LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS |
Nome: O nome significa elegias ou poemas de lamentação, queixa. É uma coleção de cinco poemas nos quais se chora a destruição da cidade de Jerusalém no ano 586 antes de Cristo. O país havia sido arrasado e o povo levado prisioneiro para a Babilônia. Embora neste livro se fale muito de coisas tristes, não deixa de haver nele uma nota de confiança em Deus e de esperança no futuro.
Esboço:
As tristezas de Jerusalém - cap. 1
Deus castiga a Jerusalém - cap. 2
Castigo, arrependimento e esperança - cap. 3
Jerusalém arrasada - cap. 4
Oração pedindo misericórdia - cap. 5
Capítulos: 5
Palavra chave: Tristeza
Versículo chave: 1.1
Autor: Jeremias
Data: 625 a.C.
Mensagens:
São as mesmas apresentadas no livro de Jeremias.
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Lamentações
de Jeremias 1
1. Como está sentada solitária a cidade que era tão populosa!
tornou-se como viúva a que era grande entre as nações! A que era princesa
entre as províncias tornou-se avassalada!
2. Chora amargamente de noite, e as lágrimas lhe correm pelas faces;
não tem quem a console entre todos os seus amantes; todos os seus amigos se
houveram aleivosamente com ela; tornaram-se seus inimigos.
3. Judá foi para o cativeiro para sofrer aflição e dura servidão; ela
habita entre as nações, não acha descanso; todos os seus perseguidores a
alcançaram nas suas angústias.
4. Os caminhos de Sião pranteiam, porque não há quem venha à
assembléia solene; todas as suas portas estão desoladas; os seus sacerdotes
suspiram; as suas virgens estão tristes, e ela mesma sofre amargamente.
5. Os seus adversários a dominam, os seus inimigos prosperam; porque o
Senhor a afligiu por causa da multidão das suas transgressões; os seus
filhinhos marcharam para o cativeiro adiante do adversário.
6. E da filha de Sião já se foi todo o seu esplendor; os seus
príncipes ficaram sendo como cervos que não acham pasto e caminham sem força
adiante do perseguidor.
7. Lembra-se Jerusalém, nos dias da sua aflição e dos seus exílios,
de todas as suas preciosas coisas, que tivera desde os tempos antigos; quando
caía o seu povo na mão do adversário, e não havia quem a socorresse, os
adversários a viram, e zombaram da sua ruína.
8. Jerusalém gravemente pecou, por isso se fez imunda; todos os que a
honravam a desprezam, porque lhe viram a nudez; ela também suspira e se volta
para trás.
9. A sua imundícia estava nas suas fraldas; não se lembrava do seu fim;
por isso foi espantosamente abatida; não há quem a console; vê, Senhor, a
minha aflição; pois o inimigo se tem engrandecido.
10. Estendeu o adversário a sua mão a todas as coisas preciosas dela;
pois ela viu entrar no seu santuário as nações, acerca das quais ordenaste
que não entrassem na tua congregação.
11. Todo o seu povo anda gemendo, buscando o pão; deram as suas coisas
mais preciosas a troco de mantimento para refazerem as suas forças. Vê,
Senhor, e contempla, pois me tornei desprezível.
12. Não vos comove isto a todos vós que passais pelo caminho? Atendei e
vede se há dor igual a minha dor, que veio sobre mim, com que o Senhor me
afligiu, no dia do furor da sua ira.
13. Desde o alto enviou fogo que entra nos meus ossos, o qual se
assenhoreou deles; estendeu uma rede aos meus pés, fez-me voltar para trás,
tornou-me desolada e desfalecida o dia todo.
14. O jugo das minhas transgressões foi atado; pela sua mão elas foram
entretecidas e postas sobre o meu pescoço; ele abateu a minha força;
entregou-me o Senhor nas mãos daqueles a quem eu não posso resistir.
15. O Senhor desprezou todos os meus valentes no meio de mim; convocou
contra mim uma assembléia para esmagar os meus mancebos; o Senhor pisou como
num lagar a virgem filha de Judá.
16. Por estas coisas vou chorando; os meus olhos, os meus olhos se
desfazem em águas; porque está longe de mim um consolador que pudesse renovar
o meu ânimo; os meus filhos estão desolados, porque prevaleceu o inimigo.
17. Estende Sião as suas mãos, não há quem a console; ordenou o
Senhor acerca de Jacó que fossem inimigos os que estão em redor dele;
Jerusalém se tornou entre eles uma coisa imunda.
18. Justo é o Senhor, pois me rebelei contra os seus mandamentos; ouvi,
rogo-vos, todos os povos, e vede a minha dor; para o cativeiro foram-se as
minhas virgens e os meus mancebos.
19. Chamei os meus amantes, mas eles me enganaram; os meus sacerdotes e
os meus anciãos expiraram na cidade, enquanto buscavam para si mantimento, para
refazerem as suas forças.
20. Olha, Senhor, porque estou angustiada; turbadas estão as minhas
entranhas; o meu coração está transtornado dentro de mim; porque gravemente
me rebelei. Na rua me desfilha a espada, em casa é como a morte.
21. Ouviram como estou gemendo; mas não há quem me console; todos os
meus inimigos souberam do meu mal; alegram-se de que tu o determinaste; mas, em
trazendo tu o dia que anunciaste, eles se tornarão semelhantes a mim.
22. Venha toda a sua maldade para a tua presença, e faze-lhes como me
fizeste a mim por causa de todas as minhas transgressões; pois muitos são os
meus gemidos, e desfalecido está o meu coração.
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Lamentações
de Jeremias 2
1. Como cobriu o Senhor de nuvens na sua ira a filha de Sião! derrubou
do céu à terra a glória de Israel, e no dia da sua ira não se lembrou do
escabelo de seus pés.
2. Devorou o Senhor sem piedade todas as moradas de Jacó; derrubou no
seu furor as fortalezas da filha de Judá; abateu-as até a terra. Tratou como
profanos o reino e os seus príncipes.
3. No furor da sua ira cortou toda a força de Israel; retirou para trás
a sua destra de diante do inimigo; e ardeu contra Jacó, como labareda de fogo
que tudo consome em redor.
4. Armou o seu arco como inimigo, firmou a sua destra como adversário, e
matou todo o que era formoso aos olhos; derramou a sua indignação como fogo na
tenda da filha de Sião.
5. Tornou-se o Senhor como inimigo; devorou a Israel, devorou todos os
seus palácios, destruiu as suas fortalezas, e multiplicou na filha de Judá o
pranto e a lamentação.
6. E arrancou a sua cabana com violência, como se fosse a de uma horta;
destruiu o seu lugar de assembléia; o Senhor entregou ao esquecimento em Sião
a assembléia solene e o sábado; e na indignação da sua ira rejeitou com
desprezo o rei e o sacerdote.
7. Desprezou o Senhor o seu altar, detestou o seu santuário; entregou na
mão do inimigo os muros dos seus palácios; deram-se gritos na casa do Senhor,
como em dia de reunião solene.
8. Resolveu o Senhor destruir o muro da filha de Sião; estendeu o
cordel, não reteve a sua mão de fazer estragos; fez gemer o antemuro e o muro;
eles juntamente se enfraquecem.
9. Sepultadas na terra estão as suas portas; ele destruiu e despedaçou
os ferrolhos dela; o seu rei e os seus príncipes estão entre as nações; não
há lei; também os seus profetas não recebem visão alguma da parte do Senhor.
10. Estão sentados no chão os anciãos da filha de Sião, e ficam
calados; lançaram pó sobre as suas cabeças; cingiram sacos; as virgens de
Jerusalém abaixaram as suas cabeças até o chão.
11. Já se consumiram os meus olhos com lágrimas, turbada está a minha
alma, o meu coração se derrama de tristeza por causa do quebrantamento da
filha do meu povo; porquanto desfalecem os meninos e as crianças de peito pelas
ruas da cidade.
12. Ao desfalecerem, como feridos, pelas ruas da cidade, ao exalarem as
suas almas no regaço de suas mães, perguntam a elas: Onde está o trigo e o
vinho?
13. Que testemunho te darei, a que te compararei, ó filha de Jerusalém?
A quem te assemelharei, para te consolar, ó virgem filha de Sião? pois grande
como o mar é a tua ferida; quem te poderá curar?
14. Os teus profetas viram para ti visões falsas e insensatas; e não
manifestaram a tua iniqüidade, para te desviarem do cativeiro; mas viram para
ti profecias vãs e coisas que te levaram ao exílio.
15. Todos os que passam pelo caminho batem palmas contra ti; eles
assobiam e meneiam a cabeça sobre a filha de Jerusalém, dizendo: E esta a
cidade que denominavam a perfeição da formosura, o gozo da terra toda?
16. Todos os teus inimigos abrem as suas bocas contra ti, assobiam, e
rangem os dentes; dizem: Devoramo-la; certamente este e o dia que esperávamos;
achamo-lo, vimo-lo.
17. Fez o Senhor o que intentou; cumpriu a sua palavra, que ordenou desde
os dias da antigüidade; derrubou, e não se apiedou; fez que o inimigo se
alegrasse por tua causa, exaltou o poder dos teus adversários.
18. Clama ao Senhor, ó filha de Sião; corram as tuas lágrimas, como um
ribeiro, de dia e de noite; não te dês repouso, nem descansem os teus olhos.
19. Levanta-te, clama de noite no princípio das vigias; derrama o teu
coração como águas diante do Senhor! Levanta a ele as tuas mãos, pela vida
de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas.
20. Vê, ó Senhor, e considera a quem assim tens tratado! Acaso comerão
as mulheres o fruto de si mesmas, as crianças que trazem nos braços? ou
matar-se-á no santuário do Senhor o sacerdote e o profeta?
21. Jazem por terra nas ruas o moço e o velho; as minhas virgens e os
meus jovens vieram a cair à espada; tu os mataste no dia da tua ira;
trucidaste-os sem misericórdia.
22. Convocaste de toda a parte os meus terrores, como no dia de
assembléia solene; não houve no dia da ira do Senhor quem escapasse ou
ficasse; aqueles que eu trouxe nas mãos e criei, o meu inimigo os consumiu.
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Lamentações
de Jeremias 3
1. Eu sou o homem que viu a aflição causada pela vara do seu furor.
2. Ele me guiou e me fez andar em trevas e não na luz.
3. Deveras fez virar e revirar a sua mão contra mim o dia todo.
4. Fez envelhecer a minha carne e a minha pele; quebrou-me os ossos.
5. Levantou trincheiras contra mim, e me cercou de fel e trabalho.
6. Fez-me habitar em lugares tenebrosos, como os que estavam mortos há
muito.
7. Cercou-me de uma sebe de modo que não posso sair; agravou os meus
grilhões.
8. Ainda quando grito e clamo por socorro, ele exclui a minha oração.
9. Fechou os meus caminhos com pedras lavradas, fez tortuosas as minhas
veredas.
10. Fez-se-me como urso de emboscada, um leão em esconderijos.
11. Desviou os meus caminhos, e fez-me em pedaços; deixou-me desolado.
12. Armou o seu arco, e me pôs como alvo à flecha.
13. Fez entrar nos meus rins as flechas da sua aljava.
14. Fui feito um objeto de escárnio para todo o meu povo, e a sua
canção o dia todo.
15. Encheu-me de amarguras, fartou-me de absinto.
16. Quebrou com pedrinhas de areia os meus dentes, cobriu-me de cinza.
17. Alongaste da paz a minha alma; esqueci-me do que seja a felicidade.
18. Digo, pois: Já pereceu a minha força, como também a minha
esperança no Senhor.
19. Lembra-te da minha aflição e amargura, do absinto e do fel.
20. Minha alma ainda os conserva na memória, e se abate dentro de mim.
21. Torno a trazer isso à mente, portanto tenho esperança.
22. A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não
têm fim;
23. renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.
24. A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei
nele.
25. Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca.
26. Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do
Senhor.
27. Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade.
28. Que se assente ele, sozinho, e fique calado, porquanto Deus o pôs
sobre ele.
29. Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja esperança.
30. Dê a sua face ao que o fere; farte-se de afronta.
31. Pois o Senhor não rejeitará para sempre.
32. Embora entristeça a alguém, contudo terá compaixão segundo a
grandeza da sua misericórdia.
33. Porque não aflige nem entristece de bom grado os filhos dos homens.
34. Pisar debaixo dos pés a todos os presos da terra,
35. perverter o direito do homem perante a face do Altíssimo,
36. subverter o homem no seu pleito, não são do agrado do senhor.
37. Quem é aquele que manda, e assim acontece, sem que o Senhor o tenha
ordenado?
38. Não sai da boca do Altíssimo tanto o mal como o bem?
39. Por que se queixaria o homem vivente, o varão por causa do castigo
dos seus pecados?
40. Esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los, e voltemos para o
Senhor.
41. Levantemos os nossos corações com as mãos para Deus no céu
dizendo;
42. Nós transgredimos, e fomos rebeldes, e não perdoaste,
43. Cobriste-te de ira, e nos perseguiste; mataste, não te apiedaste.
44. Cobriste-te de nuvens, para que não passe a nossa oração.
45. Como escória e refugo nos puseste no meio dos povos.
46. Todos os nossos inimigos abriram contra nós a sua boca.
47. Temor e cova vieram sobre nós, assolação e destruição.
48. Torrentes de águas correm dos meus olhos, por causa da destruição
da filha do meu povo.
49. Os meus olhos derramam lágrimas, e não cessam, sem haver
intermissão,
50. até que o Senhor atente e veja desde o céu.
51. Os meus olhos me afligem, por causa de todas as filhas da minha
cidade.
52. Como ave me caçaram os que, sem causa, são meus inimigos.
53. Atiraram-me vivo na masmorra, e lançaram pedras sobre mim.
54. Águas correram sobre a minha cabeça; eu disse: Estou cortado.
55. Invoquei o teu nome, Senhor, desde a profundeza da masmorra.
56. Ouviste a minha voz; não escondas o teu ouvido ao meu suspiro, ao
meu clamor.
57. Tu te aproximaste no dia em que te invoquei; disseste: Não temas.
58. Pleiteaste, Senhor, a minha causa; remiste a minha vida.
59. Viste, Senhor, a injustiça que sofri; julga tu a minha causa.
60. Viste toda a sua vingança, todos os seus desígnios contra mim.
61. Ouviste as suas afrontas, Senhor, todos os seus desígnios contra
mim,
62. os lábios e os pensamentos dos que se levantam contra mim o dia
todo.
63. Observa-os ao assentarem-se e ao levantarem-se; eu sou a sua
canção.
64. Tu lhes darás a recompensa, Senhor, conforme a obra das suas mãos.
65. Tu lhes darás dureza de coração, maldição tua sobre eles.
66. Na tua ira os perseguirás, e os destruirás de debaixo dos teus
céus, ó Senhor.
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Lamentações
de Jeremias 4
1. Como se escureceu o ouro! como se mudou o ouro puríssimo! como estão
espalhadas as pedras do santuário pelas esquinas de todas as ruas!
2. Os preciosos filhos de Sião, comparáveis a ouro puro, como são
agora reputados por vasos de barro, obra das mãos de oleiro!
3. Até os chacais abaixam o peito, dão de mamar aos seus filhos; mas a
filha do meu povo tornou-se cruel como os avestruzes no deserto.
4. A língua do que mama fica pegada pela sede ao seu paladar; os meninos
pedem pão, e ninguém lho reparte.
5. Os que comiam iguarias delicadas desfalecem nas ruas; os que se
criavam em escarlata abraçam monturos.
6. Pois maior é a iniqüidade da filha do meu povo do que o pecado de
Sodoma, a qual foi subvertida como num momento, sem que mão alguma lhe tocasse.
7. Os seus nobres eram mais alvos do que a neve, mais brancos do que o
leite, eram mais ruivos de corpo do que o coral, e a sua formosura era como a de
safira.
8. Mas agora escureceu-se o seu parecer mais do que o negrume; eles não
são reconhecidos nas ruas; a sua pele se lhes pegou aos ossos; secou-se,
tornou-se como um pau. .
9. Os mortos à espada eram mais ditosos do que os mortos à fome, pois
estes se esgotavam, como traspassados, por falta dos frutos dos campos.
10. As mãos das mulheres compassivas cozeram os próprios filhos; estes
lhes serviram de alimento na destruição da filha do meu povo.
11. Deu o Senhor cumprimento ao seu furor, derramou o ardor da sua ira; e
acendeu um fogo em Sião, que consumiu os seus fundamentos.
12. Não creram os reis da terra, bem como nenhum dos moradores do mundo,
que adversário ou inimigo pudesse entrar pelas portas de Jerusalém.
13. Isso foi por causa dos pecados dos seus profetas e das iniqüidades
dos seus sacerdotes, que derramaram no meio dela o sangue dos justos.
14. Vagueiam como cegos pelas ruas; andam contaminados de sangue, de tal
sorte que não se lhes pode tocar nas roupas.
15. Desviai-vos! imundo! gritavam-lhes; desviai-vos, desviai-vos, não
toqueis! Quando fugiram, e andaram, vagueando, dizia-se entre as nações: Nunca
mais morarão aqui.
16. A ira do Senhor os espalhou; ele nunca mais tornará a olhar para
eles; não respeitaram a pessoa dos sacerdotes, nem se compadeceram dos velhos.
17. Os nossos olhos desfaleciam, esperando o nosso vão socorro. em
vigiando olhávamos para uma nação, que não podia, livrai.
18. Espiaram os nossos passos, de maneira que não podíamos andar pelas
nossas ruas; o nosso fim estava perto; estavam contados os nossos dias, porque
era chegado o nosso fim.
19. Os nossos perseguidores foram mais ligeiros do que as águias do
céu; sobre os montes nos perseguiram, no deserto nos armaram ciladas.
20. O fôlego da nossa vida, o ungido do Senhor, foi preso nas covas
deles, o mesmo de quem dizíamos: Debaixo da sua sombra viveremos entre as
nações.
21. Regozija-te, e alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de
Uz; o cálice te passará a ti também; embebedar-te-ás, e te descobrirás.
22. Já se cumpriu o castigo da tua iniqüidade, ó filha de Sião; ele
nunca mais te levará para o cativeiro; ele visitará a tua iniqüidade, ó
filha de Edom; descobrirá os teus pecados.
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Lamentações
de Jeremias 5
1. Lembra-te, Senhor, do que nos tem sucedido; considera, e olha para o
nosso opróbrio.
2. A nossa herdade passou a estranhos, e as nossas casas a forasteiros.
3. órfãos somos sem pai, nossas mães são como viuvas.
4. A nossa água por dinheiro a bebemos, por preço vem a nossa lenha.
5. Os nossos perseguidores estão sobre os nossos pescoços; estamos
cansados, e não temos descanso.
6. Aos egípcios e aos assírios estendemos as mãos, para nos fartarmos
de pão.
7. Nossos pais pecaram, e já não existem; e nós levamos as suas
iniqüidades.
8. Escravos dominam sobre nós; ninguém há que nos arranque da sua
mão.
9. Com perigo de nossas vidas obtemos o nosso pão, por causa da espada
do deserto.
10. Nossa pele está abraseada como um forno, por causa do ardor da fome.
11. Forçaram as mulheres em Sião, as virgens nas cidades de Judá.
12. Príncipes foram enforcados pelas mãos deles; as faces dos anciãos
não foram respeitadas.
13. Mancebos levaram a mó; meninos tropeçaram sob fardos de lenha.
14. Os velhos já não se assentam nas portas, os mancebos já não
cantam.
15. Cessou o gozo de nosso coração; converteu-se em lamentação a
nossa dança.
16. Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós. porque pecamos.
17. Portanto desmaiou o nosso coração; por isso se escureceram os
nossos olhos.
18. Pelo monte de Sião, que está assolado, andam os chacais.
19. Tu, Senhor, permaneces eternamente; e o teu trono subsiste de
geração em geração.
20. Por que te esquecerias de nós para sempre, por que nos desampararias
por tanto tempo?
21. Converte-nos a ti, Senhor, e seremos convertidos; renova os nossos
dias como dantes;
22. se é que não nos tens de todo rejeitado, se é que não estás
sobremaneira irado contra nos.
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