ISAÍAS |
Nome: Isaías, um dos maiores profetas do Velho Testamento, anunciou as suas mensagens ao povo do reino de Judá e aos moradores da cidade de Jerusalém entre 742 e 687 a.C. Os temas principais das mensagens são o poder do Deus de Israel sobre todas as coisas e a sua santidade perfeita. Isaías é considerado um profeta messiânico, pois dentro todos, é o que mais anuncia a vinda do Messias. Interessante é que o livro tem 66 capítulos (a Bíblia tem 66 livros) e os primeiros 39 falam das coisas do seu tempo ( o V.T. tem 39 livros), enquanto os últimos 27 anunciam basicamente a salvação que Deus enviará sobre Israel (o N.T. Tem 27 livros).
Esboço:
Avisos e promessas - caps. 1-12
O castigo das nações - caps. 13-23
Deus julga o mundo - caps. 24-27
Mais avisos e promessas - caps. 28-35
O rei Ezequias e os assírios - caps. 36-39
Mensagens de promessa e de esperança - caps. 40-55
Avisos e promessas - caps. 56-66
Capítulos: 66
Palavra chave: Salvação
Versículo chave: 53.5
Autor: Isaías
Data: 745 a.C.
Mensagens:
Nenhum outro livro é mais rico em lições gerais do que este.
Entre as mais notáveis ao leitor comum encontram-se:
1) Lições vistas em qualquer lugar do livro.
a) Deus conhece o pecado e a calamidade do homem.
b) Deus está grandemente interessado no homem e deseja ajudá-lo.
c) Deus envia mensageiros para falarem aos homens sobre o perigo
no qual se encontram e sobre seu desejo de ajudá-los.
2) Lições sobre o governo de Deus. Existem quatro:
a) O governo atua visando a graça, enquanto a graça atua
visando o governo.Ele nos governa para que possamos ter graça e
mostra-nos a graça para que possa nos governar.
b) A salvação pela graça é seguida pela submissão ao
controle.
c) Os princípios de governo de Deus são baseados na retidão e
na justiça.
d) O seu governo é caracterizado pela paciência, persistência
e poder.
3) Lições acerca da graça.
a) O pecado violenta a graça. Isso é visto mais claramente na
cruz.
b) A salvação humana depende da submissão à ação da graça
na cruz.
c) O destino do homem é decidido pela resposta ao efeito da cruz
sobre si.
Escolha o capítulo que deseja estudar:
Isaías
1
1. A visão de Isaías, filho de Amoz, que ele teve a respeito de Judá e
Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias, reis de Judá.
2. Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque falou o Senhor: Criei
filhos, e os engrandeci, mas eles se rebelaram contra mim.
3. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono;
mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.
4. Ah, nação pecadora, povo carregado de iniqüidade, descendência de
malfeitores, filhos que praticam a corrupção! Deixaram o Senhor, desprezaram o
Santo de Israel, voltaram para trás.
5. Por que seríeis ainda castigados, que persistis na rebeldia? Toda a
cabeça está enferma e todo o coração fraco.
6. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã; há só
feridas, contusões e chagas vivas; não foram espremidas, nem atadas, nem
amolecidas com óleo.
7. O vosso país está assolado; as vossas cidades abrasadas pelo fogo; a
vossa terra os estranhos a devoram em vossa presença, e está devastada, como
por uma pilhagem de estrangeiros.
8. E a filha de Sião é deixada como a cabana na vinha, como a choupana
no pepinal, como cidade sitiada.
9. Se o Senhor dos exércitos não nos deixara alguns sobreviventes, já
como Sodoma seríamos, e semelhantes a Gomorra.
10. Ouvi a palavra do Senhor, governadores de Sodoma; dai ouvidos à lei
do nosso Deus, ó povo de Gomorra.
11. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o
Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais
cevados; e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes.
12. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós
isto, que viésseis pisar os meus átrios?
13. Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim
abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembléias ...
não posso suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene!
14. As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as
aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer.
15. Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos;
e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas
mãos estão cheias de sangue.
16. Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade
dos vossos atos; cessai de fazer o mal;
17. aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão,
fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva.
18. Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados
são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são
vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã.
19. Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra;
20. mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada;
pois a boca do Senhor o disse.
21. Como se fez prostituta a cidade fiel! ela que estava cheia de
retidão! A justiça habitava nela, mas agora homicidas.
22. A tua prata tornou-se em escória, o teu vinho se misturou com água.
23. Os teus príncipes são rebeldes, e companheiros de ladrões; cada um
deles ama as peitas, e anda atrás de presentes; não fazem justiça ao órfão,
e não chega perante eles a causa da viúva.
24. portanto diz o Senhor Deus dos exércitos, o Poderoso de Israel: Ah!
livrar-me-ei dos meus adversários, e vingar-me-ei dos meus inimigos.
25. Voltarei contra ti a minha mão, e purificarei como com potassa a tua
escória; e tirar-te-ei toda impureza;
26. e te restituirei os teus juízes, como eram dantes, e os teus
conselheiros, como no princípio, então serás chamada cidade de justiça,
cidade fiel.
27. Sião será resgatada pela justiça, e os seus convertidos, pela
retidão.
28. Mas os transgressores e os pecadores serão juntamente destruídos; e
os que deixarem o Senhor serão consumidos.
29. Porque vos envergonhareis por causa dos terebintos de que vos
agradastes, e sereis confundidos por causa dos jardins que escolhestes.
30. Pois sereis como um carvalho cujas folhas são murchas, e como um
jardim que não tem água.
31. E o forte se tornará em estopa, e a sua obra em faísca; e ambos
arderão juntamente, e não haverá quem os apague.
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Isaías 2
1. A visão que teve Isaías, filho de Amoz, a respeito de Judá e de
Jerusalém.
2. Acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do
Senhor, será estabelecido como o mais alto dos montes e se elevará por cima
dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações.
3. Irão muitos povos, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, à
casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas
veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.
4. E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e
estes converterão as suas espadas em relhas de arado, e as suas lanças em
foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão
mais a guerra.
5. Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do Senhor.
6. Mas tu rejeitaste o teu povo, a casa de Jacó; porque estão cheios de
adivinhadores do Oriente, e de agoureiros, como os filisteus, e fazem alianças
com os filhos dos estrangeiros.
7. A sua terra está cheia de prata e ouro, e são sem limite os seus
tesouros; a sua terra está cheia de cavalos, e os seus carros não tem fim.
8. Também a sua terra está cheia de ídolos; inclinam-se perante a obra
das suas mãos, diante daquilo que os seus dedos fabricaram.
9. Assim, pois, o homem é abatido, e o varão é humilhado; não lhes
perdoes!
10. Entra nas rochas, e esconde-te no pó, de diante da espantosa
presença do Senhor e da glória da sua majestade.
11. Os olhos altivos do homem serão abatidos, e a altivez dos varões
será humilhada, e só o Senhor será exaltado naquele dia.
12. Pois o Senhor dos exércitos tem um dia contra todo soberbo e altivo,
e contra todo o que se exalta, para que seja abatido;
13. contra todos os cedros do Líbano, altos e sublimes; e contra todos
os carvalhos de Basã;
14. contra todos os montes altos, e contra todos os outeiros elevados;
15. contra toda torre alta, e contra todo muro fortificado;
16. e contra todos os navios de Társis, e contra toda a nau vistosa.
17. E a altivez do homem será humilhada, e o orgulho dos varões se
abaterá, e só o Senhor será exaltado naquele dia.
18. E os ídolos desaparecerão completamente.
19. Então os homens se meterão nas cavernas das rochas, e nas covas da
terra, por causa da presença espantosa do Senhor, e da glória da sua
majestade, quando ele se levantar para assombrar a terra.
20. Naquele dia o homem lançará às toupeiras e aos morcegos os seus
ídolos de prata, e os seus ídolos de ouro, que fizeram para ante eles se
prostrarem,
21. para se meter nas fendas das rochas, e nas cavernas das penhas, por
causa da presença espantosa do Senhor e da glória da sua majestade, quando ele
se levantar para assombrar a terra.
22. Deixai-vos pois do homem cujo fôlego está no seu nariz; porque em
que se deve ele estimar?
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Isaías 3
1. Porque eis que o Senhor Deus dos exércitos está tirando de
Jerusalém e de Judá o bordão e o cajado, isto é, todo o recurso de pão, e
todo o recurso de água;
2. o valente e o soldado, o juiz e o profeta, o adivinho e o ancião;
3. o capitão de cinqüenta e o respeitável, o conselheiro, o artífice
hábil e o encantador perito;
4. e dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças governarão sobre
eles.
5. O povo será oprimido; um será contra o outro, e cada um contra o seu
próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e o vil contra o nobre.
6. Quando alguém pegar de seu irmão na casa de seu pai, dizendo: Tu
tens roupa, tu serás o nosso príncipe, e tomarás sob a tua mão esta ruína.
7. Naquele dia levantará este a sua voz, dizendo: Não quero ser
médico; pois em minha casa não há pão nem roupa; não me haveis de
constituir governador sobre o povo.
8. Pois Jerusalém tropeçou, e Judá caiu; porque a sua língua e as
suas obras são contra o Senhor, para afrontarem a sua gloriosa presença.
9. O aspecto do semblante dá testemunho contra eles; e, como Sodoma,
publicam os seus pecados sem os disfarçar. Ai da sua alma! porque eles fazem
mal a si mesmos.
10. Dizei aos justos que bem lhes irá; porque comerão do fruto das suas
obras.
11. Ai do ímpio! mal lhe irá; pois se lhe fará o que as suas mãos
fizeram.
12. Quanto ao meu povo, crianças são os seus opressores, e mulheres
dominam sobre eles. Ah, povo meu! os que te guiam te enganam, e destroem o
caminho das tuas veredas.
13. O Senhor levanta-se para pleitear, e põe-se de pé para julgar os
povos.
14. O Senhor entra em juízo contra os anciãos do seu povo, e contra os
seus príncipes; sois vós que consumistes a vinha; o espólio do pobre está em
vossas casas.
15. Que quereis vós, que esmagais o meu povo e moeis o rosto do pobre?
diz o Senhor Deus dos exércitos.
16. Diz ainda mais o Senhor: Porquanto as filhas de Sião são altivas, e
andam de pescoço emproado, lançando olhares impudentes; e, ao andarem, vão de
passos curtos, fazendo tinir os ornamentos dos seus pés;
17. o Senhor fará tinhosa a cabeça das filhas de Sião, e o Senhor
porá a descoberto a sua nudez.
18. Naquele dia tirará o Senhor os seus enfeites: os anéis dos
artelhos, as toucas, os colares em forma de meia lua,
19. os pendentes, e os braceletes, e os véus;
20. os diademas, as cadeias dos artelhos, os cintos, as caixinhas de
perfumes e os amuletos;
21. os anéis, e as jóias pendentes do nariz;
22. os vestidos de festa, e os mantos, e os xales, e os bolsos;
23. os vestidos diáfanos, e as capinhas de linho, e os turbantes, e os
véus.
24. E será que em lugar de perfume haverá mau cheiro, e por cinto, uma
corda; em lugar de encrespadura de cabelos, calvície; e em lugar de veste
luxuosa, cinto de cilício; e queimadura em lugar de formosura.
25. Teus varões cairão à espada, e teus valentes na guerra.
26. E as portas da cidade gemerão e se carpirão e, desolada, ela se
sentará no pó.
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Isaías 4
1. Sete mulheres naquele dia lançarão mão dum só homem, dizendo: Nós
comeremos do nosso pão, e nos vestiremos de nossos vestidos; tão somente
queremos ser chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio.
2. Naquele dia o renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória, e o
fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel.
3. E será que aquele que ficar em Sião e permanecer em Jerusalém,
será chamado santo, isto é, todo aquele que estiver inscrito entre os vivos em
Jerusalém;
4. Quando o Senhor tiver lavado a imundícia das filhas de Sião, e tiver
limpado o sangue de Jerusalém do meio dela com o espírito de justiça, e com o
espírito de ardor.
5. E criará o Senhor sobre toda a extensão do monte Sião, e sobre as
assembléias dela, uma nuvem de dia, e uma fumaça, e um resplendor de fogo
flamejante de noite; porque sobre toda a glória se estenderá um dossel.
6. Também haverá de dia um pavilhão para sombra contra o calor, e para
refúgio e esconderijo contra a tempestade e a chuva.
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Isaías 5
1. Ora, seja-me permitido cantar para o meu bem amado uma canção de
amor a respeito da sua vinha. O meu amado possuía uma vinha num outeiro
fertilíssimo.
2. E, revolvendo-a com enxada e limpando-a das pedras, plantou-a de
excelentes vides, e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um
lagar; e esperava que desse uvas, mas deu uvas bravas.
3. Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá, julgai,
vos peço, entre mim e a minha vinha.
4. Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? e
por que, esperando eu que desse uvas, veio a produzir uvas bravas?
5. Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha:
tirarei a sua sebe, e será devorada; derrubarei a sua parede, e será pisada;
6. e a tornarei em deserto; não será podada nem cavada, mas crescerão
nela sarças e espinheiro; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva
sobre ela.
7. Pois a vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e os homens
de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercessem juízo, mas
eis aqui derramamento de sangue; justiça, e eis aqui clamor.
8. Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo,
até que não haja mais lugar, de modo que habitem sós no meio da terra!
9. A meus ouvidos disse o Senhor dos exércitos: Em verdade que muitas
casas ficarão desertas, e até casas grandes e lindas sem moradores.
10. E dez jeiras de vinha darão apenas um bato, e um hômer de semente
não dará mais do que uma efa.
11. Ai dos que se levantam cedo para correrem atrás da bebida forte e
continuam até a noite, até que o vinho os esquente!
12. Têm harpas e alaúdes, tamboris e pífanos, e vinho nos seus
banquetes; porém não olham para a obra do Senhor, nem consideram as obras das
mãos dele.
13. Portanto o meu povo é levado cativo, por falta de entendimento; e os
seus nobres estão morrendo de fome, e a sua multidão está seca de sede.
14. Por isso o Seol aumentou o seu apetite, e abriu a sua boca
desmesuradamente; e para lá descem a glória deles, a sua multidão, a sua
pompa, e os que entre eles se exultam.
15. O homem se abate, e o varão se humilha, e os olhos dos altivos se
abaixam.
16. Mas o Senhor dos exércitos é exaltado pelo juízo, e Deus, o Santo,
é santificado em justiça.
17. Então os cordeiros pastarão como em seus pastos; e nos campos
desertos se apascentarão cevados e cabritos.
18. Ai dos que puxam a iniqüidade com cordas de falsidade, e o pecado
como com tirantes de carros!
19. E dizem: Apresse-se Deus, avie a sua obra, para que a vejamos; e
aproxime-se e venha o propósito do Santo de Israel, para que o conheçamos.
20. Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que põem as trevas por
luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por amargo!
21. Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e astutos em seu
próprio conceito!
22. Ai dos que são poderosos para beber vinho, e valentes para misturar
bebida forte;
23. dos que justificam o ímpio por peitas, e ao inocente lhe tiram o seu
direito!
24. Pelo que, como a língua de fogo consome o restolho, e a palha se
desfaz na chama assim a raiz deles será como podridão, e a sua flor se
esvaecerá como pó; porque rejeitaram a lei do Senhor dos exércitos, e
desprezaram a palavra do santo de Israel,
25. Por isso se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, e o Senhor
estendeu a sua mão contra ele, e o feriu; e as montanhas tremeram, e os seus
cadáveres eram como lixo no meio das ruas; com tudo isto não tornou atrás a
sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.
26. E ele arvorará um estandarte para as nações de longe, e lhes
assobiará desde a extremidade da terra; e eis que virão muito apressadamente.
27. Não há entre eles cansado algum nem quem tropece; ninguém cochila
nem dorme; não se lhe desata o cinto dos lombos, nem se lhe quebra a correia
dos sapatos.
28. As suas flechas são agudas, e todos os seus arcos retesados; os
cascos dos seus cavalos são reputados como pederneira, e as rodas dos seus
carros qual redemoinho.
29. O seu rugido é como o do leão; rugem como filhos de leão; sim,
rugem e agarram a presa, e a levam, e não há quem a livre.
30. E bramarão contra eles naquele dia, como o bramido do mar; e se
alguém olhar para a terra, eis que só verá trevas e angústia, e a luz se
escurecerá nas nuvens sobre ela.
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Isaías 6
1. No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um
alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo.
2. Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria
o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava.
3. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o
Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória.
4. E as bases dos limiares moveram-se à voz do que clamava, e a casa se
enchia de fumaça.
5. Então disse eu: Ai de mim! pois estou perdido; porque sou homem de
lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos
viram o rei, o Senhor dos exércitos!
6. Então voou para mim um dos serafins, trazendo na mão uma brasa viva,
que tirara do altar com uma tenaz;
7. e com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto tocou os teus
lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado o teu pecado.
8. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem
irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.
9. Disse, pois, ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não
entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.
10. Engorda o coração deste povo, e endurece-lhe os ouvidos, e
fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos,
e entenda com o coração, e se converta, e seja sarado.
11. Então disse eu: Até quando, Senhor? E respondeu: Até que sejam
assoladas as cidades, e fiquem sem habitantes, e as casas sem moradores, e a
terra seja de todo assolada,
12. e o Senhor tenha removido para longe dela os homens, e sejam muitos
os lugares abandonados no meio da terra.
13. Mas se ainda ficar nela a décima parte, tornará a ser consumida,
como o terebinto, e como o carvalho, dos quais, depois de derrubados, ainda fica
o toco. A santa semente é o seu toco.
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Isaías 7
1. Sucedeu, pois, nos dias de Acaz, filho de Jotão, filho de Uzias, rei
de Judá, que Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias, rei de Israel,
subiram a Jerusalém, para pelejarem contra ela, mas não a puderam conquistar.
2. Quando deram aviso à casa de Davi, dizendo: A Síria fez aliança com
Efraim; ficou agitado o coração de Acaz, e o coração do seu povo, como se
agitam as árvores do bosque à força do vento.
3. Então disse o Senhor a Isaías: saí agora, tu e teu filho
Sear-Jasube, ao encontro de Acaz, ao fim do aqueduto da piscina superior, na
estrada do campo do lavandeiro,
4. e dize-lhe: Acautela-te e aquieta-te; não temas, nem te desfaleça o
coração por causa destes dois pedaços de tições fumegantes; por causa do
ardor da ira de Rezim e da Síria, e do filho de Remalias.
5. Porquanto a Síria maquinou o mal contra ti, com Efraim e com o filho
de Remalias, dizendo:
6. Subamos contra Judá, e amedrontemo-lo, e demos sobre ele, tomando-o
para nós, e façamos reinar no meio dele o filho de Tabeel.
7. Assim diz o Senhor Deus: Isto não subsistirá, nem tampouco
acontecerá.
8. Pois a cabeça da Síria é Damasco, e o cabeça de Damasco é Rezim;
e dentro de sessenta e cinco anos Efraim será quebrantado, e deixará de ser
povo.
9. Entretanto a cabeça de Efraim será Samária, e o cabeça de Samária
o filho de Remalias; se não o crerdes, certamente não haveis de permanecer.
10. De novo falou o Senhor com Acaz, dizendo:
11. Pede para ti ao Senhor teu Deus um sinal; pede-o ou em baixo nas
profundezas ou em cima nas alturas.
12. Acaz, porém, respondeu: Não o pedirei nem porei à prova o Senhor.
13. Então disse Isaías: Ouvi agora, ó casa de Davi: Pouco vos é
afadigardes os homens, que ainda afadigareis também ao meu Deus?
14. Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem
conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.
15. Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o
bem.
16. Pois antes que o menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, será
desolada a terra dos dois reis perante os quais tu tremes de medo.
17. Mas o Senhor fará vir sobre ti, e sobre o teu povo e sobre a casa de
teu pai, dias tais, quais nunca vieram, desde o dia em que Efraim se separou de
Judá, isto é, fará vir o rei da Assíria.
18. Naquele dia assobiará o Senhor às moscas que há no extremo dos
rios do Egito, e às abelhas que estão na terra da Assíria.
19. E elas virão, e pousarão todas nos vales desertos e nas fendas das
rochas, e sobre todos os espinheirais, e sobre todos os prados.
20. Naquele dia rapará o Senhor com uma navalha alugada, que está além
do Rio, isto é, com o rei da Assíria, a cabeça e os cabelos dos pés; e até
a barba arrancará.
21. Sucederá naquele dia que um homem criará uma vaca e duas ovelhas;
22. e por causa da abundância do leite que elas hão de dar, comerá
manteiga; pois manteiga e mel comerá todo aquele que ficar de resto no meio da
terra.
23. Sucederá também naquele dia que todo lugar, em que antes havia mil
vides, do valor de mil siclos de prata, será para sarças e para espinheiros.
24. Com arco e flechas entrarão ali; porque as sarças e os espinheiros
cobrirão toda a terra.
25. Quanto a todos os outeiros que costumavam cavar com enxadas, para ali
não chegarás, por medo das sarças e dos espinheiros; mas servirão de pasto
para os bois, e serão pisados pelas ovelhas.
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Isaías 8
1. Disse-me também o Senhor: Toma uma tábua grande e escreve nela em
caracteres legíveis: Maer-Salal-Has-Baz;
2. tomei pois, comigo fiéis testemunhas, a Urias sacerdote, e a
Zacarias, filho de Jeberequias.
3. E fui ter com a profetisa; e ela concebeu, e deu à luz um filho; e o
Senhor me disse: Põe-lhe o nome de Maer-Salal-Has-Baz.
4. Pois antes que o menino saiba dizer meu pai ou minha mãe, se levarão
as riquezas de Damasco, e os despojos de Samária, diante do rei da Assíria.
5. E continuou o Senhor a falar ainda comigo, dizendo:
6. Porquanto este povo rejeitou as águas de Siloé, que correm
brandamente, e se alegrou com Rezim e com o filho de Remalias,
7. eis que o Senhor fará vir sobre eles as águas do Rio, fortes e
impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre
todos os seus leitos, e transbordará por todas as suas ribanceiras;
8. e passará a Judá, inundando-o, e irá passando por ele e chegará
até o pescoço; e a extensão de suas asas encherá a largura da tua terra, ó
Emanuel.
9. Exasperai-vos, ó povos, e sereis quebrantados; dai ouvidos, todos os
que sois de terras longínquas; cingi-vos e sereis feitos em pedaços, cingi-vos
e sereis feitos em pedaços;
10. Tomai juntamente conselho, e ele será frustrado; dizei uma palavra,
e ela não subsistirá; porque Deus é conosco.
11. Pois assim o Senhor me falou, com sua forte mão deitada em mim, e me
admoestou a que não andasse pelo caminho deste povo, dizendo:
12. Não chameis conspiração a tudo quanto este povo chama
conspiração; e não temais aquilo que ele teme, nem por isso vos assombreis.
13. Ao Senhor dos exércitos, a ele santificai; e seja ele o vosso temor
e seja ele o vosso assombro.
14. Então ele vos será por santuário; mas servirá de pedra de
tropeço, e de rocha de escândalo, às duas casas de Israel; de armadilha e de
laço aos moradores de Jerusalém.
15. E muitos dentre eles tropeçarão, e cairão, e serão quebrantados,
e enlaçados, e presos.
16. Ata o testemunho, sela a lei entre os meus discípulos.
17. Esperarei no Senhor, que esconde o seu rosto da casa de Jacó, e a
ele aguardarei.
18. Eis-me aqui, com os filhos que me deu o Senhor; são como sinais e
portentos em Israel da parte do Senhor dos exércitos, que habita no monte Sião.
19. Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os
feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não consultará um povo
a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos?
20. A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra,
nunca lhes raiará a alva.
21. E passarão pela terra duramente oprimidos e famintos; e, tendo fome,
se agastarão, e amaldiçoarão o seu rei e o seu Deus, olhando para o céu em
cima;
22. e para a terra em baixo, e eis aí angústia e escuridão, tristeza
da aflição; e para as trevas serão empurrados.
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Isaías 9
1. Mas para a que estava aflita não haverá escuridão. Nos primeiros
tempos, ele envileceu a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas nos últimos
tempos fará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia dos
gentios.
2. O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e sobre os que
habitavam na terra de profunda escuridão resplandeceu a luz.
3. Tu multiplicaste este povo, a alegria lhe aumentaste; todos se
alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando se
repartem os despojos.
4. Porque tu quebraste o jugo da sua carga e o bordão do seu ombro, que
é o cetro do seu opressor, como no dia de Midiã.
5. Porque todo calçado daqueles que andavam no tumulto, e toda capa
revolvida em sangue serão queimados, servindo de pasto ao fogo.
6. Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará
sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte,
Pai Eterno, Príncipe da Paz.
7. Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de
Davi e no seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e em
justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exércitos fará isso.
8. O Senhor enviou uma palavra a Jacó, e ela caiu em Israel.
9. E todo o povo o saberá, Efraim e os moradores de Samária, os quais
em soberba e altivez de coração dizem:
10. Os tijolos caíram, mas com cantaria tornaremos a edificar;
cortaram-se os sicômoros, mas por cedros os substituiremos.
11. Pelo que o Senhor suscita contra eles os adversários de Rezim, e
instiga os seus inimigos,
12. os sírios do Oriente, e os filisteus do Ocidente; e eles devoram a
Israel à boca escancarada. Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda
está estendida a sua mão.
13. Todavia o povo não se voltou para quem o feriu, nem buscou ao Senhor
dos exércitos.
14. Pelo que o Senhor cortou de Israel a cabeça e a cauda, o ramo e o
junco, num mesmo dia.
15. O ancião e o varão de respeito, esse é a cabeça; e o profeta que
ensina mentiras, esse e a cauda.
16. Porque os que guiam este povo o desencaminham; e os que por eles são
guiados são devorados.
17. Pelo que o Senhor não se regozija nos seus jovens, e não se
compadece dos seus órfãos e das suas viúvas; porque todos eles são profanos
e malfeitores, e toda boca profere doidices. Com tudo isso não se apartou a sua
ira, mas ainda está estendida a sua mão.
18. Pois a impiedade lavra como um fogo que devora espinhos e abrolhos, e
se ateia no emaranhado da floresta; e eles sobem ao alto em espessas nuvens de
fumaça.
19. Por causa da ira do Senhor dos exércitos a terra se queima, e o povo
é como pasto do fogo; ninguém poupa ao seu irmão.
20. Se colher da banda direita, ainda terá fome, e se comer da banda
esquerda, ainda não se fartará; cada um comerá a carne de seu braço.
21. Manassés será contra Efraim, e Efraim contra Manassés, e ambos
eles serão contra Judá. Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda
está estendida a sua mão.
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Isaías 10
1. Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem
perversidades;
2. para privarem da justiça os necessitados, e arrebatarem o direito aos
aflitos do meu povo; para despojarem as viúvas e roubarem os órfãos!
3. Mas que fareis vós no dia da visitação, e na desolação, que há
de vir de longe? a quem recorrereis para obter socorro, e onde deixareis a vossa
riqueza?
4. Nada mais resta senão curvar-vos entre os presos, ou cair entre os
mortos. Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua
mão.
5. Ai da Assíria, a vara da minha ira, porque a minha indignação é
como bordão nas suas mãos.
6. Eu a envio contra uma nação ímpia; e contra o povo do meu furor lhe
dou ordem, para tomar o despojo, para arrebatar a presa, e para os pisar aos
pés, como a lama das ruas.
7. Todavia ela não entende assim, nem o seu coração assim o imagina;
antes no seu coração intenta destruir e desarraigar não poucas nações.
8. Pois diz: Não são meus príncipes todos eles reis?
9. Não é Calnó como Carquêmis? não é Hamate como Arpade? e Samária
como Damasco?
10. Do mesmo modo que a minha mão alcançou os reinos dos ídolos, ainda
que as suas imagens esculpidas eram melhores do que as de Jerusalém e de
Samária.
11. como fiz a Samária e aos seus ídolos, não o farei igualmente a
Jerusalém e aos seus ídolos?
12. Por isso acontecerá que, havendo o Senhor acabado toda a sua obra no
monte Sião e em Jerusalém, então castigará o rei da Assíria pela
arrogância do seu coração e a pomba da altivez dos seus olhos.
13. Porquanto diz ele: Com a força da minha mão o fiz, e com a minha
sabedoria, porque sou entendido; eu removi os limites dos povos, e roubei os
seus tesouros, e como valente abati os que se sentavam sobre tronos.
14. E achou a minha mão as riquezas dos povos como a um ninho; e como se
ajuntam os ovos abandonados, assim eu ajuntei toda a terra; e não houve quem
movesse a asa, ou abrisse a boca, ou chilreasse.
15. Porventura gloriar-se-á o machado contra o que corta com ele? ou se
engrandecerá a serra contra o que a maneja? como se a vara movesse o que a
levanta, ou o bordão levantasse aquele que não é pau!
16. Pelo que o Senhor Deus dos exércitos fará definhar os que entre
eles são gordos, e debaixo da sua glória ateará um incêndio, como incêndio
de fogo.
17. A Luz de Israel virá a ser um fogo e o seu Santo uma labareda, que
num só dia abrasará e consumirá os seus espinheiros e as suas sarças.
18. Também consumirá a glória da sua floresta, e do seu campo fértil,
desde a alma até o corpo; e será como quando um doente vai definhando.
19. E o resto das árvores da sua floresta será tão pouco que um menino
as poderá contar.
20. E acontecerá naquele dia que o resto de Israel, e os que tiverem
escapado da casa de Jacó, nunca mais se estribarão sobre aquele que os feriu;
antes se estribarão lealmente sobre o Senhor, o Santo de Israel.
21. Um resto voltará; sim, o resto de Jacó voltará para o Deus forte.
22. Porque ainda que o teu povo, ó Israel, seja como a areia do mar, só
um resto dele voltará. Uma destruição está determinada, trasbordando de
justiça.
23. Pois uma destruição, e essa já determinada, o Senhor Deus dos
exércitos executará no meio de toda esta terra.
24. Pelo que assim diz o Senhor Deus dos exércitos: ó povo meu, que
habitas em Sião, não temas a Assíria, quando te ferir com a vara, e contra ti
levantar o seu bordão a maneira dos egípcios;
25. porque daqui a bem pouco se cumprirá a minha indignação, e a minha
ira servirá para os consumir.
26. E o Senhor dos exércitos suscitará contra ela um flagelo, como a
matança de Midiã junto à rocha de Orebe; e a sua vara se estenderá sobre o
mar, e ele a levantará como no Egito.
27. E naquele dia a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do
teu pescoço; e o jugo será quebrado por causa da gordura.
28. Os assírios já chegaram a Aiate, passaram por Migrom; em Micmás
deixam depositada a sua bagagem;
29. já atravessaram o desfiladeiro, já se alojam em Geba; Ramá treme,
Gibeá de Saul já fugiu.
30. Clama com alta voz, ó filha de Galim! Ouve, ó Laís! Responde-lhe,
ó Anatote!
31. Já se foi Madmena; os moradores de Gebim procuram refúgio.
32. Hoje mesmo parará em Nobe; sacudirá o punho contra o monte da filha
de Sião, o outeiro de Jerusalém.
33. Eis que o Senhor Deus dos exércitos cortará os ramos com
violência; e os de alta estatura serão cortados, e os elevados serão
abatidos.
34. E cortará com o ferro o emaranhado da floresta, e o Líbano cairá
pela mão de um poderoso.
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Isaías 11
1. Então brotará um rebento do toco de Jessé, e das suas raízes um
renovo frutificará.
2. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria
e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de
conhecimento e de temor do Senhor.
3. E deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista
dos seus olhos, nem decidirá segundo o ouvir dos seus ouvidos;
4. mas julgará com justiça os pobres, e decidirá com eqüidade em
defesa dos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o
sopro dos seus lábios matará o ímpio.
5. A justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos
seus rins.
6. Morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará;
e o bezerro, e o leão novo e o animal cevado viverão juntos; e um menino
pequeno os conduzirá.
7. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão;
e o leão comerá palha como o boi.
8. A criança de peito brincará sobre a toca da áspide, e a desmamada
meterá a sua mão na cova do basilisco.
9. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte; porque a
terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.
10. Naquele dia a raiz de Jessé será posta por estandarte dos povos, à
qual recorrerão as nações; gloriosas lhe serão as suas moradas.
11. Naquele dia o Senhor tornará a estender a sua mão para adquirir
outra vez e resto do seu povo, que for deixado, da Assíria, do Egito, de Patros,
da Etiópia, de Elão, de Sinar, de Hamate, e das ilhas de mar.
12. Levantará um pendão entre as nações e ajuntará os desterrados de
Israel, e es dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra.
13. Também se esvaecerá a inveja de Efraim, e os vexadores de Judá
serão desarraigados; Efraim não invejará a Judá e Judá não vexará a
Efraim.
14. Antes voarão sobre os ombros dos filisteus ao Ocidente; juntos
despojarão aos filhos do Oriente; em Edom e Moabe porão as suas mãos, e os
filhos de Amom lhes obedecerão.
15. E o Senhor destruirá totalmente a língua do mar do Egito; e
vibrará a sua mão contra o Rio com o seu vento abrasador, e, ferindo-o,
dividi-lo-á em sete correntes, e fará que por ele passem a pé enxuto.
16. Assim haverá caminho plano para e restante do seu povo, que voltar
da Assíria, como houve para Israel no dia em que subiu da terra do Egito.
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Isaías 12
1. Dirás, pois, naquele dia: Graças te dou, ó Senhor; porque, ainda
que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me confortaste.
2. Eis que Deus é a minha salvação; eu confiarei e não temerei porque
o Senhor, sim o Senhor é a minha força e o meu cântico; e se tornou a minha
salvação.
3. Portanto com alegria tirareis águas das fontes da salvação.
4. E direis naquele dia: Dai graças ao Senhor, invocai o seu nome, fazei
notórios os seus feitos entre os povos, proclamai quão excelso é o seu nome.
5. Cantai ao Senhor; porque fez coisas grandiosas; saiba-se isso em toda
a terra.
6. Exulta e canta de gozo, ó habitante de Sião; porque grande é o
Santo de Israel no meio de ti.
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Isaías 13
1. Oráculo acerca de Babilônia, que Isaías, filho de Amoz, recebeu
numa visão.
2. Alçai uma bandeira sobre o monte escalvado; levantai a voz para eles;
acenai-lhes com a mão, para que entrem pelas portas dos príncipes.
3. Eu dei ordens aos meus consagrados; sim, já chamei os meus valentes
para executarem a minha ira, os que exultam arrogantemente.
4. Eis um tumulto sobre os montes, como o de grande multidão! Eis um
tumulto de reinos, de nações congregadas! O Senhor dos exércitos passa em
revista o exército para a guerra.
5. Vêm duma terra de longe, desde a extremidade do céu, o Senhor e os
instrumentos da sua indignação, para destruir toda aquela terra.
6. Uivai, porque o dia do Senhor está perto; virá do Todo-Poderoso como
assolação.
7. Pelo que todas as mãos se debilitarão, e se derreterá o coração
de todos os homens.
8. E ficarão desanimados; e deles se apoderarão dores e ais; e se
angustiarão, como a mulher que está de parto; olharão atônitos uns para os
outros; os seus rostos serão rostos flamejantes.
9. Eis que o dia do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente; para
pôr a terra em assolação e para destruir do meio dela os seus pecadores.
10. Pois as estrelas do céu e as suas constelações não deixarão
brilhar a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não fará
resplandecer a sua luz.
11. E visitarei sobre o mundo a sua maldade, e sobre os ímpios a sua
iniqüidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba
dos cruéis.
12. Farei que os homens sejam mais raros do que o ouro puro, sim mais
raros do que o ouro fino de Ofir.
13. Pelo que farei estremecer o céu, e a terra se movera do seu lugar,
por causa do furor do Senhor dos exércitos, e por causa do dia da sua ardente
ira.
14. E como a corça quando é perseguida, e como a ovelha que ninguém
recolhe, assim cada um voltará para o seu povo, e cada um fugirá para a sua
terra.
15. Todo o que for achado será traspassado; e todo o que for apanhado,
cairá à espada.
16. E suas crianças serão despedaçadas perante os seus olhos; as suas
casas serão saqueadas, e as suas mulheres violadas.
17. Eis que suscitarei contra eles os medos, que não farão caso da
prata, nem tampouco no ouro terão prazer.
18. E os seus arcos despedaçarão aos mancebos; e não se compadecerão
do fruto do ventre; os seus olhos não pouparão as crianças.
19. E Babilônia, a glória dos reinos, o esplendor e o orgulho dos
caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou.
20. Nunca mais será habitada, nem nela morará alguém de geração em
geração; nem o árabe armará ali a sua tenda; nem tampouco os pastores ali
farão deitar os seus rebanhos.
21. Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão
de horríveis animais; e ali habitarão as avestruzes, e os sátiros pularão
ali.
22. As hienas uivarão nos seus castelos, e os chacais nos seus palácios
de prazer; bem perto está o seu tempo, e os seus dias não se prolongarão.
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Isaías 14
1. Pois o Senhor se compadecerá de Jacó, e ainda escolherá a Israel e
os porá na sua própria terra; e ajuntar-se-ão com eles os estrangeiros, e se
apegarão à casa de Jacó.
2. E os povos os receberão, e os levarão aos seus lugares; e a casa de
Israel os possuirá por servos e por servas, na terra do Senhor e cativarão
aqueles que os cativaram, e dominarão os seus opressores.
3. No dia em que Deus vier a dar-te descanso do teu trabalho, e do teu
tremor, e da dura servidão com que te fizeram servir,
4. proferirás esta parábola contra o rei de Babilônia, e dirás: Como
cessou o opressor! como cessou a tirania!
5. Já quebrantou o Senhor o bastão dos ímpios e o cetro dos
dominadores;
6. cetro que feria os povos com furor, com açoites incessantes, e que em
ira dominava as nações com uma perseguição irresistível.
7. Toda a terra descansa, e está sossegada! Rompem em brados de júbilo.
8. Até as faias se alegram sobre ti, e os cedros do Líbano, dizendo:
Desde que tu caíste ninguém sobe contra nós para nos cortar.
9. O Seol desde o profundo se turbou por ti, para sair ao teu encontro na
tua vinda; ele despertou por ti os mortos, todos os que eram príncipes da
terra, e fez levantar dos seus tronos todos os que eram reis das nações.
10. Estes todos responderão, e te dirão: Tu também estás fraco como
nós, e te tornaste semelhante a nós.
11. Está derrubada até o Seol a tua pompa, o som dos teus alaúdes; os
bichinhos debaixo de ti se estendem e os bichos te cobrem.
12. Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste
lançado por terra tu que prostravas as nações!
13. E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas
de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas
extremidades do norte;
14. subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao
Altíssimo.
15. Contudo levado serás ao Seol, ao mais profundo do abismo.
16. Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão, e dirão: É
este o varão que fazia estremecer a terra, e que fazia tremer os reinos?
17. Que punha o mundo como um deserto, e assolava as suas cidades? que a
seus cativos não deixava ir soltos para suas casas?
18. Todos os reis das nações, todos eles, dormem com glória, cada um
no seu túmulo.
19. Mas tu és lançado da tua sepultura, como um renovo abominável,
coberto de mortos atravessados a espada, como os que descem às pedras da cova,
como cadáver pisado aos pés.
20. Com eles não te reunirás na sepultura; porque destruíste a tua
terra e mataste o teu povo. Que a descendência dos malignos não seja nomeada
para sempre!
21. Preparai a matança para os filhos por causa da maldade de seus pais,
para que não se levantem, e possuam a terra, e encham o mundo de cidades.
22. Levantar-me-ei contra eles, diz o Senhor dos exércitos, e
exterminarei de Babilônia o nome, e os sobreviventes, o filho, e o neto, diz o
Senhor.
23. E reduzi-la-ei a uma possessão do ouriço, e a lagoas de águas; e
varrê-la-ei com a vassoura da destruição, diz o Senhor dos exércitos.
24. O Senhor dos exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá,
e como determinei, assim se efetuará.
25. Quebrantarei o assírio na minha terra e nas minhas montanhas o
pisarei; então o seu jugo se apartará deles e a sua carga se desviará dos
seus ombros.
26. Este é o conselho que foi determinado sobre toda a terra; e esta é
a mão que está estendida sobre todas as nações.
27. Pois o Senhor dos exércitos o determinou, e quem o invalidará? A
sua mão estendida está, e quem a fará voltar atrás?
28. No ano em que morreu o rei Acaz, veio este oráculo.
29. Não te alegres, ó Filístia toda, por ser quebrada a vara que te
feria; porque da raiz da cobra sairá um basilisco, e o seu fruto será uma
serpente voadora.
30. E os primogênitos dos pobres serão apascentados, e os necessitados
se deitarão seguros; mas farei morrer de fome a tua raiz, e será destruído o
teu restante.
31. Uiva, ó porta; grita, ó cidade; tu, ó Filístia, estás toda
derretida; porque do norte vem fumaça; e não há vacilante nas suas fileiras.
32. Que se responderá pois aos mensageiros do povo? Que o Senhor fundou
a Sião, e que nela acharão refúgio os aflitos do seu povo.
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Isaías 15
1. Oráculo acerca de Moabe. Porque Ar foi destruída numa noite, Moabe
está desfeita; porque Quir foi destruída numa noite, Moabe está desfeita.
2. Subiu a filha de Dibom aos altos para chorar; por Nebo e por Medeba
pranteia Moabe; em todas as cabeças há calva, e toda barba é rapada.
3. Nas suas ruas cingem-se de saco; nos seus terraços e nas suas praças
todos andam pranteando, e choram abundantemente.
4. Assim Hesbom como Eleale andam gritando; até Jaaz se ouve a sua voz;
por isso os armados de Moabe clamam; estremece-lhes a alma.
5. O meu coração clama por causa de Moabe; fogem os seus nobres para
Zoar, qual uma novilha de três anos; pois vão chorando pela encosta de Luíte;
no caminho de Horonaim levantam um grito de destruição.
6. As águas de Ninrim são desoladas; secou-se a relva, definhou a erva
verde, e não há verdura alguma.
7. Pelo que a abundância que ajuntaram, e o que guardaram, para além do
ribeiro dos salgueiros o levam.
8. Pois o pranto já rodeou os limites de Moabe; até Eglaim chegou o seu
clamor, e ainda até Beer-Elim o seu rugido.
9. Pois as águas de Dimom estão cheias de sangue; pelo que ainda
acrescentarei mais a Dimom, um leão contra aqueles que escaparem de Moabe, e
contra o restante que ficou na terra.
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Isaías 16
1. Enviaram cordeiros ao governador da terra, desde Sela, pelo deserto,
até o monte da filha de Sião.
2. Pois como pássaros que vagueiam, como ninhada dispersa, assim são as
filhas de Moabe junto aos vaus do Arnom.
3. Dá conselhos, executa juízo; põe a tua sombra como a noite ao pino
do meio-dia; esconde os desterrados, e não traias o fugitivo.
4. Habitem entre vós os desterrados de Moabe; serve-lhes de refúgio
perante a face do destruidor. Quando o homem violento tiver fim, e a
destruição tiver cessado, havendo os opressores desaparecido de sobre a terra,
5. então um trono será estabelecido em benignidade, e sobre ele no
tabernáculo de Davi se assentará em verdade um que julgue, e que procure a
justiça e se apresse a praticar a retidão.
6. Ouvimos da soberba de Moabe, a soberbíssima; da sua arrogância, da
sua soberba, e da sua insolência; de nada valem as suas jactâncias.
7. portanto Moabe pranteará; prantearão todos por Moabe; pelos bolos de
passas de Quir-Haresete suspirareis, inteiramente desanimados.
8. porque os campos de Hesbom enfraqueceram, e a vinha de Sibma; os
senhores das nações derrubaram os seus ramos, que chegaram a Jazer e
penetraram no deserto; os seus rebentos se estenderam e passaram além do mar.
9. Pelo que prantearei, com o pranto de Jazer, a vinha de Sibma;
regar-te-ei com as minhas lágrimas, ó Hesbom e Eleale; porque sobre os teus
frutos de verão e sobre a tua sega caiu o grito da batalha.
10. A alegria e o regozijo são tirados do fértil campo, e nas vinhas
não se canta, nem há júbilo algum; já não se pisam as uvas nos lagares. Eu
fiz cessar os gritos da vindima.
11. Pelo que minha alma lamenta por Moabe como harpa, e o meu íntimo por
Quir-Heres.
12. E será que, quando Moabe se apresentar, quando se cansar nos altos,
e entrar no seu santuário a orar, nada alcançará.
13. Essa é a palavra que o Senhor falou no passado acerca de Moabe.
14. Mas agora diz o Senhor: Dentro de três anos, tais como os anos do
jornaleiro, será envilecida a glória de Moabe, juntamente com toda a sua
grande multidão; e os que lhe restarem serão poucos e débeis.
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Isaías 17
1. Oráculo acerca de Damasco. Eis que Damasco será tirada, para não
mais ser cidade, e se tornará um montão de ruínas.
2. As cidades de Aroer serão abandonadas; hão de ser para os rebanhos,
que se deitarão sem haver quem os espante.
3. E a fortaleza de Efraim cessará, como também o reino de Damasco e o
resto da Síria; serão como a glória dos filhos de Israel, diz o Senhor dos
exércitos.
4. E será diminuída naquele dia a glória de Jacó, e a gordura da sua
carne desaparecerá.
5. E será como o segador que colhe o trigo, e que com o seu braço sega
as espigas; sim, será como quando alguém colhe espigas no vale de Refaim.
6. Mas ainda ficarão nele alguns rabiscos, como no sacudir da oliveira:
duas ou três azeitonas na mais alta ponta dos ramos, e quatro ou cinco nos
ramos mais exteriores de uma árvore frutífera, diz o Senhor Deus de Israel.
7. Naquele dia atentará o homem para o seu Criador, e os seus olhos
olharão para o Santo de Israel.
8. E não atentará para os altares, obra das suas mãos; nem olhará
para o que fizeram seus dedos, para os aserins e para os altares do incenso.
9. Naquele dia as suas cidades fortificadas serão como os lugares
abandonados no bosque ou sobre o cume das montanhas, os quais foram abandonados
ante os filhos de Israel; e haverá assolação.
10. Porquanto te esqueceste do Deus da tua salvação, e não te
lembraste da rocha da tua fortaleza; por isso, ainda que faças plantações
deleitosas e ponhas nelas sarmentos de uma vide estranha,
11. e as faças crescer no dia em que as plantares, e florescer na manhã
desse dia, a colheita voará no dia da tribulação e das dores insofríveis.
12. Ai do bramido de muitos povos que bramam como o bramido dos mares; e
do rugido das nações que rugem como o rugido de impetuosas águas.
13. Rugem as nações, como rugem as muitas águas; mas Deus as
repreenderá, e elas fugirão para longe; e serão afugentadas como a pragana
dos montes diante do vento e como a poeira num redemoinho diante do tufão.
14. Ao anoitecer, eis o terror! e antes que amanheça eles já não
existem. Esse é o quinhão daqueles que nos despojam, e a sorte daqueles que
nos saqueiam.
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Isaías 18
1. Ai da terra do roçar das asas, que está além dos rios da Etiópia;
2. que envia embaixadores por mar em navios de junco sobre as águas,
dizendo: Ide, mensageiros velozes, a um povo de alta estatura e de tez luzidia,
a um povo terrível desde o seu princípio, a uma nação forte e vitoriosa,
cuja terra os rios dividem!
3. Vede, todos vós, habitantes do mundo, e vós os moradores da terra,
quando se arvorar a bandeira nos montes; e ouvi, quando se tocar a trombeta.
4. Pois assim me disse o Senhor: estarei quieto, olhando desde a minha
morada, como o ardor do sol resplandecente, como a nuvem do orvalho no calor da
sega.
5. Pois antes da sega, quando acaba a flor e o gomo se torna uva prestes
a amadurecer, ele cortará com foices os sarmentos e tirará os ramos, e os
lançará fora.
6. Serão deixados juntos para as aves dos montes e os animais da terra;
e sobre eles veranearão as aves de rapina, e todos os animais da terra
invernarão sobre eles.
7. Naquele tempo será levado um presente ao Senhor dos exércitos da
parte dum povo alto e de tez luzidia, e dum povo terrível desde o seu
princípio, uma nação forte e vitoriosa, cuja terra os rios dividem; um
presente, sim, será levado ao lugar do nome do Senhor dos exércitos, ao monte
Sião.
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Isaías 19
1. Profecia acerca do Egito. Eis que o Senhor vem cavalgando numa nuvem
ligeira, e entra no Egito; e os ídolos do Egito estremecerão diante dele, e o
coração dos egípcios se derreterá dentro de si.
2. Incitarei egípcios contra egípcios; e cada um pelejará contra o seu
irmão, e cada um contra o seu próximo, cidade contra cidade, reino contra
reino.
3. E o espírito dos egípcios se esvaecerá dentro deles; eu destruirei
o seu conselho; e eles consultarão os seus ídolos, e encantadores, e
necromantes e feiticeiros.
4. Pelo que entregarei os egípcios nas mãos de um senhor duro; e um rei
rigoroso os dominará, diz o Senhor Deus dos exércitos.
5. e as águas do Nilo minguarão, e o rio se esgotará e secará.
6. Também os rios exalarão um fedor; diminuirão e secarão os canais
do Egito; as canas e os juncos murcharão.
7. Os prados junto ao Nilo, ao longo das suas margens, sim, tudo o que
foi semeado junto dele secará, será arrancado, e deixará de existir.
8. E os pescadores gemerão, e lamentarão todos os que lançam anzol ao
Nilo, e desfalecerão os que estendem rede sobre as águas.
9. Envergonhar-se-ão os que trabalham em linho fino, e os que tecem pano
branco.
10. E os que são as colunas do Egito serão esmagados, e todos os que
trabalham, por salário serão entristecidos.
11. Na verdade estultos são os príncipes de Zoã; o conselho dos mais
sábios conselheiros de Faraó se embruteceu. Como pois a Faraó direis: Sou
filho de sábios, filho de reis antigos?
12. Onde estão agora os teus sábios? anunciem-te agora, e te façam
saber o que o Senhor dos exércitos determinou contra o Egito.
13. Estultos tornaram-se os príncipes de Zoã, enganados estão os
príncipes de Mênfis; fizeram errar o Egito, os que são a pedra de esquina das
suas tribos.
14. O Senhor derramou no meio deles um espírito de confusão; e eles
fizeram errar o Egito em todas as suas obras, como o bêbedo vai cambaleando no
seu vômito.
15. E não haverá para o Egito coisa alguma que possa fazer cabeça ou
cauda, ramo ou junco.
16. Naquele dia os egípcios serão como mulheres, e tremerão e temerão
por vibrar o Senhor dos exércitos a sua mão contra eles.
17. E a terra de Judá será um espanto para o Egito; todo aquele a quem
isso se anunciar se assombrará, por causa do propósito que o Senhor dos
exércitos determinou contra eles.
18. Naquele dia haverá cinco cidades na terra do Egito que falem a
língua de Canaã e façam juramento ao Senhor dos exércitos. Uma destas se
chamará Cidade de destruição.
19. Naquele dia haverá um altar dedicado ao Senhor no meio da terra do
Egito, e uma coluna se erigirá ao Senhor, na sua fronteira.
20. E servirá isso de sinal e de testemunho ao Senhor dos exércitos na
terra do Egito; quando clamarem ao Senhor por causa dos opressores, ele lhes
enviará um salvador, que os defenderá e os livrará.
21. E o Senhor se dará a conhecer ao Egito e os egípcios conhecerão ao
Senhor naquele dia, e o adorarão com sacrifícios e ofertas, e farão votos ao
Senhor, e os cumprirão.
22. E ferirá o Senhor aos egípcios; feri-los-á, mas também os
curará; e eles se voltarão para o Senhor, que ouvirá as súplicas deles e os
curará.
23. Naquele dia haverá estrada do Egito até a Assíria, e os assírios
virão ao Egito, e os egípcios irão à Assíria; e os egípcios adorarão com
os assírios.
24. Naquele dia Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios,
uma benção no meio da terra;
25. porquanto o Senhor dos exércitos os tem abençoado, dizendo:
Bem-aventurado seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e
Israel, minha herança.
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Isaías 20
1. No ano em que Tartã, enviado por Sargão, rei da Assíria, veio a
Asdode, e guerreou contra Asdode, e a tomou;
2. falou o Senhor, naquele tempo, por intermédio de Isaías, filho de
Amoz, dizendo: Vai, solta o cilício de teus lombos, e descalça os sapatos dos
teus pés. E ele assim o fez, andando nu e descalço.
3. Então disse o Senhor: Assim como o meu servo Isaías andou três anos
nu e descalço, por sinal e portento contra o Egito e contra a Etiópia,
4. assim o rei da Assíria levará em cativeiro os presos do Egito, e os
exilados da Etiópia, tanto moços como velhos, nus e descalços, e com as
nádegas descobertas, para vergonha do Egito.
5. E assombrar-se-ão, e envergonhar-se-ão por causa da Etiópia, sua
esperança, e do Egito, sua glória.
6. Então os moradores desta região litorânea dirão naquele dia: Vede
que tal é a nossa esperança, aquilo que buscamos por socorro, para nos
livrarmos do rei da Assíria! Como pois escaparemos nós?
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Isaías 21
1. Oráculo acerca do deserto do mar. Como os tufões de vento do sul,
que tudo assolam, aí vem do deserto, duma terra horrível.
2. Dura visão me foi manifesta: o pérfido trata perfidamente, e o
destruidor anda destruindo. Sobe, ó Elão, sitia, ó Média; já fiz cessar
todo o seu gemido.
3. Pelo que os meus lombos estão cheios de angústia; dores
apoderaram-se de mim como as dores de mulher na hora do parto; estou tão
atribulado que não posso ouvir, e tão desfalecido que não posso ver.
4. O meu coração se agita, o horror apavora-me; o crepúsculo, que
desejava, tem-se-me tornado em tremores.
5. Eles põem a mesa, estendem os tapetes, comem, bebem. Levantai-vos,
príncipes, e ungi o escudo.
6. Porque assim me disse o Senhor: Vai, põe uma sentinela; e ela que
diga o que vir.
7. Quando vir uma tropa de cavaleiros de dois a dois, uma tropa de
jumentos, ou uma tropa de camelos, escute a sentinela atentamente com grande
cuidado.
8. Então clamou aquele que viu: Senhor, sobre a torre de vigia estou em
pé continuamente de dia, e de guarda me ponho todas as noites.
9. E eis aqui agora vem uma tropa de homens, cavaleiros de dois a dois.
Então ele respondeu e disse: Caiu, caiu Babilônia; e todas as imagens
esculpidas de seus deuses são despedaçadas até o chão.
10. Ah, malhada minha, e trigo da minha eira! o que ouvi do Senhor dos
exércitos, Deus de Israel, isso vos tenho anunciado.
11. Oráculo acerca de Dumá. Alguém clama a mim de Seir: Guarda, que
horas são da noite? guarda, que horas são da noite?
12. Respondeu o guarda: Vem a manhã, e também a noite; se quereis
perguntar, perguntai; voltai, vinde.
13. Oráculo contra a Arábia. Nos bosques da Arábia passareis a noite,
ó caravanas de dedanitas.
14. Saí com água ao encontro dos sedentos; ó moradores da terra de
Tema, saí com pão ao encontro dos fugitivos.
15. pois fogem diante das espadas, diante da espada desembainhada, e
diante do arco armado, e diante da pressão da guerra.
16. porque assim me disse o Senhor: Dentro de um ano, tal como os anos de
jornaleiro, toda a glória de Quedar esvaecerá.
17. e os restantes do número dos flecheiros, os valentes dos filhos de
Quedar, serão diminuídos; porque assim o disse o Senhor, Deus de Israel.
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Isaías 22
1. Oráculo acerca do vale da visão. Que tens agora, pois que com todos
os teus subiste aos telhados?
2. e tu que estás cheia de clamor, cidade turbulenta, cidade alegre; os
teus mortos não são mortos à espada, nem mortos em guerra.
3. Todos os teus homens principais juntamente fugiram, sem o arco foram
presos; todos os que em ti se acharam, foram presos juntamente, embora tivessem
fugido para longe.
4. Portanto digo: Desviai de mim a vista, e chorarei amargamente; não
vos canseis mais em consolar-me pela destruição da filha do meu povo.
5. Porque dia de destroço, de atropelamento, e de confusão é este da
parte do Senhor Deus dos exércitos, no vale da visão; um derrubar de muros, e
um clamor até as montanhas.
6. Elão tomou a aljava, juntamente com carros e cavaleiros, e Quir
descobriu os escudos.
7. Os teus mais formosos vales ficaram cheios de carros, e os cavaleiros
postaram-se contra as portas.
8. Tirou-se a cobertura de Judá; e naquele dia olhaste para as armas da
casa do bosque.
9. E vistes que as brechas da cidade de Davi eram muitas; e ajuntastes as
águas da piscina de baixo;
10. e contastes as casas de Jerusalém, e derrubastes as casas, para
fortalecer os muros;
11. fizestes também um reservatório entre os dois muros para as águas
da piscina velha; mas não olhastes para aquele que o tinha feito, nem
considerastes o que o formou desde a antiguidade.
12. O Senhor Deus dos exércitos vos convidou naquele dia para chorar e
prantear, para rapar a cabeça e cingir o cilício;
13. mas eis aqui gozo e alegria; matam-se bois, degolam-se ovelhas,
come-se carne, bebe-se vinho, e se diz: Comamos e bebamos, porque amanhã
morreremos.
14. Mas o Senhor dos exércitos revelou-se aos meus ouvidos, dizendo:
Certamente esta maldade não se vos perdoará até que morrais, diz o Senhor
Deus dos exércitos.
15. Assim diz o Senhor Deus dos exércitos: Anda, vai ter com esse
administrador, Sebna, o mordomo, e pergunta-lhe:
16. Que fazes aqui? ou que parente tens tu aqui, para que cavasses aqui
uma sepultura? Cavando em lugar alto a tua sepultura, cinzelando na rocha morada
para ti mesmo!
17. Eis que o Senhor te arrojará violentamente, ó homem forte, e
seguramente te prenderá.
18. Certamente te enrolará como uma bola, e te lançará para um país
espaçoso. Ali morrerás, e ali irão os teus magníficos carros, ó tu,
opróbrio da casa do teu senhor.
19. E demitir-te-ei do teu posto; e da tua categoria serás derrubado.
20. Naquele dia chamarei a meu servo Eliaquim, filho de Hilquias,
21. e vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o teu cinto, e
entregarei nas suas mãos o teu governo; e ele será como pai para os moradores
de Jerusalém, e para a casa de Judá.
22. Porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro; ele abrirá, e
ninguém fechará; fechará, e ninguém abrirá.
23. E fixá-lo-ei como a um prego num lugar firme; e será como um trono
de honra para a casa de seu pai.
24. Nele, pois, pendurarão toda a glória da casa de seu pai, a prole e
a progênie, todos os vasos menores, desde as taças até os jarros.
25. Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, cederá o prego fincado em
lugar firme; será cortado, e cairá; e a carga que nele estava se desprenderá,
porque o Senhor o disse.
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Isaías 23
1. Oráculo acerca de Tiro. Uivai, navios de Társis, porque ela está
desolada, a ponto de não haver nela casa nem abrigo; desde a terra de Quitim
lhes foi isso revelado.
2. Calai-vos, moradores do litoral, vós a quem encheram os mercadores de
Sidom, navegando pelo mar.
3. Por sobre grandes águas foi-lhe trazida a sua provisão, a semente de
Sior, a ceifa do Nilo; e ela se tornou a feira das nações.
4. Envergonha-te, ó Sidom; porque o mar falou, a fortaleza do mar disse:
Eu não tive dores de parto, nem dei à luz, nem ainda criei mancebos, nem
eduquei donzelas.
5. Quando a notícia chegar ao Egito, assim haverá dores quando se
ouvirem as notícias de Tiro.
6. Passai a Társis; uivai, moradores do litoral.
7. É esta, porventura, a vossa cidade alegre, cuja origem é dos dias
antigos, cujos pés a levavam para longe a peregrinar?
8. Quem formou este desígnio contra Tiro, distribuidora de coroas, cujos
mercadores eram príncipes e cujos negociantes eram os mais nobres da terra?
9. O Senhor dos exércitos formou este desígnio para denegrir a soberba
de toda a glória, e para reduzir à ignomínia os ilustres da terra.
10. Inunda como o Nilo a tua terra, ó filha de Társis; já não há
mais o que te refreie.
11. Ele estendeu a sua mão sobre o mar, e abalou os reinos; o Senhor deu
mandado contra Canaã, para destruir as suas fortalezas.
12. E disse: Não continuarás mais a te regozijar, ó oprimida donzela,
filha de Sidom; levanta-te, passa a Chipre, e ainda ali não terás descanso.
13. Eis a terra dos caldeus! este é o povo, não foi a Assíria.
Destinou a Tiro para as feras do deserto; levantaram as suas torres de sítio;
derrubaram os palácios dela; a ruínas a reduziu.
14. Uivai, navios de Társis; porque está desolada a vossa fortaleza.
15. Naquele dia Tiro será posta em esquecimento por setenta anos,
conforme os dias dum rei; mas depois de findos os setenta anos, sucederá a Tiro
como se diz na canção da prostituta.
16. Toma a harpa, rodeia a cidade, ó prostituta, entregue ao
esquecimento; toca bem, canta muitos cânticos, para que haja memória de ti.
17. No fim de setenta anos o Senhor visitará a Tiro, e ela tornará à
sua ganância de prostituta, e fornicará com todos os reinos que há sobre a
face da terra.
18. E será consagrado ao Senhor o seu comércio e a sua ganância de
prostituta; não se entesourará, nem se guardará; mas o seu comércio será
para os que habitam perante o Senhor, para que comam suficientemente; e tenham
vestimenta esplêndida.
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Isaías 24
1. Eis que o Senhor esvazia a terra e a desola, transtorna a sua
superfície e dispersa os seus moradores.
2. E o que suceder ao povo, sucederá ao sacerdote; ao servo, como ao seu
senhor; à serva, como à sua senhora; ao comprador, como ao vendedor; ao que
empresta, como ao que toma emprestado; ao que recebe usura, como ao que paga
usura.
3. De todo se esvaziará a terra, e de todo será saqueada, porque o
Senhor pronunciou esta palavra.
4. A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha;
enfraquecem os mais altos do povo da terra.
5. Na verdade a terra está contaminada debaixo dos seus habitantes;
porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram o pacto eterno.
6. Por isso a maldição devora a terra, e os que habitam nela sofrem por
serem culpados; por isso são queimados os seus habitantes, e poucos homens
restam.
7. Pranteia o mosto, enfraquece a vide, e suspiram todos os que eram
alegres de coração.
8. Cessa o folguedo dos tamboris, acaba a algazarra dos jubilantes, cessa
a alegria da harpa.
9. Já não bebem vinho ao som das canções; a bebida forte é amarga
para os que a bebem.
10. Demolida está a cidade desordeira; todas as casas estão fechadas,
de modo que ninguém pode entrar.
11. Há lastimoso clamor nas ruas por falta do vinho; toda a alegria se
escureceu, já se foi o prazer da terra.
12. Na cidade só resta a desolação, e a porta está reduzida a
ruínas.
13. Pois será no meio da terra, entre os povos, como a sacudidura da
oliveira, e como os rabiscos, quando está acabada a vindima.
14. Estes alçarão a sua voz, bradando de alegria; por causa da
majestade do Senhor clamarão desde o mar.
15. Por isso glorificai ao Senhor no Oriente, e na região litorânea do
mar ao nome do Senhor Deus de Israel.
16. Dos confins da terra ouvimos cantar: Glória ao Justo. Mas eu digo:
Emagreço, emagreço, ai de mim! os pérfidos tratam perfidamente; sim, os
pérfidos tratam muito perfidamente.
17. O pavor, e a cova, e o laço vêm sobre ti, ó morador da terra.
18. Aquele que fugir da voz do pavor cairá na cova, e o que subir da
cova o laço o prenderá; porque as janelas do alto se abriram, e os fundamentos
da terra tremem.
19. A terra está de todo quebrantada, a terra está de todo fendida, a
terra está de todo abalada.
20. A terra cambaleia como o ébrio, e balanceia como a rede de dormir; e
a sua transgressão se torna pesada sobre ela, e ela cai, e nunca mais se
levantará.
21. Naquele dia o Senhor castigará os exércitos do alto nas alturas, e
os reis da terra sobre a terra.
22. E serão ajuntados como presos numa cova, e serão encerrados num
cárcere; e serão punidos depois de muitos dias.
23. Então a lua se confundirá, e o sol se envergonhará, pois o Senhor
dos exércitos reinará no monte Sião e em Jerusalém; e perante os seus
anciãos manifestará a sua glória.
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Isaías 25
1. Ó Senhor, tu és o meu Deus; exaltar-te-ei a ti, e louvarei o teu
nome; porque fizeste maravilhas, os teus conselhos antigos, em fidelidade e em
verdade.
2. Porque da cidade fizeste um montão, e da cidade fortificada uma
ruína, e do paço dos estranhos, que não seja mais cidade; e ela jamais se
tornará a edificar.
3. Pelo que te glorificará um povo poderoso; e a cidade das nações
formidáveis te temerá:
4. Porque tens sido a fortaleza do pobre, a fortaleza do necessitado na
sua angústia, refúgio contra a tempestade, e sombra contra o calor, pois o
assopro dos violentos é como a tempestade contra o muro.
5. Como o calor em lugar seco, tu abaterás o tumulto dos estranhos; como
se abranda o calor pela sombra da espessa nuvem, assim acabará o cântico dos
violentos.
6. E o Senhor dos exércitos dará neste monte a todos os povos um
banquete de coisas gordurosas, banquete de vinhos puros, de coisas gordurosas
feitas de tutanos, e de vinhos puros, bem purificados.
7. E destruirá neste monte a coberta que cobre todos os povos, e o véu
que está posto sobre todas as nações.
8. Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Deus as
lágrimas de todos os rostos, e tirará de toda a terra o opróbrio do seu povo;
porque o Senhor o disse.
9. E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus; por ele temos
esperado, para que nos salve. Este é o Senhor; por ele temos esperado; na sua
salvação gozaremos e nos alegraremos.
10. Porque a mão do Senhor repousará neste monte; e Moabe será
trilhado no seu lugar, assim como se trilha a palha na água do monturo.
11. E estenderá as suas mãos no meio disso, assim como as estende o
nadador para nadar; mas o Senhor abaterá a sua altivez juntamente com a
perícia das suas mãos.
12. E abaixará as altas fortalezas dos teus muros; abatê-las-á e
derrubá-las-á por terra até o pó.
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Isaías 26
1. Naquele dia se entoará este cântico na terra de Judá: uma cidade
forte temos, a que Deus pôs a salvação por muros e antemuros.
2. Abri as portas, para que entre nela a nação justa, que observa a
verdade.
3. Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele
confia em ti.
4. Confiai sempre no Senhor; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna.
5. porque ele tem derrubado os que habitam no alto, na cidade elevada;
abate-a, abate-a até o chão; e a reduz até o pó.
6. Pisam-na os pés, os pés dos pobres, e os passos dos necessitados.
7. O caminho do justo é plano; tu, que és reto, nivelas a sua vereda.
8. No caminho dos teus juízos, Senhor, temos esperado por ti; no teu
nome e na tua memória está o desejo da nossa alma.
9. Minha alma te deseja de noite; sim, o meu espírito, dentro de mim,
diligentemente te busca; porque, quando os teus juízos estão na terra, os
moradores do mundo aprendem justiça.
10. Ainda que se mostre favor ao ímpio, ele não aprende a justiça;
até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a
majestade do Senhor.
11. Senhor, a tua mão está levantada, contudo eles não a vêem;
vê-la-ão, porém, e confundir-se-ão por causa do zelo que tens do teu povo; e
o fogo reservado para os teus adversários os devorará.
12. Senhor, tu hás de estabelecer para nós a paz; pois tu fizeste para
nós todas as nossas obras.
13. Ó Senhor Deus nosso, outros senhores além de ti têm tido o
domínio sobre nós; mas, por ti só, nos lembramos do teu nome.
14. Os falecidos não tornarão a viver; os mortos não ressuscitarão;
por isso os visitaste e destruíste, e fizeste perecer toda a sua memória.
15. Tu, Senhor, aumentaste a nação; aumentaste a nação e te fizeste
glorioso; alargaste todos os confins da terra.
16. Senhor, na angústia te buscaram; quando lhes sobreveio a tua
correção, derramaram-se em oração.
17. Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores
de parto e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós diante de ti, ó Senhor!
18. Concebemos nós, e tivemos dores de parto, mas isso foi como se
tivéssemos dado à luz o vento; livramento não trouxemos à terra; nem
nasceram moradores do mundo.
19. Os teus mortos viverão, os seus corpos ressuscitarão; despertai e
exultai, vós que habitais no pó; porque o teu orvalho é orvalho de luz, e
sobre a terra das sombras fá-lo-ás cair.
20. Vem, povo meu, entra nas tuas câmaras, e fecha as tuas portas sobre
ti; esconde-te só por um momento, até que passe a indignação.
21. Pois eis que o Senhor está saindo do seu lugar para castigar os
moradores da terra por causa da sua iniqüidade; e a terra descobrirá o seu
sangue, e não encobrirá mais os seus mortos.
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Isaías 27
1. Naquele dia o Senhor castigará com a sua dura espada, grande e forte,
o leviatã, a serpente fugitiva, e o leviatã, a serpente tortuosa; e matará o
dragão, que está no mar.
2. Naquele dia haverá uma vinha deliciosa; cantai a seu respeito.
3. Eu, o Senhor, a guardo, e a cada momento a regarei; para que ninguém
lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei.
4. Não há indignação em mim; oxalá que fossem ordenados diante de
mim em guerra sarças e espinheiros! eu marcharia contra eles e juntamente os
queimaria.
5. Ou, então, busquem o meu refúgio, e façai, paz comigo; sim, façam
paz comigo.
6. Dias virão em que Jacó lançará raízes; Israel florescerá e
brotará; e eles encherão de fruto a face do mundo.
7. Porventura feriu-os o Senhor como feriu aos que os feriram? ou
matou-os ele assim como matou aos que por eles foram mortos?
8. Com medida contendeste com eles, quando os rejeitaste; ele a removeu
com o seu vento forte, no tempo do vento leste.
9. Por isso se expiará a iniqüidade de Jacó; e este será todo o fruto
da remoção do seu pecado: ele fará todas as pedras do altar como pedras de
cal feitas em pedaços, de modo que os aserins e as imagens do sol não poderão
ser mais levantados.
10. porque a cidade fortificada está solitária, uma habitação
rejeitada e abandonada como um deserto; ali pastarão os bezerros, ali também
se deitarão e devorarão os seus ramos.
11. Quando os seus ramos se secam, são quebrados; vêm as mulheres e
lhes ateiam fogo; porque este povo não é povo de entendimento; por isso aquele
que o fez não se compadecerá dele, e aquele que o formou não lhe mostrará
nenhum favor.
12. Naquele dia o Senhor padejará o seu trigo desde as correntes do Rio,
até o ribeiro do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um.
13. E naquele dia se tocará uma grande trombeta; e os que andavam
perdidos pela terra da Assíria, e os que foram desterrados para a terra do
Egito tornarão a vir; e adorarão ao Senhor no monte santo em Jerusalém.
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Isaías 28
1. Ai da vaidosa coroa dos bêbedos de Efraim, e da flor murchada do seu
glorioso ornamento, que está sobre a cabeça do fértil vale dos vencidos do
vinho.
2. Eis que o Senhor tem um valente e poderoso; como tempestade de
saraiva, tormenta destruidora, como tempestade de impetuosas águas que
transbordam, ele a derrubará violentamente por terra.
3. A vaidosa coroa dos bêbedos de Efraim será pisada aos pés;
4. e a flor murchada do seu glorioso ornamento, que está sobre a cabeça
do fértil vale, será como figo que amadurece antes do verão, que, vendo-o
alguém, e mal tomando-o na mão, o engole.
5. Naquele dia o Senhor dos exércitos será por coroa de glória e
diadema de formosura para o restante de seu povo;
6. e por espírito de juízo para o que se assenta a julgar, e por
fortaleza para os que fazem recuar a peleja até a porta.
7. Mas também estes cambaleiam por causa do vinho, e com a bebida forte
se desencaminham; até o sacerdote e o profeta cambaleiam por causa da bebida
forte, estão tontos do vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte; erram
na visão, e tropeçam no juizo.
8. Pois todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de sujidade, e
não há lugar que esteja limpo.
9. Ora, a quem ensinará ele o conhecimento? e a quem fará entender a
mensagem? aos desmamados, e aos arrancados dos seios?
10. Pois é preceito sobre preceito, preceito sobre preceito; regra sobre
regra, regra sobre regra; um pouco aqui, um pouco ali.
11. Na verdade por lábios estranhos e por outra língua falará a este
povo;
12. ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é
o refrigério; mas não quiseram ouvir.
13. Assim pois a palavra do Senhor lhes será preceito sobre preceito,
preceito sobre preceito; regra sobre regra, regra sobre regra; um pouco aqui, um
pouco ali; para que vão, e caiam para trás, e fiquem quebrantados, enlaçados,
e presos.
14. Ouvi, pois, a palavra do Senhor, homens escarnecedores, que dominais
este povo que está em Jerusalém.
15. Porquanto dizeis: Fizemos pacto com a morte, e com o Seol fizemos
aliança; quando passar o flagelo trasbordante, não chegará a nós; porque
fizemos da mentira o nosso refúgio, e debaixo da falsidade nos escondemos.
16. Portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que ponho em Sião como
alicerce uma pedra, uma pedra provada, pedra preciosa de esquina, de firme
fundamento; aquele que crer não se apressará.
17. E farei o juízo a linha para medir, e a justiça o prumo; e a
saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas inundarão o esconderijo.
18. E o vosso pacto com a morte será anulado; e a vossa aliança com o
Seol não subsistirá; e, quando passar o flagelo trasbordante, sereis abatidos
por ele.
19. Todas as vezes que passar, vos arrebatará; porque de manhã em
manhã passará, de dia e de noite; e será motivo de terror o só ouvir tal
notícia.
20. Pois a cama é tão curta que nela ninguém se pode estender; e o
cobertor tão estreito que com ele ninguém se pode cobrir.
21. Porque o Senhor se levantará como no monte Perazim, e se irará como
no vale de Gibeão, para realizar a sua obra, a sua estranha obra, e para
executar o seu ato, o seu estranho ato.
22. Agora, pois, não sejais escarnecedores, para que os vossos grilhões
não se façam mais fortes; porque da parte do Senhor Deus dos exércitos ouvi
um decreto de destruição completa e decisiva, sobre toda terra.
23. Inclinai os ouvidos, e ouvi a minha voz; escutai, e ouvi o meu
discurso.
24. Porventura lavra continuamente o lavrador, para semear? ou está
sempre abrindo e esterroando a sua terra?
25. Não é antes assim: quando já tem nivelado a sua superfície, não
espalha a nigela, não semeia o cominho, não lança nela o trigo em leiras, ou
cevada no lugar determinado, ou a espelta na margem?
26. Pois o seu Deus o instrui devidamente e o ensina.
27. Porque a nigela não se trilha com instrumento de trilhar, nem sobre
o cominho passa a roda de carro; mas a nigela é debulhada com uma vara, e o
cominho com um pau.
28. Acaso é esmiuçado o trigo? não; não se trilha continuamente, nem
se esmiúça com as rodas do seu carro e os seus cavalos; não se esmiúça.
29. Até isso procede do Senhor dos exércitos, que é maravilhoso em
conselho e grande em obra.
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Isaías
29
1. Ah! Ariel, Ariel, cidade onde Davi acampou! Acrescentai ano a
ano; completem as festas o seu ciclo.
2. Então porei Ariel em aperto, e haverá pranto e lamentação; e ela
será para mim como Ariel.
3. Acamparei contra ti em redor, e te sitiarei com baluartes, e
levantarei tranqueiras contra ti.
4. Então serás abatida, falarás de debaixo da terra, e a tua fala
desde o pó sairá fraca; e será a tua voz debaixo da terra, como a dum
necromante, e a tua fala assobiará desde o pó.
5. E a multidão dos teus inimigos será como o pó miúdo, e a multidão
dos terríveis como a pragana que passa; e isso acontecerá num momento,
repentinamente.
6. Da parte do Senhor dos exércitos será ela visitada com trovões, e
com terremotos, e grande ruído, como tufão, e tempestade, e labareda de fogo
consumidor.
7. E como o sonho e uma visão de noite será a multidão de todas as
nações que hão de pelejar contra Ariel, sim a multidão de todos os que
pelejarem contra ela e contra a sua fortaleza e a puserem em aperto.
8. Será também como o faminto que sonha que está a comer, mas,
acordando, sente-se vazio; ou como o sedento que sonha que está a beber, mas,
acordando, desfalecido se acha, e ainda com sede; assim será a multidão de
todas as nações que pelejarem contra o monte Sião.
9. Pasmai, e maravilhai-vos; cegai-vos e ficai cegos; bêbedos estão,
mas não de vinho, andam cambaleando, mas não de bebida forte.
10. Porque o Senhor derramou sobre vós um espírito de profundo sono, e
fechou os vossos olhos, os profetas; e vendou as vossas cabeças, os videntes.
11. Pelo que toda visão vos é como as palavras dum livro selado que se
dá ao que sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele responde: Não posso, porque
está selado.
12. Ou dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele
responde: Não sei ler.
13. Por isso o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com
a sua boca e com os seus lábios me honra, mas tem afastado para longe de mim o
seu coração, e o seu temor para comigo consiste em mandamentos de homens,
aprendidos de cor;
14. portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa com este
povo, sim uma obra maravilhosa e um assombro; e a sabedoria dos seus sábios
perecerá, e o entendimento dos seus entendidos se esconderá.
15. Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e fazem
as suas obras às escuras, e dizem: Quem nos vê? e quem nos conhece?
16. Vós tudo perverteis! Acaso o oleiro há de ser reputado como barro,
de modo que a obra diga do seu artífice: Ele não me fez; e o vaso formado diga
de quem o formou: Ele não tem entendimento?
17. Porventura dentro ainda de muito pouco tempo não se converterá o
Líbano em campo fértil? e o campo fértil não se reputará por um bosque?
18. Naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro, e dentre a
escuridão e dentre as trevas os olhos dos cegos a verão.
19. E os mansos terão cada vez mais gozo no Senhor, e os pobres dentre
os homens se alegrarão no santo de Israel.
20. Porque o opressor é reduzido a nada, e não existe mais o
escarnecedor, e todos os que se dão à iniqüidade são desarraigados;
21. os que fazem por culpado o homem numa causa, os que armam laços ao
que repreende na porta, e os que por um nada desviam o justo.
22. Portanto o Senhor, que remiu a Abraão, assim diz acerca da casa de
Jacó: Jacó não será agora envergonhado, nem agora se descorará a sua face.
23. Mas quando virem seus filhos a obra das minhas mãos no meio deles,
santificarão o meu nome; sim santificarão ao Santo de Jacó, e temerão ao
Deus de Israel.
24. E os errados de espírito virão a ter entendimento, e os
murmuradores aprenderão instrução.
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Isaías 30
1. Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomam conselho, mas não de
mim; e que fazem aliança, mas não pelo meu espírito, para acrescentarem
pecado a pecado;
2. que se põem a caminho para descer ao Egito, sem pedirem o meu
conselho; para se fortificarem com a força de Faraó, e para confiarem na
sombra do Egito!
3. Portanto, a força de Faraó se vos tornará em vergonha, e a
confiança na sombra do Egito em confusão.
4. Pois embora os seus oficiais estejam em Zoã, e os seus embaixadores
cheguem a Hanes,
5. eles se envergonharão de um povo que de nada lhes servirá, nem de
ajuda, nem de proveito, porém de vergonha como também de opróbrio.
6. Oráculo contra a Besta do Sul. Através da terra de aflição e de
angústia, de onde vem a leoa e o leão, o basilisco, a áspide e a serpente
voadora, levam às costas de jumentinhos as suas riquezas, e sobre as corcovas
de camelos os seus tesouros, a um povo que de nada lhes aproveitará.
7. Pois o Egito os ajuda em vão, e para nenhum fim; pelo que lhe tenho
chamado Raabe que não se move.
8. Vai pois agora, escreve isso numa tábua perante eles, registra-o num
livro; para que fique como testemunho para o tempo vindouro, para sempre.
9. Pois este é um povo rebelde, filhos mentirosos, filhos que não
querem ouvir a lei do Senhor;
10. que dizem aos videntes: Não vejais; e aos profetas: Não profetizeis
para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, e profetizai-nos
ilusões;
11. desviai-vos do caminho, apartai-vos da vereda; fazei que o Santo de
Israel deixe de estar perante nós.
12. Pelo que assim diz o Santo de Israel: Visto como rejeitais esta
palavra, e confiais na opressão e na perversidade, e sobre elas vos estribais,
13. por isso esta maldade vos será como brecha que, prestes a cair, já
forma barriga num alto muro, cuja queda virá subitamente, num momento.
14. E ele o quebrará como se quebra o vaso do oleiro, despedaçando-o
por completo, de modo que não se achará entre os seus pedaços um caco que
sirva para tomar fogo da lareira, ou tirar água da poça.
15. Pois assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Voltando e
descansando, sereis salvos; no sossego e na confiança estará a vossa força.
Mas não quisestes;
16. antes dissestes: Não; porém sobre cavalos fugiremos; portanto
fugireis; e: Sobre cavalos ligeiros cavalgaremos; portanto hão de ser ligeiros
os vossos perseguidores.
17. Pela ameaça de um só fugirão mil; e pela ameaça de cinco vós
fugireis; até que fiqueis como o mastro no cume do monte, e como o estandarte
sobre o outeiro.
18. Por isso o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; e por
isso se levantará, para se compadecer de vós; porque o Senhor é um Deus de
eqüidade; bem-aventurados todos os que por ele esperam.
19. Na verdade o povo habitará em Sião, em Jerusalém; não chorarás
mais; certamente se compadecerá de ti, à voz do teu clamor; e, ouvindo-a, te
responderá.
20. Embora vos dê o Senhor pão de angústia e água de aperto, contudo
não se esconderão mais os teus mestres; antes os teus olhos os verão;
21. e os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti,
dizendo: Este é o caminho, andai nele; quando vos desviardes para a direita ou
para a esquerda.
22. E contaminareis a cobertura de prata das tuas imagens esculpidas, e o
revestimento de ouro das tuas imagens fundidas; e as lançarás fora como coisa
imunda; e lhes dirás: Fora daqui.
23. Então ele te dará chuva para a tua semente, com que semeares a
terra, e trigo como produto da terra, o qual será pingue e abundante. Naquele
dia o teu gado pastará em largos pastos.
24. Os bois e os jumentinhos que lavram a terra, comerão forragem com
sal, que terá sido padejada com a pá e com o forcado,
25. Sobre todo monte alto, e todo outeiro elevado haverá ribeiros e
correntes de águas, no dia da grande matança, quando caírem as torres.
26. E a luz da lua será como a luz do sol, e a luz do sol sete vezes
maior, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor atar a contusão do seu
povo, e curar a chaga da sua ferida.
27. Eis que o nome do Senhor vem de longe ardendo na sua ira, e com densa
nuvem de fumaça; os seus lábios estão cheios de indignação, e a sua língua
é como um fogo consumidor;
28. e a sua respiração é como o ribeiro transbordante, que chega até
o pescoço, para peneirar as nações com peneira de destruição; e um freio de
fazer errar estará nas queixadas dos povos.
29. um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma
festa santa; e alegria de coração, como a daquele que sai ao som da flauta
para vir ao monte do Senhor, à Rocha de Israel.
30. O Senhor fará ouvir a sua voz majestosa, e mostrará a descida do
seu braço, na indignação da sua ira, e a labareda dum fogo consumidor, e
tempestade forte, e dilúvio e pedra de saraiva.
31. Com a voz do Senhor será desfeita em pedaços a Assíria, quando ele
a ferir com a vara.
32. E a cada golpe do bordão de castigo, que o Senhor lhe der, haverá
tamboris e harpas; e com combates de brandimento combaterá contra eles.
33. Porque uma fogueira está, de há muito, preparada; sim, está
preparada para o rei; fez-se profunda e larga; a sua pira é fogo, e tem muita
lenha; o assopro do Senhor como torrente de enxofre a acende.
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Isaías 31
1. Ai dos que descem ao Egito a buscar socorro, e se estribam em cavalos,
e têm confiança em carros, por serem muitos, e nos cavaleiros, por serem muito
fortes; e não atentam para o Santo de Israel, e não buscam ao Senhor.
2. Todavia também ele é sábio, e fará vir o mal, e não retirará as
suas palavras; mas levantar-se-á contra a casa dos malfeitores, e contra a
ajuda dos que praticam a iniqüidade.
3. Ora os egípcios são homens, e não Deus; e os seus cavalos carne, e
não espírito; e quando o Senhor estender a sua mão, tanto tropeçará quem
dá auxílio, como cairá quem recebe auxílio, e todos juntamente serão
consumidos.
4. Pois assim me diz o Senhor: Como o leão e o cachorro do leão rugem
sobre a sua presa, e quando se convoca contra eles uma multidão de pastores
não se espantam das suas vozes, nem se abstêm pelo seu alarido, assim o Senhor
dos exércitos descerá, para pelejar sobre o monte Sião, e sobre o seu
outeiro.
5. Como aves quando adejam, assim o Senhor dos exércitos protegerá a
Jerusalém; ele a protegerá e a livrará, e, passando, a salvará.
6. Voltai-vos, filhos de Israel, para aquele contra quem vos tendes
profundamente rebelado.
7. Pois naquele dia cada um lançará fora os seus ídolos de prata, e os
seus ídolos de ouro, que vos fabricaram as vossas mãos para pecardes.
8. E o assírio cairá pela espada, não de varão; e a espada, não de
homem, o consumirá; e fugirá perante a espada, e os seus mancebos serão
sujeitos a trabalhos forçados.
9. A sua rocha passará de medo, e os seus oficiais em pânico
desertarão da bandeira, diz o Senhor, cujo fogo está em Sião e em Jerusalém
sua fornalha.
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Isaías 32
1. Eis que reinará um rei com justiça, e com retidão governarão
príncipes.
2. um varão servirá de abrigo contra o vento, e um refúgio contra a
tempestade, como ribeiros de águas em lugares secos, e como a sombra duma
grande penha em terra sedenta.
3. Os olhos dos que vêem não se ofuscarão, e os ouvidos dos que ouvem
escutarão.
4. O coração dos imprudentes entenderá o conhecimento, e a língua dos
gagos estará pronta para falar distintamente.
5. Ao tolo nunca mais se chamará nobre, e do avarento nunca mais se
dirá que é generoso.
6. Pois o tolo fala tolices, e o seu coração trama iniqüidade, para
cometer profanação e proferir mentiras contra o Senhor, para deixar com fome o
faminto e fazer faltar a bebida ao sedento.
7. Também as maquinações do fraudulento são más; ele maquina
invenções malignas para destruir os mansos com palavras falsas, mesmo quando o
pobre fala o que é reto.
8. Mas o nobre projeta coisas nobres; e nas coisas nobres persistirá.
9. Levantai-vos, mulheres que estais sossegadas e ouvi a minha voz; e
vós, filhas, que estais , tão seguras, inclinai os ouvidos às minhas
palavras.
10. Num ano e dias vireis a ser perturbadas, ó mulheres que tão seguras
estais; pois a vindima falhará, e a colheita não virá.
11. Tremei, mulheres que estais sossegadas, e turbai-vos, vós que estais
tão seguras; despi-vos e ponde-vos nuas, e cingi com saco os vossos lombos.
12. Batei nos peitos pelos campos aprazíveis, e pela vinha frutífera;
13. pela terra do meu povo, que produz espinheiros e sarças, e por todas
as casas de alegria, na cidade jubilosa.
14. Porque o palácio será abandonado, a cidade populosa ficará
deserta; e o outeiro e a torre da guarda servirão de cavernas para sempre, para
alegria dos asnos monteses, e para pasto dos rebanhos;
15. até que se derrame sobre nós o espírito lá do alto, e o deserto
se torne em campo fértil, e o campo fértil seja reputado por um bosque.
16. Então o juízo habitará no deserto, e a justiça morará no campo
fértil.
17. E a obra da justiça será paz; e o efeito da justiça será sossego
e segurança para sempre.
18. O meu povo habitará em morada de paz, em moradas bem seguras, e em
lugares quietos de descanso.
19. Mas haverá saraiva quando cair o bosque; e a cidade será
inteiramente abatida.
20. Bem-aventurados sois vós os que semeais junto a todas as águas, que
deixais livres os pés do boi e do jumento.
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Isaías 33
1. Ai de ti que despojas, e que não foste despojado; e que procedes
perfidamente, e que não foste tratado perfidamente! quando acabares de
destruir, serás destruído; e, quando acabares de tratar perfidamente,
perfidamente te tratarão.
2. Ó Senhor, tem misericórdia de nós; por ti temos esperado. Sê tu o
nosso braço cada manhã, como também a nossa salvação no tempo da
tribulação.
3. Ao ruído do tumulto fogem os povos; à tua exaltação as nações
são dispersas.
4. Então ajuntar-se-á o vosso despojo como ajunta a lagarta; como os
gafanhotos saltam, assim sobre ele saltarão os homens.
5. O Senhor é exalçado, pois habita nas alturas; encheu a Sião de
retidão e justiça.
6. Será ele a estabilidade dos teus tempos, abundância de salvação,
sabedoria, e conhecimento; e o temor do Senhor é o seu tesouro.
7. Eis que os valentes estão clamando de fora; e os embaixadores da paz
estão chorando amargamente.
8. As estradas estão desoladas, cessam os que passam pelas veredas;
alianças se rompem, testemunhas se desprezam, e não se faz caso dos homens.
9. A terra pranteia, desfalece; o Líbano se envergonha e se murcha;
Sarom se tornou como um deserto; Basã e Carmelo ficam despidos de folhas.
10. Agora me levantarei, diz o Senhor; agora me erguerei; agora serei
exaltado.
11. Concebeis palha, produzis restolho; e o vosso fôlego é um fogo que
vos devorará.
12. E os povos serão como as queimas de cal, como espinhos cortados que
são queimados no fogo.
13. Ouvi, vós os que estais longe, o que tenho feito; e vós, que estais
vizinhos, reconhecei o meu poder.
14. Os pecadores de Sião se assombraram; o tremor apoderou-se dos
ímpios. Quem dentre nós pode habitar com o fogo consumidor? quem dentre nós
pode habitar com as labaredas eternas?
15. Aquele que anda em justiça, e fala com retidão; aquele que rejeita
o ganho da opressão; que sacode as mãos para não receber peitas; o que tapa
os ouvidos para não ouvir falar do derramamento de sangue, e fecha os olhos
para não ver o mal;
16. este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu
alto refúgio; dar-se-lhe-á o seu pão; as suas águas serão certas.
17. Os teus olhos verão o rei na sua formosura, e verão a terra que se
estende em amplidão.
18. O teu coração meditará no terror, dizendo: Onde está aquele que
serviu de escrivão? onde está o que pesou o tributo? onde está o que contou
as torres?
19. Não verás mais aquele povo feroz, povo de fala obscura, que não se
pode compreender, e de língua tão estranha que não se pode entender.
20. Olha para Sião, a cidade das nossas festas solenes; os teus olhos
verão a Jerusalém, habitação quieta, tenda que não será removida, cujas
estacas nunca serão arrancadas, e das suas cordas nenhuma se quebrará.
21. Mas o Senhor ali estará conosco em majestade, nesse lugar de largos
rios e correntes, no qual não entrará barco de remo, nem por ele passará
navio grande.
22. Porque o Senhor é o nosso juiz; o Senhor é nosso legislador; o
Senhor é o nosso rei; ele nos salvará.
23. As tuas cordas ficaram frouxas; elas não puderam ter firme o seu
mastro, nem servir para estender a vela; então a presa de abundantes despojos
se repartirá; e ate os coxos participarão da presa.
24. E morador nenhum dirá: Enfermo estou; o povo que nela habitar será
perdoado da sua iniqüidade.
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Isaías 34
1. Chegai-vos, nações, para ouvir, e vós, povos, escutai; ouça a
terra, e a sua plenitude, o mundo e tudo quanto ele produz.
2. Porque a indignação do Senhor está sobre todas as nações, e o seu
furor sobre todo o exército delas; ele determinou a sua destruição,
entregou-as à matança.
3. E os seus mortos serão arrojados, e dos seus cadáveres subirá o mau
cheiro; e com o seu sangue os montes se derreterão.
4. E todo o exército dos céus se dissolverá, e o céu se enrolará
como um livro; e todo o seu exército desvanecerá, como desvanece a folha da
vide e da figueira.
5. Pois a minha espada se embriagou no céu; eis que sobre Edom descerá,
e sobre o povo do meu anátema, para exercer juízo.
6. A espada do Senhor está cheia de sangue, está cheia de gordura, de
sangue de cordeiros e de bodes, da gordura dos rins de carneiros; porque o
Senhor tem sacrifício em Bozra, e grande matança na terra de Edom.
7. E os bois selvagens cairão com eles, e os novilhos com os touros; e a
sua terra embriagar-se-á de sangue, e o seu pó se engrossará de gordura.
8. Pois o Senhor tem um dia de vingança, um ano de retribuições pela
causa de Sião.
9. E os ribeiros de Edom transformar-se-ão em pez, e o seu solo em
enxofre, e a sua terra tornar-se-á em pez ardente.
10. Nem de noite nem de dia se apagará; para sempre a sua fumaça
subirá; de geração em geração será assolada; pelos séculos dos séculos
ninguém passará por ela.
11. Mas o pelicano e o ouriço a possuirão; a coruja e o corvo nela
habitarão; e ele estenderá sobre ela o cordel de confusão e o prumo de
vaidade.
12. Eles chamarão ao reino os seus nobres, mas nenhum haverá; e todos
os seus príncipes não serão coisa nenhuma.
13. E crescerão espinhos nos seus palácios, urtigas e cardos nas suas
fortalezas; e será uma habitação de chacais, um sítio para avestruzes.
14. E as feras do deserto se encontrarão com hienas; e o sátiro
clamará ao seu companheiro; e Lilite pousará ali, e achará lugar de repouso
para si.
15. Ali fará a coruja o seu ninho, e porá os seus ovos, e aninhará os
seus filhotes, e os recolherá debaixo da sua sombra; também ali se ajuntarão
os abutres, cada fêmea com o seu companheiro.
16. Buscai no livro do Senhor, e lede: nenhuma destas criaturas faltará,
nenhuma será privada do seu companheiro; porque é a boca dele que o ordenou, e
é o seu espírito que os ajuntou.
17. Ele mesmo lançou as sortes por eles, e a sua mão lhes repartiu a
terra com o cordel; para sempre a possuirão; de geração em geração
habitarão nela.
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Isaías 35
1. O deserto e a terra sedenta se regozijarão; e o ermo exultará e
florescerá;
2. como o narciso florescerá abundantemente, e também exultará de
júbilo e romperá em cânticos; dar-se-lhe-á a glória do Líbano, a
excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do Senhor, a majestade do
nosso Deus.
3. Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes.
4. Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; eis o vosso
Deus! com vingança virá, sim com a recompensa de Deus; ele virá, e vos
salvará.
5. Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se
desimpedirão.
6. Então o coxo saltará como o cervo, e a língua do mudo cantará de
alegria; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo.
7. E a miragem tornar-se-á em lago, e a terra sedenta em mananciais de
águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e
juncos.
8. E ali haverá uma estrada, um caminho que se chamará o caminho santo;
o imundo não passará por ele, mas será para os remidos. Os caminhantes, até
mesmo os loucos, nele não errarão.
9. Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá por ele, nem se
achará nele; mas os redimidos andarão por ele.
10. E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e
alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e
deles fugirá a tristeza e o gemido.
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Isaías 36
1. No ano décimo quarto do rei Ezequias Senaqueribe, rei da Assíria,
subiu contra todas as cidades fortificadas de Judá, e as tomou.
2. Ora, o rei da Assíria enviou Rabsaqué, de Laquis a Jerusalém, ao
rei Ezequias, com um grande exército; e ele parou junto ao aqueduto da piscina
superior, que está junto ao caminho do campo do lavandeiro.
3. Então saíram a ter com ele Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e
Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista.
4. E Rabsaqué lhes disse: Ora, dizei a Ezequias: Assim diz o grande rei,
o rei da Assíria: Que confiança é essa em que te estribas?
5. Bem posso eu dizer: Teu conselho e poder para a guerra são apenas
vãs palavras. Em quem pois agora confias, visto que contra mim te rebelas?
6. Eis que confias no Egito, aquele bordão de cana quebrada que, se
alguém se apoiar nele, lhe entrará pela mão, e a furará; assim é Faraó,
rei do Egito, para com todos os que nele confiam.
7. Mas se me disseres: No Senhor, nosso Deus, confiamos; porventura não
é esse aquele cujos altos e cujos altares Ezequias tirou, e disse a Judá e a
Jerusalém: Perante este altar adorareis?
8. Ora, pois, faze uma aposta com o meu senhor, o rei da Assíria;
dar-te-ei dois mil cavalos, se tu puderes dar cavaleiros para eles.
9. Como então poderás repelir um só príncipe dos menores servos do
meu senhor, quando confias no Egito pelos carros e cavaleiros?
10. Porventura subi eu agora sem o Senhor contra esta terra, para
destruí-la? O Senhor mesmo me disse: Sobe contra esta terra, e destrói-a.
11. Então disseram Eliaquim, Sebna, e Joá, a Rabsaqué: Pedimos-te que
fales aos teus servos em aramaico, porque bem o entendemos; e não nos fales em
judaico, aos ouvidos do povo que está sobre o muro.
12. Rabsaqué, porém, disse: Porventura mandou-me o meu senhor só ao
teu senhor e a ti, para dizer estas palavras e não aos homens que estão
assentados sobre o muro, que juntamente convosco hão de comer o próprio
excremento e beber a própria urina?
13. Então Rabsaqué se pôs em pé, e clamou em alta voz na língua
judaica, e disse: Ouvi as palavras do grande rei, do rei da Assíria.
14. Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá
livrar.
15. Nem tampouco Ezequias vos faça confiar no Senhor, dizendo:
Infalivelmente nos livrará o Senhor, e esta cidade não será entregue nas
mãos do rei da Assíria.
16. Não deis ouvidos a Ezequias; porque assim diz o rei da Assíria:
Fazei as vossas pazes comigo, e saí a mim; e coma cada um da sua vide, e da sua
figueira, e beba cada um da água da sua cisterna;
17. até que eu venha, e vos leve para uma terra semelhante à vossa,
terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas.
18. Guardai-vos, para que não vos engane Ezequias, dizendo: O Senhor nos
livrará. Porventura os deuses das nações livraram cada um a sua terra das
mãos do rei da Assíria?
19. Onde estão os deuses de Hamate e de Arpade? onde estão os deuses de
Sefarvaim? porventura livraram eles a Samária da minha mão?
20. Quais dentre todos os deuses destes países livraram a sua terra das
minhas mãos, para que o Senhor possa livrar a Jerusalém das minhas mãos?
21. Eles, porém, se calaram e não lhe responderam palavra; porque havia
mandado do rei, dizendo: Não lhe respondais.
22. Então Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão,
e Joá, filho de Asafe, o cronista, vieram a Ezequias, com as vestiduras
rasgadas, e lhe referiram as palavras de Rabsaqué.
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Isaías 37
1. Tendo ouvido isso o rei Ezequias, rasgou as suas vestes, e se cobriu
de saco, e entrou na casa do Senhor.
2. Também enviou Eliaquim, o mordomo, Sebna, o escrivão, e os anciãos
dos sacerdotes, cobertos de saco, a Isaías, filho de Amoz, o profeta,
3. para lhe dizerem: Assim diz Ezequias: Este dia é dia de angústia e
de vitupérios, e de blasfêmias, porque chegados são os filhos ao parto, e
força não há para os dar à luz.
4. Porventura o Senhor teu Deus terá ouvido as palavras de Rabsaqué, a
quem enviou o rei da Assíria, seu amo, para afrontar o Deus vivo, e para o
vituperar com as palavras que o Senhor teu Deus tem ouvido; faze oração pelo
resto que ficou.
5. Foram, pois, os servos do rei Ezequias ter com Isaías,
6. e Isaías lhes disse: Dizei a vosso amo: Assim diz o Senhor: Não
temas à vista das palavras que ouviste, com as quais os servos do rei da
Assíria me blasfemaram.
7. Eis que meterei nele um espírito, e ele ouvirá uma nova, e voltará
para a sua terra; e fá-lo-ei cair morto à espada na sua própria terra.
8. Voltou pois Rabsaqué, e achou o rei da Assíria pelejando contra
Libna; porque ouvira que se havia retirado de Laquis.
9. Então ouviu ele dizer a respeito de Tiraca, rei da Etiópia: Saiu
para te fazer guerra. Assim que ouviu isto, enviou mensageiros a Ezequias,
dizendo:
10. Assim falareis a Ezequias, rei de Judá: Não te engane o teu Deus,
em quem confias, dizendo: Jerusalém não será entregue na mão do rei da
Assíria.
11. Eis que já tens ouvido o que fizeram os reis da Assíria a todas as
terras, destruindo-as totalmente; e serás tu livrado?
12. Porventura as livraram os deuses das nações que meus pais
destruíram: Gozã, e Harã, e Rezefe, e os filhos de Edem que estavam em
Telassar?
13. Onde está o rei de Hamate, e o rei de Arpade, e o rei da cidade de
Sefarvaim, Hena e Iva?
14. Recebendo pois Ezequias as cartas das mãos dos mensageiros, e
lendo-as, subiu à casa do Senhor; e Ezequias as estendeu perante o Senhor.
15. E orou Ezequias ao Senhor, dizendo:
16. O Senhor dos exércitos, Deus de Israel, tu que estás sentado sobre
os querubins; tu, só tu, és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste o
céu e a terra.
17. Inclina, ó Senhor, o teu ouvido, e ouve; abre, Senhor, os teus
olhos, e vê; e ouve todas as palavras de Senaqueribe, as quais ele mandou para
afrontar o Deus vivo.
18. Verdade é, Senhor, que os reis da Assíria têm assolado todos os
países, e suas terras,
19. e lançado no fogo os seus deuses; porque deuses não eram, mas obra
de mãos de homens, madeira e pedra; por isso os destruíram.
20. Agora, pois, ó Senhor nosso Deus, livra-nos da sua mão, para que
todos os reinos da terra saibam que só tu és o Senhor.
21. Então Isaías, filho de Amoz, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o
Senhor, o Deus de Israel: Portanto me fizeste a tua súplica contra Senaqueribe,
rei de Assíria,
22. esta é a palavra que o Senhor falou a respeito dele: A virgem, a
filha de Sião, te despreza, e de ti zomba; a filha de Jerusalém meneia a
cabeça por detrás de ti.
23. A quem afrontaste e de quem blasfemaste? contra quem alçaste a voz e
ergueste os teus olhos ao alto? Contra o Santo de Israel.
24. Por meio de teus servos afrontaste o Senhor, e disseste: Com a
multidão dos meus carros subi eu aos cumes dos montes, aos últimos recessos do
Líbano; e cortei os seus altos cedros e as suas faias escolhidas; e entrei no
seu cume mais elevado, no bosque do seu campo fértil.
25. Eu cavei, e bebi as águas; e com as plantas de meus pés sequei
todos os rios do Egito.
26. Não ouviste que já há muito tempo eu fiz isso, e que já desde os
dias antigos o tinha determinado? Agora porém o executei, para que fosses tu o
que reduzisses as cidades fortificadas a montões de ruínas.
27. Por isso os seus moradores, dispondo de pouca força, andaram
atemorizados e envergonhados; tornaram-se como a erva do campo, e como a relva
verde, e como o feno dos telhados ou dum campo, que se queimaram antes de
amadurecer.
28. Mas eu conheço o teu sentar, o teu sair e o teu entrar, e o teu
furor contra mim.
29. Por causa do teu furor contra mim, e porque a tua arrogância subiu
até os meus ouvidos, portanto porei o meu anzol no teu nariz e o meu freio na
tua boca, e te farei voltar pelo caminho por onde vieste.
30. E isto te será por sinal: este ano comereis o que espontaneamente
nascer, e no segundo ano o que daí proceder; e no terceiro ano semeai e colhei,
plantai vinhas, e comei os frutos delas.
31. Pois o restante da casa de Judá, que sobreviveu, tornará a lançar
raízes para baixo, e dará fruto para cima.
32. Porque de Jerusalém sairá o restante, e do monte Sião os que
escaparam; o zelo do Senhor dos exércitos fará isso.
33. Portanto, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Não entrará
nesta cidade, nem lançará nela flecha alguma; tampouco virá perante ela com
escudo, ou levantará contra ela tranqueira.
34. Pelo caminho por onde veio, por esse voltará; mas nesta cidade não
entrará, diz o Senhor.
35. Porque eu defenderei esta cidade, para a livrar, por amor de mim e,
por amor do meu servo Davi.
36. Então saiu o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a
cento e oitenta e cinco mil; e quando se levantaram pela manhã cedo, eis que
todos estes eram corpos mortos.
37. Assim Senaqueribe, rei da Assíria, se retirou, e se foi, e voltou, e
habitou em Nínive.
38. E sucedeu que, enquanto ele adorava na casa de Nisroque, seu deus,
Adrameleb, que e Sarezer, seus filhos, o mataram à espada; e escaparam para a
terra de Arará. E Ezar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar.
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Isaías 38
1. Naqueles dias Ezequias adoeceu e esteve à morte. E veio ter com ele o
profeta Isaías, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Põe em ordem a
tua casa, porque morrerás, e não viverás.
2. Então virou Ezequias o seu rosto para a parede, e orou ao Senhor,
3. e disse: Lembra-te agora, ó Senhor, peço-te, de que modo tenho
andado diante de ti em verdade, e com coração perfeito, e tenho feito o que
era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias amargamente.
4. Então veio a palavra do Senhor a Isaías, dizendo:
5. Vai e dize a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi teu pai:
Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei aos teus dias
quinze anos.
6. Livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti, e a esta cidade; eu
defenderei esta cidade.
7. E isto te será da parte do Senhor como sinal de que o Senhor
cumprirá esta palavra que falou:
8. Eis que farei voltar atrás dez graus a sombra no relógio de Acaz,
pelos quais já declinou com o sol. Assim recuou o sol dez graus pelos quais já
tinha declinado.
9. O escrito de Ezequias, rei de Judá, depois de ter estado doente, e de
ter convalescido de sua enfermidade.
10. Eu disse: Na tranqüilidade de meus dias hei de entrar nas portas do
Seol; estou privado do resto de meus anos.
11. Eu disse: Já não verei mais ao Senhor na terra dos viventes; jamais
verei o homem com os moradores do mundo.
12. A minha habitação já foi arrancada e arrebatada de mim, qual tenda
de pastor; enrolei como tecelão a minha vida; ele me corta do tear; do dia para
a noite tu darás cabo de mim.
13. Clamei por socorro até a madrugada; como um leão, assim ele quebrou
todos os meus ossos; do dia para a noite tu darás cabo de mim.
14. Como a andorinha, ou o grou, assim eu chilreava; e gemia como a
pomba; os meus olhos se cansavam de olhar para cima; ó Senhor, ando oprimido!
fica por meu fiador.
15. Que direi? como mo prometeu, assim ele mesmo o cumpriu; assim
passarei mansamente por todos os meus anos, por causa da amargura da minha alma.
16. Ó Senhor por estas coisas vivem os homens, e inteiramente nelas
está a vida do meu espírito; portanto restabelece-me, e faze-me viver.
17. Eis que foi para minha paz que eu estive em grande amargura; tu,
porém, amando a minha alma, a livraste da cova da corrupção; porque lançaste
para trás das tuas costas todos os meus pecados.
18. Pois não pode louvar-te o Seol, nem a morte cantar-te os louvores;
os que descem para a cova não podem esperar na tua verdade.
19. O vivente, o vivente é que te louva, como eu hoje faço; o pai aos
filhos faz notória a tua verdade.
20. O Senhor está prestes a salvar-me; pelo que, tangendo eu meus
instrumentos, nós o louvaremos todos os dias de nossa vida na casa do Senhor.
21. Ora Isaías dissera: Tomem uma pasta de figos, e a ponham como
cataplasma sobre a úlcera; e Ezequias sarará.
22. Também dissera Ezequias: Qual será o sinal de que hei de subir à
casa do Senhor?
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Isaías 39
1. Naquele tempo enviou Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei de
Babilônia, cartas e um presente a Ezequias; porque tinha ouvido dizer que havia
estado doente e que já tinha convalescido.
2. E Ezequias se alegrou com eles, e lhes mostrou a casa do seu tesouro,
a prata, e o ouro, e as especiarias, e os melhores ungüentos, e toda a sua casa
de armas, e tudo quanto se achava nos seus tesouros; coisa nenhuma houve, nem em
sua casa, nem em todo o seu domínio, que Ezequias lhes não mostrasse.
3. Então o profeta Isaías veio ao rei Ezequias, e lhe perguntou: Que
foi que aqueles homens disseram, e donde vieram ter contigo? Respondeu Ezequias:
Duma terra remota vieram ter comigo, de Babilônia.
4. Ele ainda perguntou: Que foi que viram em tua casa? Respondeu
Ezequias: Viram tudo quanto há em minha casa; coisa nenhuma há nos meus
tesouros que eu deixasse de lhes mostrar.
5. Então disse Isaías a Ezequias: Ouve a palavra do Senhor dos
exércitos:
6. Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, juntamente
com o que entesouraram teus pais até o dia de hoje, será levado para
Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o Senhor.
7. E dos teus filhos, que de ti procederem, e que tu gerares, alguns
serão levados cativos, para que sejam eunucos no palácio do rei de Babilônia.
8. Então disse Ezequias a Isaías: Tua é a palavra do Senhor que
disseste. Disse mais: Porque haverá paz e verdade em meus dias.
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Isaías 40
1. Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus.
2. Falai benignamente a Jerusalém, e bradai-lhe que já a sua malícia
é acabada, que a sua iniqüidade está expiada e que já recebeu em dobro da
mão do Senhor, por todos os seus pecados.
3. Eis a voz do que clama: Preparai no deserto o caminho do Senhor;
endireitai no ermo uma estrada para o nosso Deus.
4. Todo vale será levantado, e será abatido todo monte e todo outeiro;
e o terreno acidentado será nivelado, e o que é escabroso, aplanado.
5. A glória do Senhor se revelará; e toda a carne juntamente a verá;
pois a boca do Senhor o disse.
6. Uma voz diz: Clama. Respondi eu: Que hei de clamar? Toda a carne é
erva, e toda a sua beleza como a flor do campo.
7. Seca-se a erva, e murcha a flor, soprando nelas o hálito do Senhor.
Na verdade o povo é erva.
8. Seca-se a erva, e murcha a flor; mas a palavra de nosso Deus subsiste
eternamente.
9. Tu, anunciador de boas-novas a Sião, sobe a um monte alto. Tu,
anunciador de boas-novas a Jerusalém, levanta a tua voz fortemente; levanta-a,
não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus.
10. Eis que o Senhor Deus virá com poder, e o seu braço dominará por
ele; eis que o seu galardão está com ele, e a sua recompensa diante dele.
11. Como pastor ele apascentará o seu rebanho; entre os seus braços
recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele
as guiará mansamente.
12. Quem mediu com o seu punho as águas, e tomou a medida dos céus aos
palmos, e recolheu numa medida o pó da terra e pesou os montes com pesos e os
outeiros em balanças,
13. Quem guiou o Espírito do Senhor, ou, como seu conselheiro o ensinou?
14. Com quem tomou ele conselho, para que lhe desse entendimento, e quem
lhe mostrou a vereda do juízo? quem lhe ensinou conhecimento, e lhe mostrou o
caminho de entendimento?
15. Eis que as nações são consideradas por ele como a gota dum balde,
e como o pó miúdo das balanças; eis que ele levanta as ilhas como a uma coisa
pequeníssima.
16. Nem todo o Líbano basta para o fogo, nem os seus animais bastam para
um holocausto.
17. Todas as nações são como nada perante ele; são por ele reputadas
menos do que nada, e como coisa vã.
18. A quem, pois, podeis assemelhar a Deus? ou que figura podeis comparar
a ele?
19. Quanto ao ídolo, o artífice o funde, e o ourives o cobre de ouro, e
forja cadeias de prata para ele.
20. O empobrecido, que não pode oferecer tanto, escolhe madeira que não
apodrece; procura para si um artífice perito, para gravar uma imagem que não
se pode mover.
21. Porventura não sabeis? porventura não ouvis? ou desde o princípio
não se vos notificou isso mesmo? ou não tendes entendido desde a fundação da
terra?
22. E ele o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos
moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus como
cortina, e o desenrola como tenda para nela habitar.
23. E ele o que reduz a nada os príncipes, e torna em coisa vã os
juízes da terra.
24. Na verdade, mal se tem plantado, mal se tem semeado e mal se tem
arraigado na terra o seu tronco, quando ele sopra sobre eles, e secam-se, e a
tempestade os leva como à pragana.
25. A quem, pois, me comparareis, para que eu lhe seja semelhante? diz o
Santo.
26. Levantai ao alto os vossos olhos, e vede: quem criou estas coisas?
Foi aquele que faz sair o exército delas segundo o seu número; ele as chama a
todas pelos seus nomes; por ser ele grande em força, e forte em poder, nenhuma
faltará.
27. Por que dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu caminho está
escondido ao Senhor, e o meu juízo passa despercebido ao meu Deus?
28. Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos
confins da terra, não se cansa nem se fatiga? E inescrutável o seu
entendimento.
29. Ele dá força ao cansado, e aumenta as forças ao que não tem
nenhum vigor.
30. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os mancebos cairão,
31. mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças; subirão com
asas como águias; correrão, e não se cansarão; andarão, e não se
fatigarão.
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Isaías 41
1. Calai-vos diante de mim, ó ilhas; e renovem os povos as forças;
cheguem-se, e então falem; cheguemo-nos juntos a juizo.
2. Quem suscitou do Oriente aquele cujos passos a vitória acompanha?
Quem faz que as nações se lhe submetam e que ele domine sobre reis? Ele os
entrega à sua espada como o pó, e ao seu arco como pragana arrebatada pelo
vento.
3. Ele os persegue, e passa adiante em segurança, até por uma vereda em
que com os seus pés nunca tinha trilhado.
4. Quem operou e fez isto, chamando as gerações desde o princípio? Eu,
o Senhor, que sou o primeiro, e que com os últimos sou o mesmo.
5. As ilhas o viram, e temeram; os confins da terra tremeram;
aproximaram-se, e vieram.
6. um ao outro ajudou, e ao seu companheiro disse: Esforça-te.
7. Assim o artífice animou ao ourives, e o que alisa com o martelo ao
que bate na bigorna, dizendo da coisa soldada: Boa é. Então com pregos a
segurou, para que não viesse a mover-se.
8. Mas tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem escolhi, descendência
de Abraão,
9. tomei desde os confins da terra, e te chamei desde os seus cantos, e
te disse: Tu és o meu servo, a ti te escolhi e não te rejeitei;
10. não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou
teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha
justiça.
11. Eis que envergonhados e confundidos serão todos os que se irritam
contra ti; tornar-se-ão em nada; e os que contenderem contigo perecerão.
12. Quanto aos que pelejam contigo, buscá-los-ás, mas não os acharás;
e os que guerreiam contigo tornar-se-ão em nada e perecerão.
13. Porque eu, o Senhor teu Deus, te seguro pela tua mão direita, e te
digo: Não temas; eu te ajudarei.
14. Não temas, ó bichinho de Jacó, nem vós, povozinho de Israel; eu
te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de Israel.
15. Eis que farei de ti um trilho novo, que tem dentes agudos; os montes
trilharás e os moerás, e os outeiros tornarás como a pragana.
16. Tu os padejarás e o vento os levará, e o redemoinho os espalhará;
e tu te alegrarás no Senhor e te gloriarás no Santo de Israel.
17. Os pobres e necessitados buscam água, e não há, e a sua língua se
seca de sede; mas eu o Senhor os ouvirei, eu o Deus de Israel não os
desampararei.
18. Abrirei rios nos altos desnudados, e fontes no meio dos vales;
tornarei o deserto num lago d'água, e a terra seca em mananciais.
19. Plantarei no deserto o cedro, a acácia, a murta, e a oliveira; e
porei no ermo juntamente a faia, o olmeiro e o buxo;
20. para que todos vejam, e saibam, e considerem, e juntamente entendam
que a mão do Senhor fez isso, e o Santo de Israel o criou.
21. Apresentai a vossa demanda, diz o Senhor; trazei as vossas firmes
razões, diz o Rei de Jacó.
22. Tragam-nas, e assim nos anunciem o que há de acontecer; anunciai-nos
as coisas passadas, quais são, para que as consideremos, e saibamos o fim
delas; ou mostrai-nos coisas vindouras.
23. Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que
sois deuses; fazei bem, ou fazei mal, para que nos assombremos, e fiquemos
atemorizados.
24. Eis que vindes do nada, e a vossa obra do que nada é; abominação
é quem vos escolhe.
25. Do norte suscitei a um que já é chegado; do nascente do sol a um
que invoca o meu nome; e virá sobre os magistrados como sobre o lodo, e como o
oleiro pisa o barro.
26. Quem anunciou isso desde o princípio, para que o possamos saber? ou
dantes, para que digamos: Ele é justo? Mas não há quem anuncie, nem tampouco
quem manifeste, nem tampouco quem ouça as vossas palavras.
27. Eu sou o que primeiro direi a Sião: Ei-los, ei-los; e a Jerusalém
darei um mensageiro que traz boas-novas.
28. E quando eu olho, não há ninguém; nem mesmo entre eles há
conselheiro que possa responder palavra, quando eu lhes perguntar.
29. Eis que todos são vaidade. As suas obras não são coisa alguma; as
suas imagens de fundição são vento e coisa vã.
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Isaías 42
1. Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem se
compraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele. ele trará justiça às
nações.
2. Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na rua.
3. A cana trilhada, não a quebrará, nem apagará o pavio que fumega; em
verdade trará a justiça;
4. não faltará nem será quebrantado, até que ponha na terra a
justiça; e as ilhas aguardarão a sua lei.
5. Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus e os desenrolou, e
estendeu a terra e o que dela procede; que dá a respiração ao povo que nela
está, e o espírito aos que andam nela.
6. Eu o Senhor te chamei em justiça; tomei-te pela mão, e te guardei; e
te dei por pacto ao povo, e para luz das nações;
7. para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do
cárcere os que jazem em trevas.
8. Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem
não a darei, nem o meu louvor às imagens esculpidas.
9. Eis que as primeiras coisas já se realizaram, e novas coisas eu vos
anuncio; antes que venham à luz, vo-las faço ouvir.
10. Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor desde a extremidade
da terra, vós, os que navegais pelo mar, e tudo quanto há nele, vós ilhas, e
os vossos habitantes.
11. Alcem a voz o deserto e as suas cidades, com as aldeias que Quedar
habita; exultem os que habitam nos penhascos, e clamem do cume dos montes.
12. Dêem glória ao Senhor, e anunciem nas ilhas o seu louvor.
13. O Senhor sai como um valente, como homem de guerra desperta o zelo;
clamará, e fará grande ruído, e mostrar-se-á valente contra os seus
inimigos.
14. Por muito tempo me calei; estive em silêncio, e me contive; mas
agora darei gritos como a que está de parto, arfando e arquejando.
15. Os montes e outeiros tornarei em deserto, e toda a sua erva farei
secar; e tornarei os rios em ilhas, e secarei as lagoas.
16. E guiarei os cegos por um caminho que não conhecem; fá-los-ei
caminhar por veredas que não têm conhecido; tornarei as trevas em luz perante
eles, e aplanados os caminhos escabrosos. Estas coisas lhes farei; e não os
desampararei.
17. Tornados para trás e cobertos de vergonha serão os que confiam em
imagens esculpidas, que dizem às imagens de fundição: Vós sois nossos
deuses.
18. Surdos, ouvi; e vós, cegos, olhai, para que possais ver.
19. Quem é cego, senão o meu servo, ou surdo como o meu mensageiro, que
envio? e quem é cego como o meu dedicado, e cego como o servo do Senhor?
20. Tu vês muitas coisas, mas não as guardas; ainda que ele tenha os
ouvidos abertos, nada ouve.
21. Foi do agrado do Senhor, por amor da sua justiça, engrandecer a lei
e torná-la gloriosa.
22. Mas este é um povo roubado e saqueado; todos estão enlaçados em
cavernas, e escondidos nas casas dos cárceres; são postos por presa, e
ninguém há que os livre; por despojo, e ninguém diz: Restitui.
23. Quem há entre vós que a isso dará ouvidos? que atenderá e ouvirá
doravante?
24. Quem entregou Jacó por despojo, e Israel aos roubadores? porventura
não foi o Senhor, aquele contra quem pecamos, e em cujos caminhos eles não
queriam andar, e cuja lei não queriam observar?
25. Pelo que o Senhor derramou sobre Israel a indignação da sua ira, e
a violência da guerra; isso lhe ateou fogo ao redor; contudo ele não o
percebeu; e o queimou; contudo ele não se compenetrou disso.
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Isaías 43
1. Mas agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou,
ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu.
2. Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios,
eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a
chama arderá em ti.
3. Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador;
por teu resgate dei o Egito, e em teu lugar a Etiópia e Seba.
4. Visto que foste precioso aos meus olhos, e és digno de honra e eu te
amo, portanto darei homens por ti, e es povos pela tua vida.
5. Não temas, pois, porque eu sou contigo; trarei a tua descendência
desde o Oriente, e te ajuntarei desde o Ocidente.
6. Direi ao Norte: Dá; e ao Sul: Não retenhas; trazei meus filhos de
longe, e minhas filhas das extremidades da terra;
7. a todo aquele que é chamado pelo meu nome, e que criei para minha
glória, e que formei e fiz.
8. Fazei sair o povo que é cego e tem olhos; e os surdos que têm
ouvidos.
9. Todas as nações se congreguem, e os povos se reunam; quem dentre
eles pode anunciar isso, e mostrar-nos coisas já passadas? apresentem as suas
testemunhas, para que se justifiquem; e para que se ouça, e se diga: Verdade
é.
10. Vós sois as minhas testemunhas, do Senhor, e o meu servo, a quem
escolhi; para que o saibais, e me creiais e entendais que eu sou o mesmo; antes
de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.
11. Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador.
12. Eu anunciei, e eu salvei, e eu o mostrei; e deus estranho não houve
entre vós; portanto vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor.
13. Eu sou Deus; também de hoje em diante, eu o sou; e ninguém há que
possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?
14. Assim diz o Senhor, vosso Redentor, o Santo de Israel: Por amor de
vós enviarei a Babilônia, e a todos os fugitivos farei embarcar até os
caldeus, nos navios com que se vangloriavam.
15. Eu sou o Senhor, vosso Santo, o Criador de Israel, vosso Rei.
16. Assim diz o Senhor, o que preparou no mar um caminho, e nas águas
impetuosas uma vereda;
17. o que faz sair o carro e o cavalo, o exército e a força; eles
juntamente se deitam, e jamais se levantarão; estão extintos, apagados como
uma torcida.
18. Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas.
19. Eis que faço uma coisa nova; agora está saindo à luz; porventura
não a percebeis? eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo.
20. Os animais do campo me honrarão, os chacais e os avestruzes; porque
porei águas no deserto, e rios no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu
escolhido,
21. esse povo que formei para mim, para que publicasse o meu louvor.
22. Contudo tu não me invocaste a mim, ó Jacó; mas te cansaste de mim,
ó Israel.
23. Não me trouxeste o gado miúdo dos teus holocaustos, nem me honraste
com os teus sacrifícios; não te fiz servir com ofertas, nem te fatiguei com
incenso.
24. Não me compraste por dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos
teus sacrifícios me satisfizeste; mas me deste trabalho com os teus pecados, e
me cansaste com as tuas iniqüidades.
25. Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim,
e dos teus pecados não me lembro.
26. Procura lembrar-me; entremos juntos em juizo; apresenta as tuas
razões, para que te possas justificar!
27. Teu primeiro pai pecou, e os teus intérpretes prevaricaram contra
mim.
28. Pelo que profanei os príncipes do santuário; e entreguei Jacó ao
anátema, e Israel ao opróbrio.
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Isaías 44
1. Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, ó Israel, a quem escolhi.
2. Assim diz o Senhor que te criou e te formou desde o ventre, e que te
ajudará: Não temas, ó Jacó, servo meu, e tu, Jesurum, a quem escolhi.
3. Porque derramarei água sobre o sedento, e correntes sobre a terra
seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção
sobre a tua descendência;
4. e brotarão como a erva, como salgueiros junto às correntes de
águas.
5. Este dirá: Eu sou do Senhor; e aquele se chamará do nome de Jacó; e
aquele outro escreverá na própria mão: Eu sou do Senhor; e por sobrenome
tomará o nome de Israel.
6. Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos
exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus.
7. Quem há como eu? Que o proclame e o exponha perante mim! Quem tem
anunciado desde os tempos antigos as coisas vindouras? Que nos anuncie as que
ainda hão de vir.
8. Não vos assombreis, nem temais; porventura não vo-lo declarei há
muito tempo, e não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas testemunhas! Acaso há
outro Deus além de mim? Não, não há Rocha; não conheço nenhuma.
9. Todos os artífices de imagens esculpidas são nada; e as suas coisas
mais desejáveis são de nenhum préstimo; e suas próprias testemunhas nada
vêem nem entendem, para que eles sejam confundidos.
10. Quem forma um deus, e funde uma imagem de escultura, que é de nenhum
préstimo?
11. Eis que todos os seus seguidores ficarão confundidos; e os
artífices são apenas homens; ajuntem-se todos, e se apresentem;
assombrar-se-ão, e serão juntamente confundidos.
12. O ferreiro faz o machado, e trabalha nas brasas, e o forja com
martelos, e o forja com o seu forte braço; ademais ele tem fome, e a sua força
falta; não bebe água, e desfalece.
13. O carpinteiro estende a régua sobre um pau, e com lápis esboça um
deus; dá-lhe forma com o cepilho; torna a esboçá-lo com o compasso;
finalmente dá-lhe forma à semelhança dum homem, segundo a beleza dum homem,
para habitar numa casa.
14. Um homem corta para si cedros, ou toma um cipreste, ou um carvalho;
assim escolhe dentre as árvores do bosque; planta uma faia, e a chuva a faz
crescer.
15. Então ela serve ao homem para queimar: da madeira toma uma parte e
com isso se aquenta; acende um fogo e assa o pão; também faz um deus e se
prostra diante dele; fabrica uma imagem de escultura, e se ajoelha diante dela.
16. Ele queima a metade no fogo, e com isso prepara a carne para comer;
faz um assado, e dele se farta; também se aquenta, e diz: Ah! já me aquentei,
já vi o fogo.
17. Então do resto faz para si um deus, uma imagem de escultura;
ajoelha-se diante dela, prostra-se, e lhe dirige a sua súplica dizendo:
Livra-me porquanto tu és o meu deus.
18. Nada sabem, nem entendem; porque se lhe untaram os olhos, para que
não vejam, e o coração, para que não entendam.
19. E nenhum deles reflete; e não têm conhecimento nem entendimento
para dizer: Metade queimei no fogo, e assei pão sobre as suas brasas; fiz um
assado e dele comi; e faria eu do resto uma abominação? ajoelhar-me-ei ao que
saiu duma árvore?
20. Apascenta-se de cinza. O seu coração enganado o desviou, de maneira
que não pode livrar a sua alma, nem dizer: Porventura não há uma mentira na
minha mão direita?
21. Lembra-te destas coisas, ó Jacó, sim, tu ó Israel; porque tu és
meu servo! Eu te formei, meu servo és tu; ó Israel não te esquecerei de ti.
22. Apagai as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados como a
nuvem; torna-te para mim, porque eu te remi.
23. Cantai alegres, vós, ó céus, porque o Senhor fez isso; exultai
vós, as partes mais baixas da terra; vós, montes, retumbai com júbilo;
também vós, bosques, e todas as árvores em vós; porque o Senhor remiu a
Jacó, e se glorificará em Israel.
24. Assim diz o Senhor, teu Redentor, e que te formou desde o ventre: Eu
sou o Senhor que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus, e espraiei
a terra (quem estava comigo?);
25. que desfaço os sinais dos profetas falsos, e torno loucos os
adivinhos, que faço voltar para trás os sábios, e converto em loucura a sua
ciência;
26. sou eu que confirmo a palavra do meu servo, e cumpro o conselho dos
meus mensageiros; que digo de Jerusalém: Ela será habitada; e das cidades de
Judá: Elas serão edificadas, e eu levantarei as suas ruínas;
27. que digo ao abismo: Seca-te, eu secarei os teus rios;
28. que digo de Ciro: Ele é meu pastor, e cumprira tudo o que me apraz;
de modo que ele também diga de Jerusalém: Ela será edificada, e o fundamento
do templo será lançado.
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Isaías 45
1. Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão
direita, para abater nações diante de sua face, e descingir os lombos dos
reis; para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão;
2. eu irei adiante de ti, e tornarei planos os lugares escabrosos;
quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro.
3. Dar-te-ei os tesouros das trevas, e as riquezas encobertas, para que
saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo teu nome.
4. Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu escolhido, eu te chamo
pelo teu nome; ponho-te o teu sobrenome, ainda que não me conheças.
5. Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te
cinjo, ainda que tu não me conheças.
6. Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora
de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro.
7. Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou
o Senhor, que faço todas estas coisas.
8. Destilai vós, céus, dessas alturas a justiça, e chovam-na as
nuvens; abra-se a terra, e produza a salvação e ao mesmo tempo faça nascer a
justiça; eu, o Senhor, as criei:
9. Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos
de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou dirá a tua
obra: Não tens mãos?
10. Ai daquele que diz ao pai: Que é o que geras? e à mulher: Que dás
tu à luz?
11. Assim diz o Senhor, o Santo de Israel, aquele que o formou:
Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da
obra das minhas mãos.
12. Eu é que fiz a terra, e nela criei o homem; as minhas mãos
estenderam os céus, e a todo o seu exército dei as minhas ordens.
13. Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei;
ele edificará a minha cidade, e libertará os meus cativos, não por preço nem
por presentes, diz o Senhor dos exércitos.
14. Assim diz o Senhor: A riqueza do Egito, e as mercadorias da Etiópia,
e os sabeus, homens de alta estatura, passarão para ti, e serão teus; irão
atrás de ti; em grilhões virão; e, prostrando-se diante de ti, far-te-ão as
suas súplicas, dizendo: Deus está contigo somente; e não há nenhum outro
Deus.
15. Verdadeiramente tu és um Deus que te ocultas, ó Deus de Israel, o
Salvador.
16. Envergonhar-se-ão, e também se confundirão todos; cairão juntos
em ignomínia os que fabricam ídolos.
17. Mas Israel será salvo pelo Senhor, com uma salvação eterna; pelo
que não sereis jamais envergonhados nem confundidos em toda a eternidade.
18. Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a
terra, que a fez e a estabeleceu, não a criando para ser um caos, mas para ser
habitada: Eu sou o Senhor e não há outro.
19. Não falei em segredo, nalgum lugar tenebroso da terra; não disse à
descendência de Jacó: Buscai-me no caos; eu, o Senhor, falo a justiça, e
proclamo o que é reto.
20. Congregai-vos, e vinde; chegai-vos juntos, os que escapastes das
nações; nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura,
feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.
21. Anunciai e apresentai as razões: tomai conselho todos juntos. Quem
mostrou isso desde a antigüidade? quem de há muito o anunciou? Porventura não
sou eu, o Senhor? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não
há além de mim.
22. Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os confins da terra;
porque eu sou Deus, e não há outro.
23. Por mim mesmo jurei; já saiu da minha boca a palavra de justiça, e
não tornará atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e jurará toda
língua.
24. De mim se dirá: Tão somente no senhor há justiça e força. A ele
virão, envergonhados, todos os que se irritarem contra ele.
25. Mas no Senhor será justificada e se gloriará toda a descendência
de Israel.
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Isaías 46
1. Bel se encurva, Nebo se abaixa; os seus ídolos são postos sobre os
animais, sobre as bestas; essas cargas que costumáveis levar são pesadas para
as bestas já cansadas.
2. Eles juntamente se abaixam e se encurvam; não podem salvar a carga,
mas eles mesmos vão para o cativeiro.
3. Ouvi-me, ó casa de Jacó, e todo o resto da casa de Israel, vós que
por mim tendes sido carregados desde o ventre, que tendes sido levados desde a
madre.
4. Até a vossa velhice eu sou o mesmo, e ainda até as cãs eu vos
carregarei; eu vos criei, e vos levarei; sim, eu vos carregarei e vos livrarei.
5. A quem me assemelhareis, e com quem me igualareis e me comparareis,
para que sejamos semelhantes?
6. Os que prodigalizam o ouro da bolsa, e pesam a prata nas balanças,
assalariam o ourives, e ele faz um deus; e diante dele se prostram e adora,
7. Eles o tomam sobre os ombros, o levam, e o colocam no seu lugar, e ali
permanece; do seu lugar não se pode mover; e, se recorrem a ele, resposta
nenhuma dá, nem livra alguém da sua tribulação.
8. Lembrai-vos, disto, e considerai; trazei-o à memória, ó
transgressores.
9. Lembrai-vos das coisas passadas desde a antigüidade; que eu sou Deus,
e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim;
10. que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antigüidade as
coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei
toda a minha vontade;
11. chamando do oriente uma ave de rapina, e dum país remoto o homem do
meu conselho; sim, eu o disse, e eu o cumprirei; formei esse propósito, e
também o executarei.
12. Ouvi-me, ó duros de coração, os que estais longe da justiça.
13. Faço chegar a minha justiça; e ela não está longe, e a minha
salvação não tardará; mas estabelecerei a salvação em Sião, e em Israel a
minha glória.
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Isaías 47
1. Desce, e assenta-te no pó, ó virgem filha de Babilônia; assenta-te
no chão sem trono, ó filha dos caldeus, porque nunca mais serás chamada a
mimosa nem a delicada.
2. Toma a mó, e mói a farinha; remove o teu véu, suspende a cauda da
tua vestidura, descobre as pernas e passa os rios.
3. A tua nudez será descoberta, e ver-se-á o teu opróbrio; tomarei
vingança, e não pouparei a homem algum.
4. Quanto ao nosso Redentor, o Senhor dos exércitos é o seu nome, o
Santo de Israel.
5. Assenta-te calada, e entra nas trevas, ó filha dos caldeus; porque
não serás chamada mais a senhora de reinos.
6. Muito me agastei contra o meu povo, profanei a minha herança, e os
entreguei na tua mão; não usaste de misericórdia para com eles, e até sobre
os velhos fizeste muito pesado o teu jugo.
7. E disseste: Eu serei senhora para sempre; de sorte que até agora não
tomaste a peito estas coisas, nem te lembraste do fim delas.
8. Agora pois ouve isto, tu que és dada a prazeres, que habitas
descuidada, que dizes no teu coração: Eu sou, e fora de mim não há outra;
não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de filhos.
9. Mas ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no mesmo dia,
perda de filhos e viuvez; em toda a sua plenitude virão sobre ti, apesar da
multidão das tuas feitiçarias, e da grande abundância dos teus encantamentos.
10. Porque confiaste na tua maldade e disseste: Ninguém me vê; a tua
sabedoria e o teu conhecimento, essas coisas te perverteram; e disseste no teu
coração: Eu sou, e fora de mim não há outra.
11. Pelo que sobre ti virá o mal de que por encantamentos não saberás
livrar-te; e tal destruição cairá sobre ti, que não a poderás afastar; e
virá sobre ti de repente tão tempestuosa desolação, que não a poderás
conhecer.
12. Deixa-te estar com os teus encantamentos, e com a multidão das tuas
feitiçarias em que te hás fatigado desde a tua mocidade, a ver se podes tirar
proveito, ou se porventura podes inspirar terror.
13. Cansaste-te na multidão dos teus conselhos; levantem-se pois agora e
te salvem os astrólogos, que contemplam os astros, e os que nas luas novas
prognosticam o que há de vir sobre ti.
14. Eis que são como restolho; o logo os queimará; não poderão
livrar-se do poder das chamas; pois não é um braseiro com que se aquentar, nem
fogo para se sentar junto dele.
15. Assim serão para contigo aqueles com quem te hás fatigado, os que
tiveram negócios contigo desde a tua mocidade; andarão vagueando, cada um pelo
seu caminho; não haverá quem te salve.
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Isaías 48
1. Ouvi isto, casa de Jacó, que vos chamais do nome de Israel, e
saístes dos lombos de Judá, que jurais pelo nome do Senhor, e fazeis menção
do Deus de Israel, mas não em verdade nem em justiça.
2. E até da santa cidade tomam o nome, e se firmam sobre o Deus de
Israel; o Senhor dos exércitos é o seu nome.
3. Desde a antigüidade anunciei as coisas que haviam de ser; da minha
boca é que saíram, e eu as fiz ouvir; de repente as pus por obra, e elas
aconteceram.
4. Porque eu sabia que és obstinado, que a tua cerviz é um nervo de
ferro, e a tua testa de bronze.
5. Há muito tas anunciei, e as manifestei antes que acontecessem, para
que não dissesses: O meu ídolo fez estas coisas, ou a minha imagem de
escultura, ou a minha imagem de fundição as ordenou.
6. Já o tens ouvido; olha bem para tudo isto; porventura não o
anunciarás? Desde agora te mostro coisas novas e ocultas, que não sabias.
7. São criadas agora, e não de há muito, e antes deste dia não as
ouviste, para que não digas: Eis que já eu as sabia.
8. Tu nem as ouviste, nem as conheceste, nem tampouco há muito foi
aberto o teu ouvido; porque eu sabia que procedeste muito perfidamente, e que
eras chamado transgressor desde o ventre.
9. Por amor do meu nome retardo a minha ira, e por causa do meu louvor me
contenho para contigo, para que eu não te extermine.
10. Eis que te purifiquei, mas não como a prata; provei-te na fornalha
da aflição,
11. Por amor de mim, por amor de mim o faço; porque como seria profanado
o meu nome? A minha glória não a darei a outrem,
12. Escuta-me, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo,
eu o primeiro, eu também o último.
13. Também a minha mão fundou a terra, e a minha destra estendeu os
céus; quando eu os chamo, eles aparecem juntos.
14. Ajuntai-vos todos vós, e ouvi: Quem, dentre eles, tem anunciado
estas coisas? Aquele a quem o Senhor amou executará a sua vontade contra
Babilônia, e o seu braço será contra os caldeus.
15. Eu, eu o tenho dito; também já o chamei; eu o trouxe, e o seu
caminho será próspero.
16. Chegai-vos a mim, ouvi isto: Não falei em segredo desde o
princípio; desde o tempo em que aquilo se fez, eu estava ali; e agora o Senhor
Deus me enviou juntamente com o seu Espírito.
17. Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o
Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que
deves andar.
18. Ah! se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos! então seria a tua
paz como um rio, e a tua justiça como as ondas do mar;
19. também a tua descendência teria sido como a areia, e os que
procedem das tuas entranhas como os seus grãos; o seu nome nunca seria cortado
nem destruído de diante de mim.
20. Saí de Babilônia, fugi de entre os caldeus. E anunciai com voz de
júbilo, fazei ouvir isto, e levai-o até o fim da terra; dizei: O Senhor remiu
a seu servo Jacó;
21. e não tinham sede, quando os levava pelos desertos; fez-lhes correr
água da rocha; fendeu a rocha, e as águas jorraram.
22. Não há paz para os ímpios, diz o Senhor.
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Isaías 49
1. Ouvi-me, ilhas, e escutai vós, povos de longe: O Senhor chamou-me
desde o ventre, desde as entranhas de minha mãe fez menção do meu nome
2. e fez a minha boca qual espada aguda; na sombra da sua mão me
escondeu; fez-me qual uma flecha polida, e me encobriu na sua aljava;
3. e me disse: Tu és meu servo; és Israel, por quem hei de ser
glorificado.
4. Mas eu disse: Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as
minhas forças; todavia o meu direito está perante o Senhor, e o meu galardão
perante o meu Deus.
5. E agora diz o Senhor, que me formou desde o ventre para ser o seu
servo, para tornar a trazer-lhe Jacó, e para reunir Israel a ele (pois aos
olhos do Senhor sou glorificado, e o meu Deus se fez a minha força).
6. Sim, diz ele: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as
tribos de Jacó, e tornares a trazer os preservados de Israel; também te porei
para luz das nações, para seres a minha salvação até a extremidade da
terra.
7. Assim diz o Senhor, o Redentor de Israel, e o seu Santo, ao que é
desprezado dos homens, ao que é aborrecido das nações, ao servo dos tiranos:
Os reis o verão e se levantarão, como também os príncipes, e eles te
adorarão, por amor do Senhor, que é fiel, e do Santo de Israel, que te
escolheu.
8. Assim diz o Senhor: No tempo aceitável te ouvi, e no dia da
salvação te ajudei; e te guardarei, e te darei por pacto do povo, para
restaurares a terra, e lhe dares em herança as herdades assoladas;
9. para dizeres aos presos: Saí; e aos que estão em trevas: Aparecei;
eles pastarão nos caminhos, e em todos os altos desnudados haverá o seu pasto.
10. Nunca terão fome nem sede; não os afligirá nem a calma nem o sol;
porque o que se compadece deles os guiará, e os conduzirá mansamente aos
mananciais das águas.
11. Farei de todos os meus montes um caminho; e as minhas estradas serão
exaltadas.
12. Eis que estes virão de longe, e eis que aqueles do Norte e do
Ocidente, e aqueles outros da terra de Sinim.
13. Cantai, ó céus, e exulta, ó terra, e vós, montes, estalai de
júbilo, porque o Senhor consolou o seu povo, e se compadeceu dos seus aflitos.
14. Mas Sião diz: O Senhor me desamparou, o meu Senhor se esqueceu de
mim.
15. pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que
não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu,
todavia, não me esquecerei de ti.
16. Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei; os teus muros
estão continuamente diante de mim.
17. Os teus filhos pressurosamente virão; mas os teus destruidores e os
teus assoladores sairão do meio de ti.
18. Levanta os teus olhos ao redor, e olha; todos estes que se ajuntam
vêm ter contigo. Vivo eu, diz o Senhor, que de todos estes te vestirás, como
dum ornamento, e te cingirás deles como a noiva.
19. Pois quanto aos teus desertos, e lugares desolados, e à tua terra
destruída, serás agora estreita demais para os moradores, e os que te
devoravam se afastarão para longe de ti.
20. Os filhos de que foste privada ainda dirão aos teus ouvidos: Muito
estreito é para mim este lugar; dá-me espaço em que eu habite.
21. Então no teu coração dirás: Quem me gerou estes, visto que eu era
desfilhada e solitária, exilada e errante? quem, pois, me criou estes? Fui
deixada sozinha; estes onde estavam?
22. Assim diz o Senhor Deus: Eis que levantarei a minha mão para as
nações, e ante os povos arvorarei a minha bandeira; então eles trarão os
teus filhos nos braços, e as tuas filhas serão levadas sobre os ombros.
23. Reis serão os teus aios, e as suas rainhas as tuas amas; diante de
ti se inclinarão com o rosto em terra e lamberão o pó dos teus pés; e
saberás que eu sou o Senhor, e que os que por mim esperam não serão
confundidos.
24. Acaso tirar-se-ia a presa ao valente? ou serão libertados os cativos
de um tirano?
25. Mas assim diz o Senhor: Certamente os cativos serão tirados ao
valente, e a presa do tirano será libertada; porque eu contenderei com os que
contendem contigo, e os teus filhos eu salvarei.
26. E sustentarei os teus opressores com a sua própria carne, e com o
seu próprio sangue se embriagarão, como com mosto; e toda a carne saberá que
eu sou o Senhor, o teu Salvador e o teu Redentor, o Poderoso de Jacó.
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Isaías 50
1. Assim diz o Senhor: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe,
pela qual eu a repudiei? ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido?
Eis que por vossas maldades fostes vendidos, e por vossas transgressões foi
repudiada vossa mãe.
2. Por que razão, quando eu vim, ninguém apareceu? quando chamei, não
houve quem respondesse? Acaso tanto se encolheu a minha mão, que já não possa
remir? ou não tenho poder para livrar? Eis que com a minha repreensão faço
secar o mar, e torno os rios em deserto; cheiram mal os seus peixes, pois não
há água, e morrem de sede:
3. Eu visto os céus de negridão, e lhes ponho cilício por sua
cobertura.
4. O Senhor Deus me deu a língua dos instruídos para que eu saiba
sustentar com uma palavra o que está cansado; ele desperta-me todas as manhãs;
desperta-me o ouvido para que eu ouça como discípulo.
5. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fui rebelde, nem me
retirei para trás.
6. Ofereci as minhas costas aos que me feriam, e as minhas faces aos que
me arrancavam a barba; não escondi o meu rosto dos que me afrontavam e me
cuspiam.
7. Pois o Senhor Deus me ajuda; portanto não me sinto confundido; por
isso pus o meu rosto como um seixo, e sei que não serei envergonhado.
8. Perto está o que me justifica; quem contenderá comigo?
apresentemo-nos juntos; quem é meu adversário? chegue-se para mim.
9. Eis que o Senhor Deus me ajuda; quem há que me condene? Eis que todos
eles se envelhecerão como um vestido, e a traça os comerá.
10. Quem há entre vós que tema ao Senhor? ouça ele a voz do seu servo.
Aquele que anda em trevas, e não tem luz, confie no nome do Senhor, e firme-se
sobre o seu Deus.
11. Eia! todos vós, que acendeis fogo, e vos cingis com tições acesos;
andai entre as labaredas do vosso fogo, e entre os tições que ateastes! Isto
vos sobrevirá da minha mão, e em tormentos jazereis.
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Isaías 51
1. Ouvi-me vós, os que seguis a justiça, os que buscais ao Senhor;
olhai para a rocha donde fostes cortados, e para a caverna do poço donde fostes
cavados.
2. Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz; porque
ainda quando ele era um só, eu o chamei, e o abençoei e o multipliquei.
3. Porque o Senhor consolará a Sião; consolará a todos os seus lugares
assolados, e fará o seu deserto como o Edem e a sua solidão como o jardim do
Senhor; gozo e alegria se acharão nela, ação de graças, e voz de cântico.
4. Atendei-me, povo meu, e nação minha, inclinai os ouvidos para mim;
porque de mim sairá a lei, e estabelecerei a minha justiça como luz dos povos.
5. Perto está a minha justiça, vem saindo a minha salvação, e os meus
braços governarão os povos; as ilhas me aguardam, e no meu braço esperam.
6. Levantai os vossos olhos para os céus e olhai para a terra em baixo;
porque os céus desaparecerão como a fumaça, e a terra se envelhecerá como um
vestido; e os seus moradores morrerão semelhantemente; a minha salvação,
porém, durará para sempre, e a minha justiça não será abolida.
7. Ouvi-me, vós que conheceis a justiça, vós, povo, em cujo coração
está a minha lei; não temais o opróbrio dos homens, nem vos turbeis pelas
suas injúrias.
8. Pois a traça os roerá como a um vestido, e o bicho os comerá como
à lã; a minha justiça, porém, durará para sempre, e a minha salvação para
todas as gerações.
9. Desperta, desperta, veste-te de força, ó braço do Senhor; desperta
como nos dias da antigüidade, como nas gerações antigas. Porventura não és
tu aquele que cortou em pedaços a Raabe, e traspassou ao dragão,
10. Não és tu aquele que secou o mar, as águas do grande abismo? o que
fez do fundo do mar um caminho, para que por ele passassem os remidos?
11. Assim voltarão os resgatados do Senhor, e virão com júbilo a
Sião; e haverá perpétua alegria sobre as suas cabeças; gozo e alegria
alcançarão, a tristeza e o gemido fugirão.
12. Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para teres
medo dum homem, que é mortal, ou do filho do homem que se tornará como feno;
13. e te esqueces do Senhor, o teu Criador, que estendeu os céus, e
fundou a terra, e temes continuamente o dia todo por causa do furor do opressor,
quando se prepara para destruir? Onde está o furor do opressor?
14. O exilado cativo depressa será solto, e não morrerá para ir à
sepultura, nem lhe faltará o pão.
15. Pois eu sou o Senhor teu Deus, que agita o mar, de modo que bramem as
suas ondas. O Senhor dos exércitos é o seu nome.
16. E pus as minhas palavras na tua boca, e te cubro com a sombra da
minha mão; para plantar os céus, e para fundar a terra, e para dizer a Sião:
Tu és o meu povo.
17. Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que bebeste da mão do
Senhor o cálice do seu furor; que bebeste da taça do atordoamento, e a
esgotaste.
18. De todos os filhos que ela teve, nenhum há que a guie; e de todos os
filhos que criou, nenhum há que a tome pela mão.
19. Estas duas coisas te aconteceram; quem terá compaixão de ti? a
assolação e a ruína, a fome e a espada; quem te consolará?
20. Os teus filhos já desmaiaram, jazem nas esquinas de todas as ruas,
como o antílope tomado na rede; cheios estão do furor do Senhor, e da
repreensão do teu Deus.
21. Pelo que agora ouve isto, ó aflita, e embriagada, mas não de vinho.
22. Assim diz o Senhor Deus e o teu Deus, que pleiteia a causa do seu
povo: Eis que eu tiro da tua mão a taça de atordoamento e o cálice do meu
furor; nunca mais dele beberás;
23. mas pô-lo-ei nas mãos dos que te afligem, os quais te diziam:
Abaixa-te, para que passemos sobre ti; e tu puseste as tuas costas como o chão,
e como a rua para os que passavam.
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Isaías 52
1. Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, Sião; veste-te dos
teus vestidos formosos, ó Jerusalém, cidade santa; porque nunca mais entrará
em ti nem incircunciso nem imundo.
2. Sacode-te do pó; levanta-te, e assenta-te, ó Jerusalém; solta-te
das ataduras de teu pescoço, ó cativa filha de Sião.
3. Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos; e sem dinheiro
sereis resgatados.
4. Pois assim diz o Senhor Deus: O meu povo desceu no princípio ao
Egito, para peregrinar lá, e a Assíria sem razão o oprimiu.
5. E agora, que acho eu aqui? diz o Senhor, pois que o meu povo foi
tomado sem nenhuma razão, os seus dominadores dão uivos sobre ele, diz o
Senhor; e o meu nome é blasfemado incessantemente o dia todo!
6. Portanto o meu povo saberá o meu nome; portanto saberá naquele dia
que sou eu o que falo; eis-me aqui.
7. Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia as
boas-novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que proclama a
salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!
8. Eis a voz dos teus atalaias! eles levantam a voz, juntamente exultam;
porque de perto contemplam a volta do Senhor a Sião.
9. Clamai cantando, exultai juntamente, desertos de Jerusalém; porque o
Senhor consolou o seu povo, remiu a Jerusalém.
10. O Senhor desnudou o seu santo braço à vista de todas as nações; e
todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.
11. Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí
do meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos do Senhor.
12. Pois não saireis apressadamente, nem ireis em fuga; porque o Senhor
irá diante de vós, e o Deus de Israel será a vossa retaguarda.
13. Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e
elevado, e mui sublime.
14. Como pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava tão
desfigurado que não era o de um homem, e a sua figura não era a dos filhos dos
homens),
15. assim ele espantará muitas nações; por causa dele reis taparão a
boca; pois verão aquilo que não se lhes havia anunciado, e entenderão aquilo
que não tinham ouvido.
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Isaías 53
1. Quem deu crédito à nossa pregação? e a quem se manifestou o braço
do Senhor?
2. Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma
terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele,
nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos.
3. Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e
experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto,
era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
4. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou
com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e
oprimido.
5. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por
causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e
pelas suas pisaduras fomos sarados.
6. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava
pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.
7. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro
que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus
tosquiadores, assim ele não abriu a boca.
8. Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado; e quem dentre os da sua
geração considerou que ele fora cortado da terra dos viventes, ferido por
causa da transgressão do meu povo?
9. E deram-lhe a sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte,
embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca.
10. Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar;
quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade,
prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.
11. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com
o seu conhecimento o meu servo justo justificará a muitos, e as iniqüidades
deles levará sobre si.
12. Pelo que lhe darei o seu quinhão com os grandes, e com os poderosos
repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma até a morte, e foi
contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e
pelos transgressores intercedeu.
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Isaías 54
1. Canta, alegremente, ó estéril, que não deste à luz; exulta de
prazer com alegre canto, e exclama, tu que não tiveste dores de parto; porque
mais são os filhos da desolada, do que os filhos da casada, diz o Senhor.
2. Amplia o lugar da tua tenda, e estendam-se as cortinas das tuas
habitações; não o impeças; alonga as tuas cordas, e firma bem as tuas
estacas.
3. Porque trasbordarás para a direita e para a esquerda; e a tua
posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades
assoladas.
4. Não temas, porque não serás envergonhada; e não te envergonhes,
porque não sofrerás afrontas; antes te esquecerás da vergonha da tua
mocidade, e não te lembrarás mais do opróbrio da tua viuvez.
5. Pois o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos exércitos é o seu
nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor, que é chamado o Deus de toda a
terra.
6. Porque o Senhor te chamou como a mulher desamparada e triste de
espírito; como a mulher da mocidade, que fora repudiada, diz o teu Deus:
7. Por um breve momento te deixei, mas com grande compaixão te
recolherei;
8. num ímpeto de indignação escondi de ti por um momento o meu rosto;
mas com benignidade eterna me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redentor.
9. Porque isso será para mim como as águas de Noé; como jurei que as
águas de Noé não inundariam mais a terra, assim também jurei que não me
irarei mais contra ti, nem te repreenderei.
10. Pois as montanhas se retirarão, e os outeiros serão removidos;
porém a minha benignidade não se apartará de ti, nem será removido ao pacto
da minha paz, diz o Senhor, que se compadece de ti.
11. e aflita arrojada com a tormenta e desconsolada eis que eu assentarei
as tuas pedras com antimônio, e lançarei os teus alicerces com safiras.
12. Farei os teus baluartes de rubis, e as tuas portas de carbúnculos, e
toda a tua muralha de pedras preciosas.
13. E todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e a paz de teus
filhos será abundante.
14. Com justiça serás estabelecida; estarás longe da opressão, porque
já não temerás; e também do terror, porque a ti não chegará.
15. Eis que embora se levantem contendas, isso não será por mim; todos
os que contenderem contigo, por causa de ti cairão.
16. Eis que eu criei o ferreiro, que assopra o fogo de brasas, e que
produz a ferramenta para a sua obra; também criei o assolador, para destruir.
17. Não prosperará nenhuma arma forjada contra ti; e toda língua que
se levantar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos
do Senhor, e a sua justificação que de mim procede, diz o Senhor.
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Isaías 55
1. Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não
tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e
sem preço, vinho e leite.
2. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão! e o produto do
vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? ouvi-me atentamente, e comei o
que é bom, e deleitai-vos com a gordura.
3. Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma
viverá; porque convosco farei um pacto perpétuo, dando-vos as firmes
beneficências prometidas a Davi.
4. Eis que eu o dei como testemunha aos povos, como príncipe e
governador dos povos.
5. Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que
nunca te conheceu a ti correrá, por amor do Senhor teu Deus, e do Santo de
Israel; porque ele te glorificou.
6. Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está
perto.
7. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos;
volte-se ao Senhor, que se compadecerá dele; e para o nosso Deus, porque é
generoso em perdoar.
8. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os
vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.
9. Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os
meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais
altos do que os vossos pensamentos.
10. Porque, assim como a chuva e a neve descem dos céus e para lá não
tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir e brotar, para que dê semente ao
semeador, e pão ao que come,
11. assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para
mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.
12. Pois com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os
outeiros romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores de campo
baterão palmas.
13. Em lugar do espinheiro crescerá a faia, e em lugar da sarça
crescerá a murta; o que será para o Senhor por nome, por sinal eterno, que
nunca se apagará.
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Isaías 56
1. Assim diz o Senhor: Mantende a retidão, e fazei justiça; porque a
minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça a manifestar-se.
2. Bem-aventurado o homem que fizer isto, e o filho do homem que lançar
mão disto: que se abstém de profanar o sábado, e guarda a sua mão de cometer
o mal.
3. E não fale o estrangeiro, que se houver unido ao Senhor, dizendo:
Certamente o Senhor me separará do seu povo; nem tampouco diga o eunuco: Eis
que eu sou uma árvore seca.
4. Pois assim diz o Senhor a respeito dos eunucos que guardam os meus
sábados, e escolhem as coisas que me agradam, e abraçam o meu pacto:
5. Dar-lhes-ei na minha casa e dentro dos meus muros um memorial e um
nome melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles,
que nunca se apagará.
6. E aos estrangeiros, que se unirem ao Senhor, para o servirem, e para
amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos seus, todos os que guardarem o
sábado, não o profanando, e os que abraçarem o meu pacto,
7. sim, a esses os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha
casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no
meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os
povos.
8. Assim diz o Senhor Deus, que ajunta os dispersos de Israel: Ainda
outros ajuntarei a ele, além dos que já se lhe ajuntaram.
9. Vós, todos os animais do campo, todos os animais do bosque, vinde
comer.
10. Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães
mudos, não podem ladrar; deitados, sonham e gostam de dormir.
11. E estes cães são gulosos, nunca se podem fartar; e eles são
pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um
para a sua ganância, todos sem exceção.
12. Vinde, dizem, trarei vinho, e nos encheremos de bebida forte; e o dia
de amanhã será como hoje, ou ainda mais festivo.
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Isaías 57
1. Perece o justo, e não há quem se importe com isso; os homens
compassivos são arrebatados, e não há ninguém que entenda. Pois o justo é
arrebatado da calamidade,
2. entra em paz; descansam nas suas camas todos os que andam na retidão.
3. Mas chegai-vos aqui, vós os filhos da agoureira, linhagem do
adúltero e da prostituta.
4. De quem fazeis escárnio? Contra quem escancarais a boca, e deitais
para fora a língua? Porventura não sois vós filhos da transgressão, estirpe
da falsidade,
5. que vos inflamais junto aos terebintos, debaixo de toda árvore verde,
e sacrificais os filhos nos vales, debaixo das fendas dos penhascos?
6. Por entre as pedras lisas do vale está o teu quinhão; estas, estas
são a tua sorte; também a estas derramaste a tua libação e lhes ofereceste
uma oblação. Contentar-me-ia com estas coisas?
7. sobre um monte alto e levantado puseste a tua cama; e lá subiste para
oferecer sacrifícios.
8. Detrás das portas e dos umbrais colocaste o teu memorial; pois te
descobriste a outro que não a mim, e subiste, e alargaste a tua cama; e fizeste
para ti um pacto com eles; amaste a sua cama, onde quer que a viste.
9. E foste ao rei com óleo, e multiplicaste os teus perfumes, e enviaste
os teus embaixadores para longe, e te abateste até o Seol.
10. Na tua comprida viagem te cansaste; contudo não disseste: Não há
esperança; achaste com que renovar as tuas forças; por isso não
enfraqueceste.
11. Mas de quem tiveste receio ou medo, para que mentisses, e não te
lembrasses de mim, nem te importasses? Não é porventura porque eu me calei, e
isso há muito tempo, e não me temes?
12. Eu publicarei essa justiça tua; e quanto às tuas obras, elas não
te aproveitarão.
13. Quando clamares, livrem-te os ídolos que ajuntaste; mas o vento a
todos levará, e um assopro os arrebatará; mas o que confia em mim possuirá a
terra, e herdarão o meu santo monte.
14. E dir-se-á: Aplanai, aplanai, preparai e caminho, tirai os tropeços
do caminho do meu povo.
15. Porque assim diz o Alto e o Excelso, que habita na eternidade e cujo
nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e humilde
de espírito, para vivificar o espírito dos humildes, e para vivificar o
coração dos contritos.
16. Pois eu não contenderei para sempre, nem continuamente ficarei
irado; porque de mim procede o espírito, bem como o fôlego da vida que eu
criei.
17. Por causa da iniqüidade da sua avareza me indignei e o feri;
escondi-me, e indignei-me; mas, rebelando-se, ele seguiu o caminho do seu
coração.
18. Tenho visto os seus caminhos, mas eu o sararei; também o guiarei, e
tornarei a dar-lhe consolação, a ele e aos que o pranteiam.
19. Eu crio o fruto dos lábios; paz, paz, para o que está longe, e para
o que está perto diz o Senhor; e eu o sararei.
20. Mas os ímpios são como o mar agitado; pois não pode estar quieto,
e as suas águas lançam de si lama e lodo.
21. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.
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Isaías 58
1. Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta
e anuncia ao meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados.
2. Todavia me procuram cada dia, tomam prazer em saber os meus caminhos;
como se fossem um povo que praticasse a justiça e não tivesse abandonado a
ordenança do seu Deus, pedem-me juízos retos, têm prazer em se chegar a
Deus!,
3. Por que temos nós jejuado, dizem eles, e tu não atentas para isso?
por que temos afligido as nossas almas, e tu não o sabes? Eis que no dia em que
jejuais, prosseguis nas vossas empresas, e exigis que se façam todos os vossos
trabalhos.
4. Eis que para contendas e rixas jejuais, e para ferirdes com punho
iníquo! Jejuando vós assim como hoje, a vossa voz não se fará ouvir no alto.
5. Seria esse o jejum que eu escolhi? o dia em que o homem aflija a sua
alma? Consiste porventura, em inclinar o homem a cabeça como junco e em
estender debaixo de si saco e cinza? chamarias tu a isso jejum e dia aceitável
ao Senhor?
6. Acaso não é este o jejum que escolhi? que soltes as ligaduras da
impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? e que deixes ir livres os
oprimidos, e despedaces todo jugo?
7. Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e
recolhas em casa os pobres desamparados? que vendo o nu, o cubras, e não te
escondas da tua carne?
8. Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente
brotará. e a tua justiça irá adiante de ti; e a glória do Senhor será a tua
retaguarda.
9. Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá:
Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar
iniquamente;
10. e se abrires a tua alma ao faminto, e fartares o aflito; então a tua
luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio dia.
11. O Senhor te guiará continuamente, e te fartará até em lugares
áridos, e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado, e como um
manancial, cujas águas nunca falham.
12. E os que de ti procederem edificarão as ruínas antigas; e tu
levantarás os fundamentos de muitas gerações; e serás chamado reparador da
brecha, e restaurador de veredas para morar.
13. Se desviares do sábado o teu pé, e deixares de prosseguir nas tuas
empresas no meu santo dia; se ao sábado chamares deleitoso, ao santo dia do
Senhor, digno de honra; se o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem te
ocupando nas tuas empresas, nem falando palavras vãs;
14. então te deleitarás no Senhor, e eu te farei cavalgar sobre as
alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a
boca do Senhor o disse.
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Isaías 59
1. Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa
salvar; nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir;
2. mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso
Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos
ouça.
3. Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos
dedos de iniqüidade; os vossos lábios falam a mentira, a vossa língua
pronuncia perversidade.
4. Ninguém há que invoque a justiça com retidão, nem há quem
pleiteie com verdade; confiam na vaidade, e falam mentiras; concebem o mal, e
dão à luz a iniqüidade.
5. Chocam ovos de basiliscos, e tecem teias de aranha; o que comer dos
ovos deles, morrerá; e do ovo que for pisado sairá uma víbora.
6. As suas teias não prestam para vestidos; nem se poderão cobrir com o
que fazem; as suas obras são obras de iniqüidade, e atos de violência há nas
suas mãos.
7. Os seus pés correm para o mal, e se apressam para derramarem o sangue
inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniqüidade; a desolação e a
destruição acham-se nas suas estradas.
8. O caminho da paz eles não o conhecem, nem há justiça nos seus
passos; fizeram para si veredas tortas; todo aquele que anda por elas não tem
conhecimento da paz.
9. Pelo que a justiça está longe de nós, e a retidão não nos
alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas
andamos em escuridão.
10. Apalpamos as paredes como cegos; sim, como os que não têm olhos
andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como no crepúsculo, e entre os vivos
somos como mortos.
11. Todos nós bramamos como ursos, e andamos gemendo como pombas;
esperamos a justiça, e ela não aparece; a salvação, e ela está longe de
nós.
12. Porque as nossas transgressões se multiplicaram perante ti, e os
nossos pecados testificam contra nós; pois as nossas transgressões estão
conosco, e conhecemos as nossas iniqüidades.
13. transgredimos, e negamos o Senhor, e nos desviamos de seguir após o
nosso Deus; falamos a opressão e a rebelião, concebemos e proferimos do
coração palavras de falsidade.
14. Pelo que o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs longe;
porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a eqüidade não pode entrar.
15. Sim, a verdade desfalece; e quem se desvia do mal arrisca-se a ser
despojado; e o Senhor o viu, e desagradou-lhe o não haver justiça.
16. E viu que ninguém havia, e maravilhou-se de que não houvesse um
intercessor; pelo que o seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a sua
própria justiça o susteve;
17. vestiu-se de justiça, como de uma couraça, e pôs na cabeça o
capacete da salvação; e por vestidura pôs sobre si vestes de vingança, e
cobriu-se de zelo, como de um manto.
18. Conforme forem as obras deles, assim será a sua retribuição, furor
aos seus adversários, e recompensa aos seus inimigos; às ilhas dará ele a sua
recompensa.
19. Então temerão o nome do Senhor desde o poente, e a sua glória
desde o nascente do sol; porque ele virá tal uma corrente impetuosa, que o
assopro do Senhor impele.
20. E virá um Redentor a Sião e aos que em Jacó se desviarem da
transgressão, diz o Senhor.
21. Quanto a mim, este é o meu pacto com eles, diz o Senhor: o meu
Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não
se desviarão da tua boca, nem da boca dos teus filhos, nem da boca dos filhos
dos teus filhos, diz o Senhor, desde agora e para todo o sempre.
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Isaías 60
1. Levanta-te, resplandece, porque é chegada a tua luz, e é nascida
sobre ti a glória do Senhor.
2. Pois eis que as trevas cobrirão a terra, e a escuridão os povos; mas
sobre ti o Senhor virá surgindo, e a sua glória se verá sobre ti.
3. E nações caminharão para a tua luz, e reis para o resplendor da tua
aurora.
4. Levanta em redor os teus olhos, e vê; todos estes se ajuntam, e vêm
ter contigo; teus filhos vêm de longe, e tuas filhas se criarão a teu lado.
5. Então o verás, e estarás radiante, e o teu coração estremecerá e
se alegrará; porque a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das
nações a ti virão.
6. A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá;
todos os de Sabá, virão; trarão ouro e incenso, e publicarão os louvores do
Senhor.
7. Todos os rebanhos de Quedar se congregarão em ti, os carneiros de
Nebaoite te servirão; com aceitação subirão ao meu altar, e eu glorificarei
a casa da minha glória.
8. Quem são estes que vêm voando como nuvens e como pombas para as suas
janelas?
9. Certamente as ilhas me aguardarão, e vêm primeiro os navios de
Társis, para trazerem teus filhos de longe, e com eles a sua prata e o seu
ouro, para o nome do Senhor teu Deus, e para o Santo de Israel, porquanto ele te
glorificou.
10. E estrangeiros edificarão os teus muros, e os seus reis te
servirão; porque na minha ira te feri, mas na minha benignidade tive
misericórdia de ti.
11. As tuas portas estarão abertas de contínuo; nem de dia nem de noite
se fecharão; para que te sejam trazidas as riquezas das nações, e conduzidos
com elas os seus reis.
12. Porque a nação e o reino que não te servirem perecerão; sim,
essas nações serão de todo assoladas.
13. A glória do Líbano virá a ti; a faia, o olmeiro, e o buxo
conjuntamente, para ornarem o lugar do meu santuário; e farei glorioso o lugar
em que assentam os meus pés.
14. Também virão a ti, inclinando-se, os filhos dos que te oprimiram; e
prostrar-se-ão junto às plantas dos teus pés todos os que te desprezaram; e
chamar-te-ão a cidade do Senhor, a Sião do Santo de Israel.
15. Ao invés de seres abandonada e odiada como eras, de sorte que
ninguém por ti passava, far-te-ei uma excelência perpétua, uma alegria de
geração em geração.
16. E mamarás o leite das nações, e te alimentarás ao peito dos reis;
assim saberás que eu sou o Senhor, o teu Salvador, e o teu Redentor, o Poderoso
de Jacó.
17. Por bronze trarei ouro, por ferro trarei prata, por madeira bronze, e
por pedras ferro; farei pacíficos os teus oficiais e justos os teus exatores.
18. Não se ouvirá mais de violência na tua terra, de desolação ou
destruição nos teus termos; mas aos teus muros chamarás Salvação, e às
tuas portas Louvor.
19. Não te servirá mais o sol para luz do dia, nem com o seu resplendor
a lua te alumiará; mas o Senhor será a tua luz perpétua, e o teu Deus a tua
glória.
20. Nunca mais se porá o teu sol, nem a tua lua minguará; porque o
Senhor será a tua luz perpétua, e acabados serão os dias do teu luto.
21. E todos os do teu povo serão justos; para sempre herdarão a terra;
serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja
glorificado.
22. O mais pequeno virá a ser mil, e o mínimo uma nação forte; eu, o
Senhor, apressarei isso a seu tempo.
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Isaías 61
1. O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu
para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de
coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos
presos;
2. a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso
Deus; a consolar todos os tristes;
3. a ordenar acerca dos que choram em Sião que se lhes dê uma grinalda
em vez de cinzas, óleo de gozo em vez de pranto, vestidos de louvor em vez de
espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantação
do Senhor, para que ele seja glorificado.
4. E eles edificarão as antigas ruínas, levantarão as desolações de
outrora, e restaurarão as cidades assoladas, as desolações de muitas
gerações.
5. E haverá estrangeiros, que apascentarão os vossos rebanhos; e
estranhos serão os vossos lavradores e os vossos vinheiros.
6. Mas vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão
ministros de nosso Deus; comereis as riquezas das nações, e na sua glória vos
gloriareis.
7. Em lugar da vossa vergonha, haveis de ter dupla honra; e em lugar de
opróbrio exultareis na vossa porção; por isso na sua terra possuirão o
dobro, e terão perpétua alegria.
8. Pois eu, o Senhor, amo o juízo, aborreço o roubo e toda injustiça;
fielmente lhes darei sua recompensa, e farei com eles um pacto eterno.
9. E a sua posteridade será conhecida entre as nações, e os seus
descendentes no meio dos povos; todos quantos os virem os reconhecerão como
descendência bendita do Senhor.
10. Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegrará no meu
Deus, porque me vestiu de vestes de salvação, cobriu-me com o manto de
justiça, como noivo que se adorna com uma grinalda, e como noiva que se enfeita
com as suas jóias.
11. Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o horto faz
brotar o que nele se semeia, assim o Senhor Deus fará brotar a justiça e o
louvor perante todas as nações.
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Isaías 62
1. Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não
descansarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação
como uma tocha acesa.
2. E as nações verão a tua justiça, e todos os reis a tua glória; e
chamar-te-ão por um nome novo, que a boca do Senhor designará.
3. Também serás uma coroa de adorno na mão do Senhor, e um diadema
real na mão do teu Deus.
4. Nunca mais te chamarão: Desamparada, nem a tua terra se denominará
Desolada; mas chamar-te-ão Hefzibá, e à tua terra Beulá; porque o Senhor se
agrada de ti; e a tua terra se casará.
5. Pois como o mancebo se casa com a donzela, assim teus filhos se
casarão contigo; e, como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o
teu Deus
6. e Jerusalém, sobre os teus muros pus atalaias, que não se calarão
nem de dia, nem de noite; ó vós, os que fazeis lembrar ao Senhor, não
descanseis,
7. e não lhe deis a ele descanso até que estabeleça Jerusalém e a
ponha por objeto de louvor na terra.
8. Jurou o Senhor pela sua mão direita, e pelo braço da sua força:
Nunca mais darei de comer o teu trigo aos teus inimigos, nem os estrangeiros
beberão o teu mosto, em que trabalhaste.
9. Mas os que o ajuntarem o comerão, e louvarão ao Senhor; e os que o
colherem o beberão nos átrios do meu santuário.
10. Passai, passai pelas portas; preparai o caminho ao povo; aplanai,
aplanai a estrada, limpai-a das pedras; arvorai a bandeira aos povos.
11. Eis que o Senhor proclamou até as extremidades da terra: Dizei à
filha de Sião: Eis que vem o teu Salvador; eis que com ele vem o seu galardão,
e a sua recompensa diante dele.
12. E chamar-lhes-ão: Povo santo, remidos do Senhor; e tu serás chamada
Procurada, cidade não desamparada.
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Isaías 63
1. Quem é este, que vem de Edom, de Bozra, com vestiduras tintas de
escarlate? este que é glorioso no seu traje, que marcha na plenitude da sua
força? Sou eu, que falo em justiça, poderoso para salvar.
2. Por que está vermelha a tua vestidura, e as tuas vestes como as
daquele que pisa no lagar?
3. Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo; eu os
pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor, e o seu sangue salpicou as
minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura.
4. Porque o dia da vingança estava no meu coração, e o ano dos meus
remidos é chegado.
5. Olhei, mas não havia quem me ajudasse; e admirei-me de não haver
quem me sustivesse; pelo que o meu próprio braço me trouxe a vitória; e o meu
furor é que me susteve.
6. Pisei os povos na minha ira, e os embriaguei no meu furor; e derramei
sobre a terra o seu sangue.
7. Celebrarei as benignidades do Senhor, e os louvores do Senhor,
consoante tudo o que o Senhor nos tem concedido, e a grande bondade para com a
casa de Israel, bondade que ele lhes tem concedido segundo as suas
misericórdias, e segundo a multidão das suas benignidades.
8. Porque dizia: Certamente eles são meu povo, filhos que não
procederão com falsidade; assim ele se fez o seu Salvador.
9. Em toda a angústia deles foi ele angustiado, e o anjo da sua
presença os salvou; no seu amor, e na sua compaixão ele os remiu; e os tomou,
e os carregou todos os dias da antigüidade.
10. Eles, porém, se rebelaram, e contristaram o seu santo Espírito;
pelo que se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles.
11. Todavia se lembrou dos dias da antigüidade, de Moisés, e do seu
povo, dizendo: Onde está aquele que os fez subir do mar com os pastores do seu
rebanho? Onde está o que pôs no meio deles o seu santo Espírito?
12. Aquele que fez o seu braço glorioso andar à mão direita de
Moisés? que fendeu as águas diante deles, para fazer para si um nome eterno?
13. Aquele que os guiou pelos abismos, como a um cavalo no deserto, de
modo que nunca tropeçaram?
14. Como ao gado que desce ao vale, o Espírito do Senhor lhes deu
descanso; assim guiaste o teu povo, para te fazeres um nome glorioso.
15. Atenta lá dos céus e vê, lá da tua santa e gloriosa habitação;
onde estão o teu zelo e as tuas obras poderosas? A ternura do teu coração e
as tuas misericórdias para comigo estancaram.
16. Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel
não nos reconhece; tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor desde a
antigüidade é o teu nome.
17. Por que, ó Senhor, nos fazes errar dos teus caminhos? Por que
endureces o nosso coração, para te não temermos? Faze voltar, por amor dos
teus servos, as tribos da tua herança.
18. Só por um pouco de tempo o teu santo povo a possuiu; os nossos
adversários pisaram o teu santuário.
19. Somos feitos como aqueles sobre quem tu nunca dominaste, e como os
que nunca se chamaram pelo teu nome.
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Isaías 64
1. Oh! se fendesses os céus, e descesses, e os montes tremessem à tua
presença,
2. como quando o fogo pega em acendalhas, e o fogo faz ferver a água,
para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, de sorte que à tua
presença tremam as nações!
3. Quando fazias coisas terríveis, que não esperávamos, descias, e os
montes tremiam à tua presença.
4. Porque desde a antigüidade não se ouviu, nem com ouvidos se
percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que opera a favor daquele
que por ele espera.
5. Tu sais ao encontro daquele que, com alegria, pratica a justiça,
daqueles que se lembram de ti nos teus caminhos. Eis que te iraste, porque
pecamos; há muito tempo temos estado em pecados; acaso seremos salvos?
6. Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como
trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas
iniqüidades, como o vento, nos arrebatam.
7. E não há quem invoque o teu nome, que desperte, e te detenha; pois
escondeste de nós o teu rosto e nos consumiste, por causa das nossas
iniqüidades.
8. Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai; nós somos o barro, e tu o
nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos.
9. Não te agastes tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da
iniqüidade; olha, pois, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo.
10. As tuas santas cidades se tornaram em deserto, Sião está feita um
ermo, Jerusalém uma desolação.
11. A nossa santa e gloriosa casa, em que te louvavam nossos pais, foi
queimada a fogo; e todos os nossos lugares aprazíveis se tornaram em ruínas.
12. Acaso conter-te-ás tu ainda sobre estas calamidades, ó Senhor?
ficarás calado, e nos afligirás tanto?
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Isaías 65
1. Tornei-me acessível aos que não perguntavam por mim; fui achado
daqueles que não me buscavam. A uma nação que não se chamava do meu nome eu
disse: Eis-me aqui, eis-me aqui.
2. Estendi as minhas mãos o dia todo a um povo rebelde, que anda por um
caminho que não é bom, após os seus próprios pensamentos;
3. povo que de contínuo me provoca diante da minha face, sacrificando em
jardins e queimando incenso sobre tijolos;
4. que se assenta entre as sepulturas, e passa as noites junto aos
lugares secretos; que come carne de porco, achando-se caldo de coisas
abomináveis nas suas vasilhas;
5. e que dizem: Retira-te, e não te chegues a mim, porque sou mais santo
do que tu. Estes são fumaça no meu nariz, um fogo que arde o dia todo.
6. Eis que está escrito diante de mim: Não me calarei, mas eu pagarei,
sim, deitar-lhes-ei a recompensa no seu seio;
7. as suas iniqüidades, e juntamente as iniqüidades de seus pais, diz o
Senhor, os quais queimaram incenso nos montes, e me afrontaram nos outeiros;
pelo que lhes tornarei a medir as suas obras antigas no seu seio.
8. Assim diz o Senhor: Como quando se acha mosto num cacho de uvas, e se
diz: Não o desperdices, pois há bênção nele; assim farei por amor de meus
servos, para que eu não os destrua a todos.
9. E produzirei descendência a Jacó, e a Judá um herdeiro dos meus
montes; e os meus escolhidos herdarão a terra e os meus servos nela habitarão.
10. E Sarom servirá de pasto de rebanhos, e o vale de Acor de repouso de
gado, para o meu povo, que me buscou.
11. Mas a vós, os que vos apartais do Senhor, os que vos esqueceis do
meu santo monte, os que preparais uma mesa para a fortuna, e que misturais vinho
para o Destino
12. também vos destinarei à espada, e todos vos encurvareis à
matança; porque quando chamei, não respondestes; quando falei, não ouvistes,
mas fizestes o que era mau aos meus olhos, e escolhestes aquilo em que eu não
tinha prazer.
13. Pelo que assim diz o Senhor Deus: Eis que os meus servos comerão,
mas vós padecereis fome; eis que os meus servos beberão, mas vós tereis sede;
eis que os meus servos se alegrarão, mas vós vos envergonhareis;
14. eis que os meus servos cantarão pela alegria de coração, mas vós
chorareis pela tristeza de coração, e uivareis pela angústia de espírito.
15. E deixareis o vosso nome para maldição aos meus escolhidos; e vos
matará o Senhor Deus, mas a seus servos chamará por outro nome.
16. De sorte que aquele que se bendisser na terra será bendito no Deus
da verdade; e aquele que jurar na terra, jurará pelo Deus da verdade; porque
já estão esquecidas as angústias passadas, e estão escondidas dos meus
olhos.
17. Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá
lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão:
18. Mas alegrai-vos e regozijai-vos perpetuamente no que eu crio; porque
crio para Jerusalém motivo de exultação e para o seu povo motivo de gozo.
19. E exultarei em Jerusalém, e folgarei no meu povo; e nunca mais se
ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor.
20. Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não
tenha cumprido os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; mas o pecador
de cem anos será amaldiçoado.
21. E eles edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e
comerão o fruto delas.
22. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que
outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os
meus escolhidos gozarão por longo tempo das obras das suas mãos:
23. Não trabalharão debalde, nem terão filhos para calamidade; porque
serão a descendência dos benditos do Senhor, e os seus descendentes estarão
com eles.
24. E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei; e estando
eles ainda falando, eu os ouvirei.
25. O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha
como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em
todo o meu santo monte, diz o Senhor.
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Isaías 66
1. Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos
meus pés. Que casa me edificaríeis vós? e que lugar seria o do meu descanso?
2. A minha mão fez todas essas coisas, e assim todas elas vieram a
existir, diz o Senhor; mas eis para quem olharei: para o humilde e contrito de
espírito, que treme da minha palavra.
3. Quem mata um boi é como o que tira a vida a um homem; quem sacrifica
um cordeiro, como o que quebra o pescoço a um cão; quem oferece uma oblação,
como o que oferece sangue de porco; quem queima incenso, como o que bendiz a um
ídolo. Porquanto eles escolheram os seus próprios caminhos, e tomam prazer nas
suas abominações,
4. também eu escolherei as suas aflições, farei vir sobre eles aquilo
que temiam; porque quando clamei, ninguém respondeu; quando falei, eles não
escutaram, mas fizeram o que era mau aos meus olhos, e escolheram aquilo em que
eu não tinha prazer.
5. Ouvi a palavra do Senhor, os que tremeis da sua palavra: Vossos
irmãos, que vos odeiam e que para longe vos lançam por causa do meu nome,
disseram: Seja glorificado o Senhor, para que vejamos a vossa alegria; mas eles
serão confundidos.
6. uma voz de grande tumulto vem da cidade, uma voz do templo, ei-la, a
voz do Senhor, que dá a recompensa aos seus inimigos.
7. Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viessem as
dores, deu à luz um filho.
8. Quem jamais ouviu tal coisa? quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia
fazer nascer uma terra num só dia? nasceria uma nação de uma só vez? Mas
logo que Sião esteve de parto, deu à luz seus filhos.
9. Acaso farei eu abrir a madre, e não farei nascer? diz o Senhor. Acaso
eu que faço nascer, fecharei a madre? diz o teu Deus.
10. Regozijai-vos com Jerusalém, e alegrai-vos por ela, vós todos os
que a amais; enchei-vos por ela de alegria, todos os que por ela pranteastes;
11. para que mameis e vos farteis dos peitos das suas consolações; para
que sugueis, e vos deleiteis com a abundância da sua glória.
12. Pois assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz como um
rio, e a glória das nações como um ribeiro que trasborda; então mamareis, ao
colo vos trarão, e sobre os joelhos vos afagarão.
13. Como alguém a quem consola sua mãe, assim eu vos consolarei; e em
Jerusalém vós sereis consolados.
14. Isso vereis e alegrar-se-á o vosso coração, e os vossos ossos
reverdecerão como a erva tenra; então a mão do Senhor será notória aos seus
servos, e ele se indignará contra os seus inimigos.
15. Pois, eis que o Senhor virá com fogo, e os seus carros serão como o
torvelinho, para retribuir a sua ira com furor, e a sua repreensão com chamas
de fogo.
16. Porque com fogo e com a sua espada entrará o Senhor em juízo com
toda a carne; e os que forem mortos pelo Senhor serão muitos.
17. Os que se santificam, e se purificam para entrar nos jardins após
uma deusa que está no meio, os que comem da carne de porco, e da abominação,
e do rato, esses todos serão consumidos, diz o Senhor.
18. Pois eu conheço as suas obras e os seus pensamentos; vem o dia em
que ajuntarei todas as nações e línguas; e elas virão, e verão a minha
glória.
19. Porei entre elas um sinal, e os que dali escaparem, eu os enviarei
às nações, a Társis, Pul, e Lude, povos que atiram com o arco, a Tubal e
Javã, até as ilhas de mais longe, que não ouviram a minha fama, nem viram a
minha glória; e eles anunciarão entre as nações a minha glória.
20. E trarão todos os vossos irmãos, dentre todas as nações, como
oblação ao Senhor; sobre cavalos, e em carros, e em liteiras, e sobre mulas, e
sobre dromedários, os trarão ao meu santo monte, a Jerusalém, diz o Senhor,
como os filhos de Israel trazem as suas ofertas em vasos limpos à casa do
Senhor.
21. E também deles tomarei alguns para sacerdotes e para levitas, diz o
Senhor.
22. Pois, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, durarão
diante de mim, diz o Senhor, assim durará a vossa posteridade e o vosso nome.
23. E acontecerá que desde uma lua nova até a outra, e desde um sábado
até o outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor.
24. E sairão, e verão os cadáveres dos homens que transgrediram contra
mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles
serão um horror para toda a carne.
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