, e graciosa cabra montesa saciem-te os seus seios
em todo o tempo; e pelo seu amor sê encantado perpetuamente.
20. E por que, filho meu, andarias atraído pela mulher licenciosa, e
abraçarias o seio da adúltera?
21. Porque os caminhos do homem estão diante dos olhos do Senhor, o qual
observa todas as suas veredas.
22. Quanto ao ímpio, as suas próprias iniqüidades o prenderão, e
pelas cordas do seu pecado será detido.
23. Ele morre pela falta de disciplina; e pelo excesso da sua loucura
anda errado.
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Provérbios 6
1. Filho meu, se ficaste por fiador do teu próximo, se te empenhaste por
um estranho,
2. estás enredado pelos teus lábios; estás preso pelas palavras da tua
boca.
3. Faze pois isto agora, filho meu, e livra-te, pois já caíste nas
mãos do teu próximo; vai, humilha-te, e importuna o teu próximo;
4. não dês sono aos teus olhos, nem adormecimento às tuas pálpebras;
5. livra-te como a gazela da mão do caçador, e como a ave da mão do
passarinheiro.
6. Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e
sê sábio;
7. a qual, não tendo chefe, nem superintendente, nem governador,
8. no verão faz a provisão do seu mantimento, e ajunta o seu alimento
no tempo da ceifa.
9. o preguiçoso, até quando ficarás deitador? quando te levantarás do
teu sono?
10. um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para cruzar
as mãos em repouso;
11. assim te sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua
necessidade como um homem armado.
12. O homem vil, o homem iníquo, anda com a perversidade na boca,
13. pisca os olhos, faz sinais com os pés, e acena com os dedos;
14. perversidade há no seu coração; todo o tempo maquina o mal; anda
semeando contendas.
15. Pelo que a sua destruição virá repentinamente; subitamente será
quebrantado, sem que haja cura.
16. Há seis coisas que o Senhor detesta; sim, há sete que ele abomina:
17. olhos altivos, língua mentirosa, e mãos que derramam sangue
inocente;
18. coração que maquina projetos iníquos, pés que se apressam a
correr para o mal;
19. testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre
irmãos.
20. Filho meu, guarda o mandamento de, teu pai, e não abandones a
instrução de tua mãe;
21. ata-os perpetuamente ao teu coração, e pendura-os ao teu pescoço.
22. Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará;
quando acordares, falará contigo.
23. Porque o mandamento é uma lâmpada, e a instrução uma luz; e as
repreensões da disciplina são o caminho da vida,
24. para te guardarem da mulher má, e das lisonjas da língua da
adúltera.
25. Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes prender
pelos seus olhares.
26. Porque o preço da prostituta é apenas um bocado de pão, mas a
adúltera anda à caça da própria vida do homem.
27. Pode alguém tomar fogo no seu seio, sem que os seus vestidos se
queimem?
28. Ou andará sobre as brasas sem que se queimem os seus pés?
29. Assim será o que entrar à mulher do seu próximo; não ficará
inocente quem a tocar.
30. Não é desprezado o ladrão, mesmo quando furta para saciar a fome?
31. E, se for apanhado, pagará sete vezes tanto, dando até todos os
bens de sua casa.
32. O que adultera com uma mulher é falto de entendimento; destrói-se a
si mesmo, quem assim procede.
33. Receberá feridas e ignomínia, e o seu opróbrio nunca se apagará;
34. porque o ciúme enfurece ao marido, que de maneira nenhuma poupará
no dia da vingança.
35. Não aceitará resgate algum, nem se aplacará, ainda que
multipliques os presentes.
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Provérbios 7
1. Filho meu, guarda as minhas palavras, e entesoura contigo os meus
mandamentos.
2. Observa os meus mandamentos e vive; guarda a minha lei, como a menina
dos teus olhos.
3. Ata-os aos teus dedos, escreve-os na tábua do teu coração.
4. Dize à sabedoria: Tu és minha irmã; e chama ao entendimento teu
amigo íntimo,
5. para te guardarem da mulher alheia, da adúltera, que lisonjeia com as
suas palavras.
6. Porque da janela da minha casa, por minhas grades olhando eu,
7. vi entre os simples, divisei entre os jovens, um mancebo falto de
juízo,
8. que passava pela rua junto à esquina da mulher adúltera e que seguia
o caminho da sua casa,
9. no crepúsculo, à tarde do dia, à noite fechada e na escuridão;
10. e eis que uma mulher lhe saiu ao encontro, ornada à moda das
prostitutas, e astuta de coração.
11. Ela é turbulenta e obstinada; não param em casa os seus pés;
12. ora está ela pelas ruas, ora pelas praças, espreitando por todos os
cantos.
13. Pegou dele, pois, e o beijou; e com semblante impudico lhe disse:
14. Sacrifícios pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos.
15. Por isso saí ao teu encontro a buscar-te diligentemente, e te achei.
16. Já cobri a minha cama de cobertas, de colchas de linho do Egito.
17. Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e cinamomo.
18. Vem, saciemo-nos de amores até pela manhã; alegremo-nos com amores.
19. Porque meu marido não está em casa; foi fazer uma jornada ao longe;
20. um saquitel de dinheiro levou na mão; só lá para o dia da lua
cheia voltará para casa.
21. Ela o faz ceder com a multidão das suas palavras sedutoras, com as
lisonjas dos seus lábios o arrasta.
22. Ele a segue logo, como boi que vai ao matadouro, e como o louco ao
castigo das prisões;
23. até que uma flecha lhe atravesse o fígado, como a ave que se
apressa para o laço, sem saber que está armado contra a sua vida.
24. Agora, pois, filhos, ouvi-me, e estai atentos às palavras da minha
boca.
25. Não se desvie para os seus caminhos o teu coração, e não andes
perdido nas suas veredas.
26. Porque ela a muitos tem feito cair feridos; e são muitíssimos os
que por ela foram mortos.
27. Caminho de Seol é a sua casa, o qual desce às câmaras da morte.
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Provérbios 8
1. Não clama porventura a sabedoria, e não faz o entendimento soar a
sua voz?
2. No cume das alturas, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas
ela se coloca.
3. Junto às portas, à entrada da cidade, e à entrada das portas está
clamando:
4. A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos filhos dos
homens.
5. Aprendei, ó simples, a prudência; entendei, ó loucos, a sabedoria.
6. Ouvi vós, porque profiro coisas excelentes; os meus lábios se abrem
para a eqüidade.
7. Porque a minha boca profere a verdade, os meus lábios abominam a
impiedade.
8. Justas são todas as palavras da minha boca; não há nelas nenhuma
coisa tortuosa nem perversa.
9. Todas elas são retas para o que bem as entende, e justas para os que
acham o conhecimento.
10. Aceitai antes a minha correção, e não a prata; e o conhecimento,
antes do que o ouro escolhido.
11. Porque melhor é a sabedoria do que as jóias; e de tudo o que se
deseja nada se pode comparar com ela.
12. Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e possuo o conhecimento e a
discrição.
13. O temor do Senhor é odiar o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau
caminho, e a boca perversa, eu os odeio.
14. Meu é o conselho, e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento;
minha é a fortaleza.
15. Por mim reinam os reis, e os príncipes decretam o que justo.
16. Por mim governam os príncipes e os nobres, sim, todos os juízes da
terra.
17. Eu amo aos que me amam, e os que diligentemente me buscam me
acharão.
18. Riquezas e honra estão comigo; sim, riquezas duráveis e justiça.
19. Melhor é o meu fruto do que o ouro, sim, do que o ouro refinado; e a
minha renda melhor do que a prata escolhida.
20. Ando pelo caminho da retidão, no meio das veredas da justiça,
21. dotando de bens permanentes os que me amam, e enchendo os seus
tesouros.
22. O Senhor me criou como a primeira das suas obras, o princípio dos
seus feitos mais antigos.
23. Desde a eternidade fui constituída, desde o princípio, antes de
existir a terra.
24. Antes de haver abismos, fui gerada, e antes ainda de haver fontes
cheias d'água.
25. Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros eu nasci,
26. quando ele ainda não tinha feito a terra com seus campos, nem sequer
o princípio do pó do mundo.
27. Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando traçava um
círculo sobre a face do abismo,
28. quando estabelecia o firmamento em cima, quando se firmavam as fontes
do abismo,
29. quando ele fixava ao mar o seu termo, para que as águas não
traspassassem o seu mando, quando traçava os fundamentos da terra,
30. então eu estava ao seu lado como arquiteto; e era cada dia as suas
delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo;
31. folgando no seu mundo habitável, e achando as minhas delícias com
os filhos dos homens.
32. Agora, pois, filhos, ouvi-me; porque felizes são os que guardam os
meus caminhos.
33. Ouvi a correção, e sede sábios; e não a rejeiteis.
34. Feliz é o homem que me dá ouvidos, velando cada dia às minhas
entradas, esperando junto às ombreiras da minha porta.
35. Porque o que me achar achará a vida, e alcançará o favor do
Senhor.
36. Mas o que pecar contra mim fará mal à sua própria alma; todos os
que me odeiam amam a morte.
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Provérbios 9
1. A sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas;
2. já imolou as suas vítimas, misturou o seu vinho, e preparou a sua
mesa.
3. Já enviou as suas criadas a clamar sobre as alturas da cidade,
dizendo:
4. Quem é simples, volte-se para cá. Aos faltos de entendimento diz:
5. Vinde, comei do meu pão, e bebei do vinho que tenho misturado.
6. Deixai a insensatez, e vivei; e andai pelo caminho do entendimento.
7. O que repreende ao escarnecedor, traz afronta sobre si; e o que
censura ao ímpio, recebe a sua mancha.
8. Não repreendas ao escarnecedor, para que não te odeie; repreende ao
sábio, e amar-te-á.
9. Instrui ao sábio, e ele se fará mais, sábio; ensina ao justo, e ele
crescerá em entendimento.
10. O temor do Senhor é o princípio sabedoria; e o conhecimento do
Santo é o entendimento.
11. Porque por mim se multiplicam os teus dias, e anos de vida se te
acrescentarão.
12. Se fores sábio, para ti mesmo o serás; e, se fores escarnecedor, tu
só o suportarás.
13. A mulher tola é alvoroçadora; é insensata, e não conhece o pudor.
14. Senta-se à porta da sua casa ou numa cadeira, nas alturas da cidade,
15. chamando aos que passam e seguem direitos o seu caminho:
16. Quem é simples, volte-se para cá! E aos faltos de entendimento diz:
17. As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é
agradável.
18. Mas ele não sabe que ali estão os mortos; que os seus convidados
estão nas profundezas do Seol.
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Provérbios 10
1. Provérbios de Salomão. Um filho sábio alegra a seu pai; mas um
filho insensato é a tristeza de sua mãe.
2. Os tesouros da impiedade de nada aproveitam; mas a justiça livra da
morte.
3. O Senhor não deixa o justo passar fome; mas o desejo dos ímpios ele
rechaça.
4. O que trabalha com mão remissa empobrece; mas a mão do diligente
enriquece.
5. O que ajunta no verão é filho prudente; mas o que dorme na sega é
filho que envergonha.
6. Bênçãos caem sobre a cabeça do justo; porém a boca dos ímpios
esconde a violência.
7. A memória do justo é abençoada; mas o nome dos ímpios apodrecerá.
8. O sábio de coração aceita os mandamentos; mas o insensato palra dor
cairá.
9. Quem anda em integridade anda seguro; mas o que perverte os seus
caminhos será conhecido.
10. O que acena com os olhos dá dores; e o insensato palrador cairá.
11. A boca do justo é manancial de vida, porém a boca dos ímpios
esconde a violência.
12. O ódio excita contendas; mas o amor cobre todas as transgressões.
13. Nos lábios do entendido se acha a sabedoria; mas a vara é para as
costas do que é falto de entendimento.
14. Os sábios entesouram o conhecimento; porém a boca do insensato é
uma destruição iminente.
15. Os bens do rico são a sua cidade forte; a ruína dos pobres é a sua
pobreza.
16. O trabalho do justo conduz à vida; a renda do ímpio, para o pecado.
17. O que atende à instrução está na vereda da vida; mas o que
rejeita a repreensão anda errado.
18. O que encobre o ódio tem lábios falsos; e o que espalha a calúnia
é um insensato.
19. Na multidão de palavras não falta transgressão; mas o que refreia
os seus lábios é prudente.
20. A língua do justo é prata escolhida; o coração dos ímpios é de
pouco valor.
21. Os lábios do justo apascentam a muitos; mas os insensatos, por falta
de entendimento, morrem.
22. A bênção do Senhor é que enriquece; e ele não a faz seguir de
dor alguma.
23. E um divertimento para o insensato o praticar a iniqüidade; mas a
conduta sábia é o prazer do homem entendido.
24. O que o ímpio teme, isso virá sobre ele; mas aos justos se lhes
concederá o seu desejo.
25. Como passa a tempestade, assim desaparece o ímpio; mas o justo tem
fundamentos eternos.
26. Como vinagre para os dentes, como fumaça para os olhos, assim é o
preguiçoso para aqueles que o mandam.
27. O temor do Senhor aumenta os dias; mas os anos os ímpios serão
abreviados.
28. A esperança dos justos é alegria; mas a expectação dos ímpios
perecerá.
29. O caminho do Senhor é fortaleza para os retos; mas é destruição
para os que praticam a iniqüidade.
30. O justo nunca será abalado; mas os ímpios não habitarão a terra.
31. A boca do justo produz sabedoria; porém a língua perversa será
desarraigada.
32. Os lábios do justo sabem o que agrada; porém a boca dos ímpios
fala perversidades.
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Provérbios 11
1. A balança enganosa é abominação para o Senhor; mas o peso justo é
o seu prazer.
2. Quando vem a soberba, então vem a desonra; mas com os humildes está
a sabedoria.
3. A integridade dos retos os guia; porém a perversidade dos desleais os
destrói.
4. De nada aproveitam as riquezas no dia da ira; porém a justiça livra
da morte.
5. A justiça dos perfeitos endireita o seu caminho; mas o ímpio cai
pela sua impiedade.
6. A justiça dos retos os livra; mas os traiçoeiros são apanhados nas,
suas próprias cobiças.
7. Morrendo o ímpio, perece a sua esperança; e a expectativa da
iniqüidade.
8. O justo é libertado da angústia; e o ímpio fica em seu lugar.
9. O hipócrita com a boca arruina o seu próximo; mas os justos são
libertados pelo conhecimento.
10. Quando os justos prosperam, exulta a cidade; e quando perecem os
ímpios, há júbilo.
11. Pela bênção dos retos se exalta a cidade; mas pela boca dos
ímpios é derrubada.
12. Quem despreza o seu próximo é falto de senso; mas o homem de
entendimento se cala.
13. O que anda mexericando revela segredos; mas o fiel de espírito
encobre o negócio.
14. Quando não há sábia direção, o povo cai; mas na multidão de
conselheiros há segurança.
15. Decerto sofrerá prejuízo aquele que fica por fiador do estranho;
mas o que aborrece a fiança estará seguro.
16. A mulher aprazível obtém honra, e os homens violentos obtêm
riquezas.
17. O homem bondoso faz bem à sua, própria alma; mas o cruel faz mal a
si mesmo.
18. O ímpio recebe um salário ilusório; mas o que semeia justiça
recebe galardão seguro.
19. Quem é fiel na retidão encaminha, para a vida, e aquele que segue o
mal encontra a morte.
20. Abominação para o Senhor são os perversos de coração; mas os que
são perfeitos em seu caminho são o seu deleite.
21. Decerto o homem mau não ficará sem castigo; porém a descendência
dos justos será livre.
22. Como jóia de ouro em focinho de porca, assim é a mulher formosa que
se aparta da discrição.
23. O desejo dos justos é somente o bem; porém a expectativa dos
ímpios é a ira.
24. Um dá liberalmente, e se torna mais rico; outro retém mais do que
é justo, e se empobrece.
25. A alma generosa prosperará, e o que regar também será regado.
26. Ao que retém o trigo o povo o amaldiçoa; mas bênção haverá
sobre a cabeça do que o vende.
27. O que busca diligentemente o bem, busca favor; mas ao que procura o
mal, este lhe sobrevirá.
28. Aquele que confia nas suas riquezas, cairá; mas os justos
reverdecerão como a folhagem.
29. O que perturba a sua casa herdará o vento; e o insensato será servo
do entendido de coração.
30. O fruto do justo é árvore de vida; e o que ganha almas sábio é.
31. Eis que o justo é castigado na terra; quanto mais o ímpio e o
pecador!
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Provérbios 12
1. O que ama a correção ama o conhecimento; mas o que aborrece a
repreensão é insensato.
2. O homem de bem alcançará o favor do Senhor; mas ao homem de
perversos desígnios ele condenará.
3. O homem não se estabelece pela impiedade; a raiz dos justos, porém,
nunca será, removida.
4. A mulher virtuosa é a coroa do seu marido; porém a que procede
vergonhosamente é como apodrecimento nos seus ossos.
5. Os pensamentos do justo são retos; mas os conselhos do ímpio são
falsos.
6. As palavras dos ímpios são emboscadas para derramarem sangue; a boca
dos retos, porém, os livrará.
7. Transtornados serão os ímpios, e não serão mais; porém a casa dos
justos permanecerá.
8. Segundo o seu entendimento é louvado o homem; mas o perverso
decoração é desprezado.
9. Melhor é o que é estimado em pouco e tem servo, do que quem se honra
a si mesmo e tem falta de pão.
10. O justo olha pela vida dos seus animais; porém as entranhas dos
ímpios são cruéis.
11. O que lavra a sua terra se fartará de pão; mas o que segue os
ociosos é falto de entendimento.
12. Deseja o ímpio o despojo dos maus; porém a raiz dos justos produz o
seu próprio fruto.
13. Pela transgressão dos lábios se enlaça o mau; mas o justo escapa
da angústia.
14. Do fruto das suas palavras o homem se farta de bem; e das obras das
suas mãos se lhe retribui.
15. O caminho do insensato é reto aos seus olhos; mas o que dá ouvidos
ao conselho é sábio.
16. A ira do insensato logo se revela; mas o prudente encobre a afronta.
17. Quem fala a verdade manifesta a justiça; porém a testemunha falsa
produz a fraude.
18. Há palrador cujas palavras ferem como espada; porém a língua dos
sábios traz saúde.
19. O lábio veraz permanece para sempre; mas a língua mentirosa dura
só um momento.
20. Engano há no coração dos que maquinam o mal; mas há gozo para os
que aconselham a paz.
21. Nenhuma desgraça sobrevém ao justo; mas os ímpios ficam cheios de
males.
22. Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor; mas os que
praticam a verdade são o seu deleite.
23. O homem prudente encobre o conhecimento; mas o coração dos tolos
proclama a estultícia.
24. A mão dos diligentes dominará; mas o indolente será tributário
servil.
25. A ansiedade no coração do homem o abate; mas uma boa palavra o
alegra.
26. O justo é um guia para o seu próximo; mas o caminho dos ímpios os
faz errar.
27. O preguiçoso não apanha a sua caça; mas o bem precioso do homem é
para o diligente.
28. Na vereda da justiça está a vida; e no seu caminho não há morte.
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Provérbios 13
1. O filho sábio ouve a instrução do pai; mas o escarnecedor não
escuta a repreensão.
2. Do fruto da boca o homem come o bem; mas o apetite dos prevaricadores
alimenta-se da violência.
3. O que guarda a sua boca preserva a sua vida; mas o que muito abre os
seus lábios traz sobre si a ruína.
4. O preguiçoso deseja, e coisa nenhuma alcança; mas o desejo do
diligente será satisfeito.
5. O justo odeia a palavra mentirosa, mas o ímpio se faz odioso e se
cobre de vergonha.
6. A justiça guarda ao que é reto no seu caminho; mas a perversidade
transtorna o pecador.
7. Há quem se faça rico, não tendo coisa alguma; e quem se faça
pobre, tendo grande riqueza.
8. O resgate da vida do homem são as suas riquezas; mas o pobre não tem
meio de se resgatar.
9. A luz dos justos alegra; porem a lâmpada dos ímpios se apagará.
10. Da soberba só provém a contenda; mas com os que se aconselham se
acha a sabedoria.
11. A riqueza adquirida às pressas diminuíra; mas quem a ajunta pouco a
pouco terá aumento.
12. A esperança adiada entristece o coração; mas o desejo cumprido é
árvore devida.
13. O que despreza a palavra traz sobre si a destruição; mas o que teme
o mandamento será galardoado.
14. O ensino do sábio é uma fonte devida para desviar dos laços da
morte.
15. O bom senso alcança favor; mas o caminho dos prevaricadores é
áspero:
16. Em tudo o homem prudente procede com conhecimento; mas o tolo espraia
a sua insensatez.
17. O mensageiro perverso faz cair no mal; mas o embaixador fiel traz
saúde.
18. Pobreza e afronta virão ao que rejeita a correção; mas o que
guarda a repreensão será honrado.
19. O desejo que se cumpre deleita a alma; mas apartar-se do ma e
abominação para os tolos.
20. Quem anda com os sábios será sábio; mas o companheiro dos tolos
sofre aflição.
21. O mal persegue os pecadores; mas os justos são galardoados com o
bem.
22. O homem de bem deixa uma herança aos filhos de seus filhos; a
riqueza do pecador, porém, é reservada para o justo.
23. Abundância de mantimento há, na lavoura do pobre; mas se perde por
falta de juízo.
24. Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu
tempo o castiga.
25. O justo come e fica satisfeito; mas o apetite dos ímpios nunca se
satisfaz.
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Provérbios 14
1. Toda mulher sábia edifica a sua casa; a insensata, porém, derruba-a
com as suas mãos.
2. Quem anda na sua retidão teme ao Senhor; mas aquele que é perverso
nos seus caminhos despreza-o.
3. Na boca do tolo está a vara da soberba, mas os lábios do sábio
preservá-lo-ão.
4. Onde não há bois, a manjedoura está vazia; mas pela força do boi
há abundância de colheitas.
5. A testemunha verdadeira não mentirá; a testemunha falsa, porém, se
desboca em mentiras.
6. O escarnecedor busca sabedoria, e não a encontra; mas para o prudente
o conhecimento é fácil.
7. Vai-te da presença do homem insensato, pois nele não acharás
palavras de ciência.
8. A sabedoria do prudente é entender o seu caminho; porém a
estultícia dos tolos é enganar.
9. A culpa zomba dos insensatos; mas os retos têm o favor de Deus.
10. O coração conhece a sua própria amargura; e o estranho não
participa da sua alegria.
11. A casa dos ímpios se desfará; porém a tenda dos retos florescerá.
12. Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à
morte.
13. Até no riso terá dor o coração; e o fim da alegria é tristeza.
14. Dos seus próprios caminhos se fartará o infiel de coração, como
também o homem bom se contentará dos seus.
15. O simples dá crédito a tudo; mas o prudente atenta para os seus
passos.
16. O sábio teme e desvia-se do mal, mas o tolo é arrogante e dá-se
por seguro.
17. Quem facilmente se ira fará doidices; mas o homem discreto é
paciente;
18. Os simples herdam a estultícia; mas os prudentes se coroam de
conhecimento.
19. Os maus inclinam-se perante os bons; e os ímpios diante das portas
dos justos.
20. O pobre é odiado até pelo seu vizinho; mas os amigos dos ricos são
muitos.
21. O que despreza ao seu vizinho peca; mas feliz é aquele que se
compadece dos pobres.
22. Porventura não erram os que maquinam o mal? mas há beneficência e
fidelidade para os que planejam o bem.
23. Em todo trabalho há proveito; meras palavras, porém, só encaminham
para a penúria.
24. A coroa dos sábios é a sua riqueza; porém a estultícia dos tolos
não passa de estultícia.
25. A testemunha verdadeira livra as almas; mas o que fala mentiras é
traidor.
26. No temor do Senhor há firme confiança; e os seus filhos terão um
lugar de refúgio.
27. O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos
laços da morte.
28. Na multidão do povo está a glória do rei; mas na falta de povo
está a ruína do príncipe.
29. Quem é tardio em irar-se é grande em entendimento; mas o que é de
ânimo precipitado exalta a loucura.
30. O coração tranqüilo é a vida da carne; a inveja, porém, é a
podridão dos ossos.
31. O que oprime ao pobre insulta ao seu Criador; mas honra-o aquele que
se compadece do necessitado.
32. O ímpio é derrubado pela sua malícia; mas o justo até na sua
morte acha refúgio.
33. No coração do prudente repousa a sabedoria; mas no coração dos
tolos não é conhecida.
34. A justiça exalta as nações; mas o pecado é o opróbrio dos povos.
35. O favor do rei é concedido ao servo que procede sabiamente; mas
sobre o que procede indignamente cairá o seu furor.
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Provérbios 15
1. A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
2. A língua dos sábios destila o conhecimento; porém a boca dos tolos
derrama a estultícia.
3. Os olhos do Senhor estão em todo lugar, vigiando os maus e os bons.
4. Uma língua suave é árvore de vida; mas a língua perversa quebranta
o espírito.
5. O insensato despreza a correção e seu pai; mas o que atende à
admoestação prudentemente se haverá.
6. Na casa do justo há um grande tesouro; mas nos lucros do ímpio há
perturbação.
7. Os lábios dos sábios difundem conhecimento; mas não o faz o
coração dos tolos.
8. O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor; mas a oração dos
retos lhe é agradável.
9. O caminho do ímpio é abominável ao Senhor; mas ele ama ao que segue
a justiça.
10. Há disciplina severa para o que abandona a vereda; e o que aborrece
a repreensão morrerá.
11. O Seol e o Abadom estão abertos perante o Senhor; quanto mais o
coração dos filhos dos homens!
12. O escarnecedor não gosta daquele que o repreende; não irá ter com
os sábios.
13. O coração alegre aformoseia o rosto; mas pela dor do coração o
espírito se abate.
14. O coração do inteligente busca o conhecimento; mas a boca dos tolos
se apascenta de estultícia.
15. Todos os dias do aflito são maus; mas o coração contente tem um
banquete contínuo.
16. Melhor é o pouco com o temor do Senhor, do que um grande tesouro, e
com ele a inquietação.
17. Melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi gordo,
e com ele o ódio.
18. O homem iracundo suscita contendas; mas o longânimo apazigua a luta.
19. O caminho do preguiçoso é como a sebe de espinhos; porém a vereda
dos justos é uma estrada real.
20. O filho sábio alegra a seu pai; mas o homem insensato despreza a sua
mãe.
21. A estultícia é alegria para o insensato; mas o homem de
entendimento anda retamente.
22. Onde não há conselho, frustram-se os projetos; mas com a multidão
de conselheiros se estabelecem.
23. O homem alegra-se em dar uma resposta adequada; e a palavra a seu
tempo quão boa é!
24. Para o sábio o caminho da vida é para cima, a fim de que ele se
desvie do Seol que é em baixo.
25. O Senhor desarraiga a casa dos soberbos, mas estabelece a herança da
viúva.
26. Os desígnios dos maus são abominação para o Senhor; mas as
palavras dos limpos lhe são aprazíveis.
27. O que se dá à cobiça perturba a sua própria casa; mas o que
aborrece a peita viverá.
28. O coração do justo medita no que há de responder; mas a boca dos
ímpios derrama coisas más.
29. Longe está o Senhor dos ímpios, mas ouve a oração dos justos.
30. A luz dos olhos alegra o coração, e boas-novas engordam os ossos.
31. O ouvido que escuta a advertência da vida terá a sua morada entre
os sábios.
32. Quem rejeita a correção menospreza a sua alma; mas aquele que
escuta a advertência adquire entendimento.
33. O temor do Senhor é a instrução da sabedoria; e adiante da honra
vai a humildade.
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Provérbios 16
1. Ao homem pertencem os planos do coração; mas a resposta da língua
é do Senhor.
2. Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas o Senhor
pesa os espíritos.
3. Entrega ao Senhor as tuas obras, e teus desígnios serão
estabelecidos.
4. O Senhor fez tudo para um fim; sim, até o ímpio para o dia do mal.
5. Todo homem arrogante é abominação ao Senhor; certamente não
ficará impune.
6. Pela misericórdia e pela verdade expia-se a iniqüidade; e pelo temor
do Senhor os homens se desviam do mal.
7. Quando os caminhos do homem agradam ao Senhor, faz que até os seus
inimigos tenham paz com ele.
8. Melhor é o pouco com justiça, do que grandes rendas com injustiça.
9. O coração do homem propõe o seu caminho; mas o Senhor lhe dirige os
passos.
10. Nos lábios do rei acham-se oráculos; em juízo a sua boca não
prevarica.
11. O peso e a balança justos são do Senhor; obra sua são todos os
pesos da bolsa.
12. Abominação é para os reis o praticarem a impiedade; porque com
justiça se estabelece o trono.
13. Lábios justos são o prazer dos reis; e eles amam aquele que fala
coisas retas.
14. O furor do rei é mensageiro da morte; mas o homem sábio o
aplacará.
15. Na luz do semblante do rei está a vida; e o seu favor é como a
nuvem de chuva serôdia.
16. Quanto melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! e quanto mais
excelente é escolher o entendimento do que a prata!
17. A estrada dos retos desvia-se do mal; o que guarda o seu caminho
preserva a sua vida.
18. A soberba precede a destruição, e a altivez do espírito precede a
queda.
19. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos, do que repartir o
despojo com os soberbos.
20. O que atenta prudentemente para a palavra prosperará; e feliz é
aquele que confia no Senhor.
21. O sábio de coração será chamado prudente; e a doçura dos lábios
aumenta o saber.
22. O entendimento, para aquele que o possui, é uma fonte de vida,
porém a estultícia é o castigo dos insensatos.
23. O coração do sábio instrui a sua boca, e aumenta o saber nos seus
lábios.
24. Palavras suaves são como favos de mel, doçura para a alma e saúde
para o corpo.
25. Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à
morte.
26. O apetite do trabalhador trabalha por ele, porque a sua fome o incita
a isso.
27. O homem vil suscita o mal; e nos seus lábios há como que um fogo
ardente.
28. O homem perverso espalha contendas; e o difamador separa amigos
íntimos.
29. O homem violento alicia o seu vizinho, e guia-o por um caminho que
não é bom.
30. Quando fecha os olhos fá-lo para maquinar perversidades; quando
morde os lábios, efetua o mal.
31. Coroa de honra são as cãs, a qual se obtém no caminho da justiça.
32. Melhor é o longânimo do que o valente; e o que domina o seu
espírito do que o que toma uma cidade.
33. A sorte se lança no regaço; mas do Senhor procede toda a
disposição dela.
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Provérbios 17
1. Melhor é um bocado seco, e com ele a tranqüilidade, do que a casa
cheia de festins, com rixas.
2. O servo prudente dominará sobre o filho que procede indignamente; e
entre os irmãos receberá da herança.
3. O crisol é para a prata, e o forno para o ouro; mas o Senhor é que
prova os corações.
4. O malfazejo atenta para o lábio iníquo; o mentiroso inclina os
ouvidos para a língua maligna.
5. O que escarnece do pobre insulta ao seu Criador; o que se alegra da
calamidade não ficará impune.
6. Coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos
são seus pais.
7. Não convém ao tolo a fala excelente; quanto menos ao príncipe o
lábio mentiroso!
8. Pedra preciosa é a peita aos olhos de quem a oferece; para onde quer
que ele se volte, serve-lhe de proveito.
9. O que perdoa a transgressão busca a amizade; mas o que renova a
questão, afastam amigos íntimos.
10. Mais profundamente entra a repreensão no prudente, do que cem
açoites no insensato.
11. O rebelde não busca senão o mal; portanto um mensageiro cruel será
enviado contra ele.
12. Encontre-se o homem com a ursa roubada dos filhotes, mas não com o
insensato na sua estultícia.
13. Quanto àquele que torna mal por bem, não se apartará o mal da sua
casa.
14. O princípio da contenda é como o soltar de águas represadas; deixa
por isso a porfia, antes que haja rixas.
15. O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, são abomináveis
ao Senhor, tanto um como o outro.
16. De que serve o preço na mão do tolo para comprar a sabedoria, visto
que ele não tem entendimento?
17. O amigo ama em todo o tempo; e para a angústia nasce o irmão.
18. O homem falto de entendimento compromete-se, tornando-se fiador na
presença do seu vizinho.
19. O que ama a contenda ama a transgressão; o que faz alta a sua porta
busca a ruína.
20. O perverso de coração nunca achará o bem; e o que tem a língua
dobre virá a cair no mal.
21. O que gera um tolo, para sua tristeza o faz; e o pai do insensato
não se alegrará.
22. O coração alegre serve de bom remédio; mas o espírito abatido
seca os ossos.
23. O ímpio recebe do regaço a peita, para perverter as veredas da
justiça.
24. O alvo do inteligente é a sabedoria; mas os olhos do insensato
estão nas extremidades da terra.
25. O filho insensato é tristeza para seu, pai, e amargura para quem o
deu à luz.
26. Não é bom punir ao justo, nem ferir aos nobres por causa da sua
retidão.
27. Refreia as suas palavras aquele que possui o conhecimento; e o homem
de entendimento é de espírito sereno.
28. Até o tolo, estando calado, é tido por sábio; e o que cerra os
seus lábios, por entendido.
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Provérbios 18
1. Aquele que vive isolado busca seu próprio desejo; insurge-se contra a
verdadeira sabedoria.
2. O tolo não toma prazer no entendimento, mas tão somente em revelar a
sua opinião.
3. Quando vem o ímpio, vem também o desprezo; e com a desonra vem o
opróbrio.
4. Águas profundas são as palavras da boca do homem; e a fonte da
sabedoria é um ribeiro que corre.
5. Não é bom ter respeito à pessoa do ímpio, nem privar o justo do
seu direito.
6. Os lábios do tolo entram em contendas, e a sua boca clama por
açoites.
7. A boca do tolo é a sua própria destruição, e os seus lábios um
laço para a sua alma.
8. As palavras do difamador são como bocados doces, que penetram até o
íntimo das entranhas.
9. Aquele que é remisso na sua obra é irmão do que é destruidor.
10. Torre forte é o nome do Senhor; para ela corre o justo, e está
seguro.
11. Os bens do rico são a sua cidade forte, e como um muro alto na sua
imaginação.
12. Antes da ruína eleva-se o coração do homem; e adiante da honra vai
a humildade.
13. Responder antes de ouvir, é estultícia e vergonha.
14. O espírito do homem o sustentará na sua enfermidade; mas ao
espírito abatido quem o levantará?
15. O coração do entendido adquire conhecimento; e o ouvido dos sábios
busca conhecimento;
16. O presente do homem alarga-lhe o caminho, e leva-o à presença dos
grandes.
17. O que primeiro começa o seu pleito parece justo; até que vem o
outro e o examina.
18. A sorte faz cessar os pleitos, e decide entre os poderosos.
19. um irmão ajudado pelo irmão é como uma cidade fortificada; é
forte como os ferrolhos dum castelo.
20. O homem se fartará do fruto da sua boca; dos renovos dos seus
lábios se fartará.
21. A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama
comerá do seu fruto.
22. Quem encontra uma esposa acha uma coisa boa; e alcança o favor do
Senhor.
23. O pobre fala com rogos; mas o rico responde com durezas.
24. O homem que tem muitos amigos, tem-nos para a sua ruína; mas há um
amigo que é mais chegado do que um irmão.
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Provérbios 19
1. Melhor é o pobre que anda na sua integridade, do que aquele que é
perverso de lábios e tolo.
2. Não é bom agir sem refletir; e o que se apressa com seus pés erra o
caminho.
3. A estultícia do homem perverte o seu caminho, e o seu coração se
irrita contra o Senhor.
4. As riquezas granjeiam muitos amigos; mas do pobre o seu próprio amigo
se separa.
5. A testemunha falsa não ficará impune; e o que profere mentiras não
escapará.
6. Muitos procurarão o favor do liberal; e cada um é amigo daquele que
dá presentes.
7. Todos os irmãos do pobre o aborrecem; quanto mais se afastam dele os
seus amigos! persegue-os com súplicas, mas eles já se foram.
8. O que adquire a sabedoria é amigo de si mesmo; o que guarda o
entendimento prosperará.
9. A testemunha falsa não ficará impune, e o que profere mentiras
perecerá.
10. Ao tolo não convém o luxo; quanto menos ao servo dominar os
príncipes!
11. A discrição do homem fá-lo tardio em irar-se; e sua glória está
em esquecer ofensas.
12. A ira do rei é como o bramido o leão; mas o seu favor é como o
orvalho sobre a erva.
13. O filho insensato é a calamidade do pai; e as rixas da mulher são
uma goteira contínua.
14. Casa e riquezas são herdadas dos pais; mas a mulher prudente vem do
Senhor.
15. A preguiça faz cair em profundo sono; e o ocioso padecerá fome.
16. Quem guarda o mandamento guarda a sua alma; mas aquele que não faz
caso dos seus caminhos morrerá.
17. O que se compadece do pobre empresta ao Senhor, que lhe retribuirá o
seu benefício.
18. Corrige a teu filho enquanto há esperança; mas não te incites a
destruí-lo.
19. Homem de grande ira tem de sofrer o castigo; porque se o livrares,
terás de o fazer de novo.
20. Ouve o conselho, e recebe a correção, para que sejas sábio nos
teus últimos dias.
21. Muitos são os planos no coração do homem; mas o desígnio do
Senhor, esse prevalecerá.
22. O que faz um homem desejável é a sua benignidade; e o pobre é
melhor do que o mentiroso.
23. O temor do Senhor encaminha para a vida; aquele que o tem ficará
satisfeito, e mal nenhum o visitará.
24. O preguiçoso esconde a sua mão no prato, e nem ao menos quer
levá-la de novo à boca.
25. Fere ao escarnecedor, e o simples aprenderá a prudência; repreende
ao que tem entendimento, e ele crescerá na ciência.
26. O que aflige a seu pai, e faz fugir a sua mãe, é filho que
envergonha e desonra.
27. Cessa, filho meu, de ouvir a instrução, e logo te desviarás das
palavras do conhecimento.
28. A testemunha vil escarnece da justiça; e a boca dos ímpios engole a
iniqüidade.
29. A condenação está preparada para os escarnecedores, e os açoites
para as costas dos tolos.
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Provérbios 20
1. O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele
que neles errar não e sábio.
2. Como o bramido do leão é o terror do rei; quem o provoca a ira peca
contra a sua própria vida.
3. Honroso é para o homem o desviar-se de questões; mas todo insensato
se entremete nelas.
4. O preguiçoso não lavra no outono; pelo que mendigará na sega, e
nada receberá.
5. Como águas profundas é o propósito no coração do homem; mas o
homem inteligente o descobrirá.
6. Muitos há que proclamam a sua própria bondade; mas o homem fiel,
quem o achará?
7. O justo anda na sua integridade; bem-aventurados serão os seus filhos
depois dele.
8. Assentando-se o rei no trono do juízo, com os seus olhos joeira a
todo malfeitor.
9. Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu
pecado?
10. O peso fraudulento e a medida falsa são abominação ao Senhor,
tanto uma como outra coisa.
11. Até a criança se dá a conhecer pelas suas ações, se a sua
conduta é pura e reta.
12. O ouvido que ouve, e o olho que vê, o Senhor os fez a ambos.
13. Não ames o sono, para que não empobreças; abre os teus olhos, e te
fartarás de pão.
14. Nada vale, nada vale, diz o comprador; mas, depois de retirar-se,
então se gaba.
15. Há ouro e abundância de pedras preciosas; mas os lábios do
conhecimento são jóia de grande valor.
16. Tira a roupa àquele que fica por fiador do estranho; e toma penhor
daquele que se obriga por estrangeiros.
17. Suave é ao homem o pão da mentira; mas depois a sua boca se enche
de pedrinhas.
18. Os projetos se confirmam pelos conselhos; assim, pois, com prudência
faze a guerra.
19. O que anda mexericando revela segredos; pelo que não te metas com
quem muito abre os seus lábios.
20. O que amaldiçoa a seu pai ou a sua mãe, apagar-se-lhe-á a sua
lâmpada nas, mais densas trevas.
21. A herança que no princípio é adquirida às pressas, não será
abençoada no seu fim.
22. Não digas: vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor e ele te
livrará.
23. Pesos fraudulentos são abomináveis ao Senhor; e balanças enganosas
não são boas.
24. Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como, pois, poderá o
homem entender o seu caminho?
25. Laço é para o homem dizer precipitadamente: É santo; e, feitos os
votos, então refletir.
26. O rei sábio joeira os ímpios e faz girar sobre eles a roda.
27. O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, a qual esquadrinha todo
o mais íntimo do coração.
28. A benignidade e a verdade guardam o rei; e com a benignidade sustém
ele o seu trono.
29. A glória dos jovens é a sua força; e a beleza dos velhos são as
cãs.
30. Os açoites que ferem purificam do mal; e as feridas penetram até o
mais íntimo do corpo.
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Provérbios 21
1. Como corrente de águas é o coração do rei na mão do Senhor; ele o
inclina para onde quer.
2. Todo caminho do homem é reto aos seus olhos; mas o Senhor pesa os
corações.
3. Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor do
que oferecer-lhe sacrifício.
4. Olhar altivo e coração orgulhoso, tal lâmpada dos ímpios é
pecado.
5. Os planos do diligente conduzem à abundância; mas todo precipitado
apressa-se para a penúria.
6. Ajuntar tesouros com língua falsa é uma vaidade fugitiva; aqueles
que os buscam, buscam a morte.
7. A violência dos ímpios arrebatá-los-á, porquanto recusam praticar
a justiça.
8. O caminho do homem perverso é tortuoso; mas o proceder do puro é
reto.
9. Melhor é morar num canto do eirado, do que com a mulher rixosa numa
casa ampla.
10. A alma do ímpio deseja o mal; o seu próximo não agrada aos seus
olhos.
11. Quando o escarnecedor é castigado, o simples torna-se sábio; e,
quando o sábio é instruído, recebe o conhecimento.
12. O justo observa a casa do ímpio; precipitam-se os ímpios na ruína.
13. Quem tapa o seu ouvido ao clamor do pobre, também clamará e não
será ouvido.
14. O presente que se dá em segredo aplaca a ira; e a dádiva às
escondidas, a forte indignação.
15. A execução da justiça é motivo de alegria para o justo; mas é
espanto para os que praticam a iniqüidade.
16. O homem que anda desviado do caminho do entendimento repousará na
congregação dos mortos.
17. Quem ama os prazeres empobrecerá; quem ama o vinho e o azeite nunca
enriquecera.
18. Resgate para o justo é o ímpio; e em lugar do reto ficará o
prevaricador.
19. Melhor é morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e
iracunda.
20. Há tesouro precioso e azeite na casa do sábio; mas o homem
insensato os devora.
21. Aquele que segue a justiça e a bondade achará a vida, a justiça e
a honra.
22. O sábio escala a cidade dos valentes, e derriba a fortaleza em que
ela confia.
23. O que guarda a sua boca e a sua língua, guarda das angústias a sua
alma.
24. Quanto ao soberbo e presumido, zombador é seu nome; ele procede com
insolente orgulho.
25. O desejo do preguiçoso o mata; porque as suas mãos recusam-se a
trabalhar.
26. Todo o dia o ímpio cobiça; mas o justo dá, e não retém.
27. O sacrifício dos ímpios é abominação; quanto mais oferecendo-o
com intenção maligna!
28. A testemunha mentirosa perecerá; mas o homem que ouve falará sem
ser contestado.
29. O homem ímpio endurece o seu rosto; mas o reto considera os seus
caminhos.
30. Não há sabedoria, nem entendimento, nem conselho contra o Senhor.
31. O cavalo prepara-se para o dia da batalha; mas do Senhor vem a
vitória.
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Provérbios 22
1. Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e
o favor é melhor do que a prata e o ouro.
2. O rico e o pobre se encontram; quem os faz a ambos é o Senhor.
3. O prudente vê o perigo e esconde-se; mas os simples passam adiante e
sofrem a pena.
4. O galardão da humildade e do temor do Senhor é riquezas, e honra e
vida.
5. Espinhos e laços há no caminho do perverso; o que guarda a sua alma
retira-se para longe deles.
6. Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando
envelhecer não se desviará dele.
7. O rico domina sobre os pobres; e o que toma emprestado é servo do que
empresta.
8. O que semear a perversidade segará males; e a vara da sua
indignação falhará.
9. Quem vê com olhos bondosos será abençoado; porque dá do seu pão
ao pobre.
10. Lança fora ao escarnecedor, e a contenda se irá; cessarão a rixa e
a injúria.
11. O que ama a pureza do coração, e que tem graça nos seus lábios,
terá por seu amigo o rei.
12. Os olhos do Senhor preservam o que tem conhecimento; mas ele
transtorna as palavras do prevaricador.
13. Diz o preguiçoso: um leão está lá fora; serei morto no meio das
ruas.
14. Cova profunda é a boca da adúltera; aquele contra quem o Senhor
está irado cairá nela.
15. A estultícia está ligada ao coração do menino; mas a vara da
correção a afugentará dele.
16. O que para aumentar o seu lucro oprime o pobre, e dá ao rico,
certamente chegará à: penúria.
17. Inclina o teu ouvido e ouve as palavras dos sábios, e aplica o teu
coração ao meu conhecimento.
18. Porque será coisa suave, se os guardares no teu peito, se estiverem
todos eles prontos nos teus lábios.
19. Para que a tua confiança esteja no senhor, a ti tos fiz saber hoje,
sim, a ti mesmo.
20. Porventura não te escrevi excelentes coisas acerca dos conselhos e
do conhecimento,
21. para te fazer saber a certeza das palavras de verdade, para que
possas responder com palavras de verdade aos que te enviarem?
22. Não roubes ao pobre, porque é pobre; nem oprimas ao aflito na
porta;
23. porque o Senhor defenderá a sua causa em juízo, e aos que os roubam
lhes tirará a vida.
24. Não faças amizade com o iracundo; nem andes com o homem colérico;
25. para que não aprendas as suas veredas, e tomes um laço para a tua
alma.
26. Não estejas entre os que se comprometem, que ficam por fiadores de
dívidas.
27. Se não tens com que pagar, por que tirariam a tua cama de debaixo de
ti?
28. Não removas os limites antigos que teus pais fixaram.
29. Vês um homem hábil na sua obrar? esse perante reis assistirá; e
não assistirá perante homens obscuros.
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Provérbios 23
1. Quando te assentares a comer com um governador, atenta bem para aquele
que está diante de ti;
2. e põe uma faca à tua garganta, se fores homem de grande apetite.
3. Não cobices os seus manjares gostosos, porque é comida enganadora.
4. Não te fatigues para seres rico; dá de mão à tua própria
sabedoria:
5. Fitando tu os olhos nas riquezas, elas se vão; pois fazem para si
asas, como a águia, voam para o céu.
6. Não comas o pão do avarento, nem cobices os seus manjares gostosos.
7. Porque, como ele pensa consigo mesmo, assim é; ele te diz: Come e
bebe; mas o seu coração não está contigo.
8. Vomitarás o bocado que comeste, e perderás as tuas suaves palavras.
9. Não fales aos ouvidos do tolo; porque desprezará a sabedoria das
tuas palavras.
10. Não removas os limites antigos; nem entres nos campos dos órfãos,
11. porque o seu redentor é forte; ele lhes pleiteará a causa contra
ti.
12. Aplica o teu coração à instrução, e os teus ouvidos às palavras
do conhecimento.
13. Não retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a
vara, nem por isso morrerá.
14. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do Seol.
15. Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu
coração, sim, ó, meu próprio;
16. e exultará o meu coração, quando os teus lábios falarem coisas
retas.
17. Não tenhas inveja dos pecadores; antes conserva-te no temor do
Senhor todo o dia.
18. Porque deveras terás uma recompensa; não será malograda a tua
esperança.
19. Ouve tu, filho meu, e sê sábio; e dirige no caminho o teu
coração.
20. Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de
carne.
21. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência
cobrirá de trapos o homem.
22. Ouve a teu pai, que te gerou; e não desprezes a tua mãe, quando ela
envelhecer.
23. Compra a verdade, e não a vendas; sim, a sabedoria, a disciplina, e
o entendimento.
24. Grandemente se regozijará o pai do justo; e quem gerar um filho
sábio, nele se alegrará.
25. Alegrem-se teu pai e tua mãe, e regozije-se aquela que te deu à
luz.
26. Filho meu, dá-me o teu coração; e deleitem-se os teus olhos nos
meus caminhos.
27. Porque cova profunda é a prostituta; e poço estreito é a
aventureira.
28. Também ela, como o salteador, se põe a espreitar; e multiplica
entre os homens os prevaricadores.
29. Para quem são os ais? para quem os pesares? para quem as pelejas,
para quem as queixas? para quem as feridas sem causa? e para quem os olhos
vermelhos?
30. Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando
bebida misturada.
31. Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece
no copo e se escoa suavemente.
32. No seu fim morderá como a cobra, e como o basilisco picará.
33. Os teus olhos verão coisas estranhas, e tu falarás perversidades.
34. o serás como o que se deita no meio do mar, e como o que dorme no
topo do mastro.
35. E dirás: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti;
quando virei a despertar? ainda tornarei a buscá-lo outra vez.
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Provérbios 24
1. Não tenhas inveja dos homens malignos; nem desejes estar com eles;
2. porque o seu coração medita a violência; e os seus lábios falam
maliciosamente.
3. Com a sabedoria se edifica a casa, e com o entendimento ela se
estabelece;
4. e pelo conhecimento se encherão as câmaras de todas as riquezas
preciosas e deleitáveis.
5. O sábio é mais poderoso do que o forte; e o inteligente do que o que
possui a força.
6. Porque com conselhos prudentes tu podes fazer a guerra; e há vitória
na multidão dos conselheiros.
7. A sabedoria é alta demais para o insensato; ele não abre a sua boca
na porta.
8. Aquele que cuida em fazer o mal, mestre de maus intentos o chamarão.
9. O desígnio do insensato é pecado; e abominável aos homens é o
escarnecedor.
10. Se enfraqueces no dia da angústia, a tua força é pequena.
11. Livra os que estão sendo levados à morte, detém os que vão
tropeçando para a matança.
12. Se disseres: Eis que não o sabemos; porventura aquele que pesa os
corações não o percebe? e aquele que guarda a tua vida não o sabe? e não
retribuirá a cada um conforme a sua obra?
13. Come mel, filho meu, porque é bom, e do favo de mel, que é doce ao
teu paladar.
14. Sabe que é assim a sabedoria para a tua alma: se a achares, haverá
para ti recompensa, e não será malograda a tua esperança.
15. Não te ponhas de emboscada, ó ímpio, contra a habitação do
justo; nem assoles a sua pousada.
16. Porque sete vezes cai o justo, e se levanta; mas os ímpios são
derribados pela calamidade.
17. Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e quando tropeçar, não
se regozije o teu coração;
18. para que o Senhor não o veja, e isso seja mau aos seus olhos, e
desvie dele, a sua ira.
19. Não te aflijas por causa dos malfeitores; nem tenhas inveja dos
ímpios;
20. porque o maligno não tem futuro; e a lâmpada dos ímpios se
apagará.
21. Filho meu, teme ao Senhor, e ao rei; e não te entremetas com os que
gostam de mudanças.
22. Porque de repente se levantará a sua calamidade; e a ruína deles,
quem a conhecerá?
23. Também estes são provérbios dos sábios: Fazer acepção de
pessoas no juízo não é bom.
24. Aquele que disser ao ímpio: Justo és; os povos o amaldiçoarão, as
nações o detestarão;
25. mas para os que julgam retamente haverá delícias, e sobre eles
virá copiosa bênção.
26. O que responde com palavras retas beija os lábios.
27. Prepara os teus trabalhos de fora, apronta bem o teu campo; e depois
edifica a tua casa.
28. Não sejas testemunha sem causa contra o teu próximo; e não enganes
com os teus lábios.
29. Não digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele; pagarei a
cada um segundo a sua obra.
30. Passei junto ao campo do preguiçoso, e junto à vinha do homem falto
de entendimento;
31. e eis que tudo estava cheio de cardos, e a sua superfície coberta de
urtigas, e o seu muro de pedra estava derrubado.
32. O que tendo eu visto, o considerei; e, vendo-o, recebi instrução.
33. Um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para cruzar
os braços em repouso;
34. assim sobrevirá a tua pobreza como um salteador, e a tua necessidade
como um homem armado.
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Provérbios 25
1. Também estes são provérbios de Salomão, os quais transcreveram os
homens de Ezequias, rei de Judá.
2. A glória de Deus é encobrir as coisas; mas a glória dos reis é
esquadrinhá-las.
3. Como o céu na sua altura, e como a terra na sua profundidade, assim o
coração dos reis é inescrutável.
4. Tira da prata a escória, e sairá um vaso para o fundidor.
5. Tira o ímpio da presença do rei, e o seu trono se firmará na
justiça.
6. Não reclames para ti honra na presença do rei, nem te ponhas no
lugar dos grandes;
7. porque melhor é que te digam: Sobe, para aqui; do que seres humilhado
perante o príncipe.
8. O que os teus olhos viram, não te apresses a revelar, para depois, ao
fim, não saberes o que hás de fazer, podendo-te confundir o teu próximo.
9. Pleiteia a tua causa com o teu próximo mesmo; e não reveles o
segredo de outrem;
10. para que não te desonre aquele que o ouvir, não se apartando de ti
a infâmia.
11. Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a
seu tempo.
12. Como pendentes de ouro e gargantilhas de ouro puro, assim é o sábio
repreensor para o ouvido obediente.
13. Como o frescor de neve no tempo da sega, assim é o mensageiro fiel
para com os que o enviam, porque refrigera o espírito dos seus senhores.
14. como nuvens e ventos que não trazem chuva, assim é o homem que se
gaba de dádivas que não fez.
15. Pela longanimidade se persuade o príncipe, e a língua branda
quebranta os ossos.
16. Se achaste mel, come somente o que te basta, para que porventura não
te fartes dele, e o venhas a vomitar.
17. Põe raramente o teu pé na casa do teu próximo, para que não se
enfade de ti, e te aborreça.
18. Malho, e espada, e flecha aguda é o homem que levanta falso
testemunho contra o seu próximo.
19. Como dente quebrado, e pé deslocado, é a confiança no homem
desleal, no dia da angústia.
20. O que entoa canções ao coração aflito é como aquele que despe
uma peça de roupa num dia de frio, e como vinagre sobre a chaga.
21. Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer, e se tiver
sede, dá-lhe água para beber;
22. porque assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça, e o Senhor te
recompensará.
23. O vento norte traz chuva, e a língua caluniadora, o rosto irado.
24. Melhor é morar num canto do eirado, do que com a mulher rixosa numa
casa ampla.
25. Como água fresca para o homem sedento, tais são as boas-novas de
terra remota.
26. Como fonte turva, e manancial poluído, assim é o justo que cede
lugar diante do ímpio.
27. comer muito mel não é bom; não multipliques, pois, as palavras de
lisonja.
28. Como a cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que
não pode conter o seu espírito.
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Provérbios 26
1. Como a neve no verão, e como a chuva no tempo da ceifa, assim não
convém ao tolo a honra.
2. Como o pássaro no seu vaguear, como a andorinha no seu voar, assim a
maldição sem causa não encontra pouso.
3. O açoite é para o cavalo, o freio para o jumento, e a vara para as
costas dos tolos.
4. Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia, para que também
não te faças semelhante a ele.
5. Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que ele não seja
sábio aos seus próprios olhos.
6. Os pés decepa, e o dano bebe, quem manda mensagens pela mão dum
tolo.
7. As pernas do coxo pendem frouxas; assim é o provérbio na boca dos
tolos.
8. Como o que ata a pedra na funda, assim é aquele que dá honra ao
tolo.
9. Como o espinho que entra na mão do ébrio, assim é o provérbio na
mão dos tolos.
10. Como o flecheiro que fere a todos, assim é aquele que assalaria ao
transeunte tolo, ou ao ébrio.
11. Como o cão que torna ao seu vômito, assim é o tolo que reitera a
sua estultícia.
12. Vês um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança
há para o tolo do que para ele.
13. Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas
ruas.
14. Como a porta se revolve nos seus gonzos, assim o faz o preguiçoso na
sua cama.
15. O preguiçoso esconde a sua mão no prato, e nem ao menos quer
levá-la de novo à boca.
16. Mais sábio é o preguiçoso a seus olhos do que sete homens que
sabem responder bem.
17. O que, passando, se mete em questão alheia é como aquele que toma
um cão pelas orelhas.
18. Como o louco que atira tições, flechas, e morte,
19. assim é o homem que engana o seu próximo, e diz: Fiz isso por
brincadeira.
20. Faltando lenha, apaga-se o fogo; e não havendo difamador, cessa a
contenda.
21. Como o carvão para as brasas, e a lenha para o fogo, assim é o
homem contencioso para acender rixas.
22. As palavras do difamador são como bocados deliciosos, que descem ao
íntimo do ventre.
23. Como o vaso de barro coberto de escória de prata, assim são os
lábios ardentes e o coração maligno.
24. Aquele que odeia dissimula com os seus lábios; mas no seu interior
entesoura o engano.
25. Quando te suplicar com voz suave, não o creias; porque sete
abominações há no teu coração.
26. Ainda que o seu ódio se encubra com dissimulação, na congregação
será revelada a sua malícia.
27. O que faz uma cova cairá nela; e a pedra voltará sobre aquele que a
revolve.
28. A língua falsa odeia aqueles a quem ela tenha ferido; e a boca
lisonjeira opera a ruína.
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Provérbios 27
1. Não te glories do dia de amanhã; porque não sabes o que produzirá
o dia.
2. Seja outro o que te louve, e não a tua boca; o estranho, e não os
teus lábios.
3. Pesada é a pedra, e a areia também; mas a ira do insensato é mais
pesada do que elas ambas.
4. Cruel é o furor, e impetuosa é a ira; mas quem pode resistir à
inveja?
5. Melhor é a repreensão aberta do que o amor encoberto.
6. Fiéis são as feridas dum amigo; mas os beijos dum inimigo são
enganosos.
7. O que está farto despreza o favo de mel; mas para o faminto todo
amargo é doce.
8. Qual a ave que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda
vagueando longe do seu lugar.
9. O óleo e o perfume alegram o coração; assim é o doce conselho do
homem para o seu amigo.
10. Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu pai; nem entres na
casa de teu irmão no dia de tua adversidade. Mais vale um vizinho que está
perto do que um irmão que está longe.
11. Sê sábio, filho meu, e alegra o meu coração, para que eu tenha o
que responder àquele que me vituperar.
12. O prudente vê o mal e se esconde; mas os insensatos passam adiante e
sofrem a pena.
13. Tira a roupa àquele que fica por fiador do estranho, e toma penhor
daquele que se obriga por uma estrangeira.
14. O que bendiz ao seu amigo em alta voz, levantando-se de madrugada,
isso lhe será contado como maldição.
15. A goteira contínua num dia chuvoso e a mulher rixosa são
semelhantes;
16. retê-la é reter o vento, ou segurar o óleo com a destra.
17. Afia-se o ferro com o ferro; assim o homem afia o rosto do seu amigo.
18. O que cuida da figueira comerá do fruto dela; e o que vela pelo seu
senhor será honrado.
19. Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim o coração do
homem ao homem.
20. O Seol e o Abadom nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se
satisfazem.
21. O crisol é para a prata, e o forno para o ouro, e o homem é provado
pelos louvores que recebe.
22. Ainda que pisasses o insensato no gral entre grãos pilados, contudo
não se apartaria dele a sua estultícia.
23. Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; cuida bem dos teus
rebanhos;
24. porque as riquezas não duram para sempre; e duraria a coroa de
geração em geração?
25. Quando o feno é removido, e aparece a erva verde, e recolhem-se as
ervas dos montes,
26. os cordeiros te proverão de vestes, e os bodes, do preço do campo.
27. E haverá bastante leite de cabras para o teu sustento, para o
sustento da tua casa e das tuas criadas.
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Provérbios 28
1. Fogem os ímpios, sem que ninguém os persiga; mas os justos são
ousados como o leão.
2. Por causa da transgressão duma terra são muitos os seus príncipes;
mas por virtude de homens prudentes e entendidos, ela subsistirá por longo
tempo.
3. O homem pobre que oprime os pobres, é como chuva impetuosa, que não
deixa trigo nenhum.
4. Os que abandonam a lei louvam os ímpios; mas os que guardam a lei
pelejam contra eles.
5. Os homens maus não entendem a justiça; mas os que buscam ao Senhor a
entendem plenamente.
6. Melhor é o pobre que anda na sua integridade, do que o rico perverso
nos seus caminhos.
7. O que guarda a lei é filho sábio; mas o companheiro dos comilões
envergonha a seu pai.
8. O que aumenta a sua riqueza com juros e usura, ajunta-a para o que se
compadece do pobre.
9. O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração é
abominável.
10. O que faz com que os retos se desviem para um mau caminho, ele mesmo
cairá na cova que abriu; mas os inocentes herdarão o bem.
11. O homem rico é sábio aos seus próprios olhos; mas o pobre que tem
entendimento o esquadrinha.
12. Quando os justos triunfam há grande, glória; mas quando os ímpios
sobem, escondem-se os homens.
13. O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as
confessa e deixa, alcançará misericórdia.
14. Feliz é o homem que teme ao Senhor continuamente; mas o que endurece
o seu coração virá a cair no mal.
15. Como leão bramidor, e urso faminto, assim é o ímpio que domina
sobre um povo pobre.
16. O príncipe falto de entendimento é também opressor cruel; mas o
que aborrece a avareza prolongará os seus dias.
17. O homem culpado do sangue de qualquer pessoa será fugitivo até a
morte; ninguém o ajude.
18. O que anda retamente salvar-se-á; mas o perverso em seus caminhos
cairá de repente.
19. O que lavra a sua terra se fartará de pão; mas o que segue os
ociosos se encherá de pobreza.
20. O homem fiel gozará de abundantes bênçãos; mas o que se apressa a
enriquecer não ficará impune.
21. Fazer acepção de pessoas não é bom; mas até por um bocado de
pão prevaricará o homem.
22. Aquele que é cobiçoso corre atrás das riquezas; e não sabe que
há de vir sobre ele a penúria.
23. O que repreende a um homem achará depois mais favor do que aquele
que lisonjeia com a língua.
24. O que rouba a seu pai, ou a sua mãe, e diz: Isso não é
transgressão; esse é companheiro do destruidor.
25. O cobiçoso levanta contendas; mas o que confia no senhor
prosperará.
26. O que confia no seu próprio coração é insensato; mas o que anda
sabiamente será livre.
27. O que dá ao pobre não terá falta; mas o que esconde os seus olhos
terá muitas maldições.
28. Quando os ímpios sobem, escondem-se os homens; mas quando eles
perecem, multiplicam-se os justos.
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Provérbios 29
1. Aquele que, sendo muitas vezes repreendido, endurece a cerviz, será
quebrantado de repente sem que haja cura.
2. Quando os justos governam, alegra-se o povo; mas quando o ímpio
domina, o povo geme.
3. O que ama a sabedoria alegra a seu pai; mas o companheiro de
prostitutas desperdiça a sua riqueza.
4. O rei pela justiça estabelece a terra; mas o que exige presentes a
transtorna.
5. O homem que lisonjeia a seu próximo arma-lhe uma rede aos passos.
6. Na transgressão do homem mau há laço; mas o justo canta e se
regozija.
7. O justo toma conhecimento da causa dos pobres; mas o ímpio não tem
entendimento para a conhecer.
8. Os escarnecedores abrasam a cidade; mas os sábios desviam a ira.
9. O sábio que pleiteia com o insensato, quer este se agaste quer se
ria, não terá descanso.
10. Os homens sanguinários odeiam o íntegro; mas os retos procuram o
seu bem.
11. O tolo derrama toda a sua ira; mas o sábio a reprime e aplaca.
12. O governador que dá atenção às palavras mentirosas achará que
todos os seus servos são ímpios.
13. O pobre e o opressor se encontram; o Senhor alumia os olhos de ambos.
14. Se o rei julgar os pobres com eqüidade, o seu trono será
estabelecido para sempre.
15. A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si
mesma envergonha a sua mãe.
16. Quando os ímpios se multiplicam, multiplicam-se as transgressões;
mas os justos verão a queda deles.
17. Corrige a teu filho, e ele te dará descanso; sim, deleitará o teu
coração.
18. Onde não há profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei
esse é bem-aventurado.
19. O servo não se emendará com palavras; porque, ainda que entenda,
não atenderá.
20. Vês um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há
para o tolo do que para ele.
21. Aquele que cria delicadamente o seu servo desde a meninice, no fim
tê-lo-á por herdeiro.
22. O homem iracundo levanta contendas, e o furioso multiplica as
transgressões.
23. A soberba do homem o abaterá; mas o humilde de espírito obterá
honra.
24. O que é sócio do ladrão odeia a sua própria alma; sendo
ajuramentado, nada denuncia.
25. O receio do homem lhe arma laços; mas o que confia no Senhor está
seguro.
26. Muitos buscam o favor do príncipe; mas é do Senhor que o homem
recebe a justiça.
27. O ímpio é abominação para os justos; e o que é reto no seu
caminho é abominação para o ímpio.
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Provérbios 30
1. Palavras de Agur, filho de Jaqué de Massá. Diz o homem a Itiel, e a
Ucal:
2. Na verdade que eu sou mais estúpido do que ninguém; não tenho o
entendimento do homem;
3. não aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do Santo.
4. Quem subiu ao céu e desceu? quem encerrou os ventos nos seus punhos?
mas amarrou as águas no seu manto? quem estabeleceu todas as extremidades da
terra? qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho? Certamente o sabes!
5. Toda palavra de Deus é pura; ele é um escudo para os que nele
confiam.
6. Nada acrescentes às suas palavras, para que ele não te repreenda e
tu sejas achado mentiroso.
7. Duas coisas te peço; não mas negues, antes que morra:
8. Alonga de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem
a riqueza: dá-me só o pão que me é necessário;
9. para que eu de farto não te negue, e diga: Quem é o Senhor? ou,
empobrecendo, não venha a furtar, e profane o nome de Deus.
10. Não calunies o servo diante de seu senhor, para que ele não te
amaldiçoe e fiques tu culpado.
11. Há gente que amaldiçoa a seu pai, e que não bendiz a sua mãe.
12. Há gente que é pura aos seus olhos, e contudo nunca foi lavada da
sua imundícia.
13. Há gente cujos olhos são altivos, e cujas pálpebras são
levantadas para cima.
14. Há gente cujos dentes são como espadas; e cujos queixais são como
facas, para devorarem da terra os aflitos, e os necessitados dentre os homens.
15. A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Há três coisas
que nunca se fartam; sim, quatro que nunca dizem: Basta;
16. o Seol, a madre estéril, a terra que não se farta d'água, e o fogo
que nunca diz: Basta.
17. Os olhos que zombam do pai, ou desprezam a obediência à mãe,
serão arrancados pelos corvos do vale e devorados pelos filhos da águia.
18. Há três coisas que são maravilhosas demais para mim, sim, há
quatro que não conheço:
19. o caminho da águia no ar, o caminho da cobra na penha, o caminho do
navio no meio do mar, e o caminho do homem com uma virgem.
20. Tal é o caminho da mulher adúltera: ela come, e limpa a sua boca, e
diz: não pratiquei iniqüidade.
21. Por três coisas estremece a terra, sim, há quatro que não pode
suportar:
22. o escravo quando reina; o tolo quando se farta de comer;
23. a mulher desdenhada quando se casa; e a serva quando fica herdeira da
sua senhora.
24. Quatro coisas há na terra que são pequenas, entretanto são
extremamente sábias;
25. as formigas são um povo sem força, todavia no verão preparam a sua
comida;
26. os querogrilos são um povo débil, contudo fazem a sua casa nas
rochas;
27. os gafanhotos não têm rei, contudo marcham todos enfileirados;
28. a lagartixa apanha-se com as mãos, contudo anda nos palácios dos
reis.
29. Há três que andam com elegância, sim, quatro que se movem
airosamente:
30. o leão, que é o mais forte entre os animais, e que não se desvia
diante de ninguém;
31. o galo emproado, o bode, e o rei à frente do seu povo.
32. Se procedeste loucamente em te elevares, ou se maquinaste o mal, põe
a mão sobre a boca.
33. Como o espremer do leite produz queijo verde, e o espremer do nariz
produz sangue, assim o espremer da ira produz contenda.
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Provérbios 31
1. As palavras do rei Lemuel, rei de Massá, que lhe ensinou sua mãe.
2. Que te direi, filho meu? e que te direi, ó filho do meu ventre? e que
te direi, ó filho dos meus votos?
3. Não dês às mulheres a tua força, nem os teus caminhos às que
destroem os reis.
4. Não é dos reis, ó Lemuel, não é dos reis beber vinho, nem dos
príncipes desejar bebida forte;
5. para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de
quem anda aflito.
6. Dai bebida forte ao que está para perecer, e o vinho ao que está em
amargura de espírito.
7. Bebam e se esqueçam da sua pobreza, e da sua miséria não se lembrem
mais.
8. Abre a tua boca a favor do mudo, a favor do direito de todos os
desamparados.
9. Abre a tua boca; julga retamente, e faze justiça aos pobres e aos
necessitados.
10. Álefe. Mulher virtuosa, quem a pode achar? Pois o seu valor muito
excede ao de jóias preciosas.
11. Bete. O coração do seu marido confia nela, e não lhe haverá falta
de lucro.
12. Guímel. Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.
13. Dálete. Ela busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com as
mãos.
14. Hê. É como os navios do negociante; de longe traz o seu pão.
15. Vave. E quando ainda está escuro, ela se levanta, e dá mantimento
à sua casa, e a tarefa às suas servas.
16. Zaine. Considera um campo, e compra-o; planta uma vinha com o fruto
de suas mãos.
17. Hete. Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços.
18. Tete. Prova e vê que é boa a sua mercadoria; e a sua lâmpada não
se apaga de noite.
19. Iode. Estende as mãos ao fuso, e as suas mãos pegam na roca.
20. Cafe. Abre a mão para o pobre; sim, ao necessitado estende as suas
mãos.
21. Lâmede. Não tem medo da neve pela sua família; pois todos os da
sua casa estão vestidos de escarlate.
22. Meme. Faz para si cobertas; de linho fino e de púrpura é o seu
vestido.
23. Nune. Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta entre os
anciãos da terra.
24. Sâmerue. Faz vestidos de linho, e vende-os, e entrega cintas aos
mercadores.
25. Aine. A força e a dignidade são os seus vestidos; e ri-se do tempo
vindouro.
26. Pê. Abre a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência está
na sua língua.
27. Tsadê. Olha pelo governo de sua casa, e não come o pão da
preguiça.
28. Côfe. Levantam-se seus filhos, e lhe chamam bem-aventurada, como
também seu marido, que a louva, dizendo:
29. Reche. Muitas mulheres têm procedido virtuosamente, mas tu a todas
sobrepujas.
30. Chine. Enganosa é a graça, e vã é a formosura; mas a mulher que
teme ao Senhor, essa será louvada.
31. Tau. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e louvem-na nas portas as suas
obras.
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